Reflexão em Ação do Caderno I - Temática 01

CEEP - CASCAVEL

ORIENTADORA: SIMONE MIRIAN RIZENTAL

ALUNOS:MARIA MARLENE MARCON BÓSIO,MARIA SALETE DA SILVA BOZZA,  MARIVANIA MENEGARDE, ROSERLEI SALETE DE OLIVEIRA FURLAN E SYRLEI APARECIDA LUIZ PREZOTTO

 

1) A partir da reconstrução histórica aqui apresentada, identifique — individualmente e em grupo — os desafios que permanecem para o ensino médio na realidade brasileira e levantem possibilidades de explicação para eles.

Sabe-se  que em nosso país não se pode falar no ensino médio (EM), mas nos ensinos médios, posto que o acesso a essa etapa educacional não é igualitário
nem universal. Assim, ao se tratar da universalização dessa etapa como meta a ser alcançada na direção de uma sociedade justa e igualitária ou, no mínimo, menos desigual, há que se considerar a diversificação e a desigualdade da oferta correspondente a essa importante etapa educacional.
Ainda segundo o Censo escolar 2010,  há 164.752 matrículas no Ensino Médio Normal, das quais 97% estão na esfera pública. O mesmo Censo evidencia  ainda a existência de 41.971 matrículas no EMI na modalidade EJA (Proeja), sendo que mais de 91% estão concentradas nas redes públicas.

Em síntese, o Brasil, no ensino médio (e em toda a educação básica), estuda, predominantemente, nas redes públicas de educação, pois, ainda segundo o Censo Escolar 2010 , considerando a oferta “regular”, o EM Normal e o EMI (adolescentes e modalidade EJA), a matrícula total chega a 9.763.102, das quais 88,5% estão nas redes públicas de educação. Observe ainda que essa matrícula diminuiu em 2012, caindo para 9.739.716.
Esses dados e os desafios aqui discutidos aumentam a responsabilidade de todos com a qualidade do trabalho que é desenvolvido nessa etapa da educação escolar da população. Há muito que avançar, conforme será evidenciado na continuação.
Chama a atenção nas escolas estaduais o fato de que ao aumento de matrículas corresponde um aumento nas taxas de reprovação e a estabilidade nas taxas de abandono, indicando o desafio, já clássico, no sentido do desenvolvimento de políticas para a fixação dessa parcela da juventude que se aproxima da escola.
Podemos destacar que em nossa prática diária do exercício da docência percebemos claramente o quanto esse fato do aumento de matrículas realmente influencia nesses dados de reprovação e abandono, o que muitas vezes não é considerado para levantamento dos números da evasão.

O número de concluintes no ensino médio brasileiro expressa, por outros dados, as conseqüências das taxas de rendimento, pois, salvo umcrescimento de concluintes entre 1997 e 1999, houve a estabilização no patamar de 1,8 milhão de concluintes, a despeito dos incrementos nas matrículas ocorridos até 2006. A partir de então, segundo os dados apresentados nas sinopses disponibilizadas pelo INEP, se evidencia uma queda nas matrículas de concluintes, saindo do patamar de 1.750.662 naquele ano para 1.388.852 matrículas em 2010.
É importante notar a tendência decrescente nos últimos 10 anos da proporção de jovens que apenas estudam e que estudam e trabalham, e o aumento dos que apenas trabalham. Tal dado vem reforçar a hipótese de que o ingresso no mercado de trabalho consiste em um dos importantes motivos da evasão escolar. Boa parte dos jovens que apenas trabalham são os mesmos que não completaram o ensino médio.
Podemos perceber  também que um forte motivo para o abandono do estudo no ensino médio por parte da nossa juventude ainda é a desigualdade social, pois a necessidade de trabalhar e auxiliar no sustento da família ainda é fundamental para a desistência deste, e ainda um ponto que merece destaque é o fato de encontrarmos meios de  alcançar um ensino de forma linear, possibilitando que os alunos permaneçam na escola.