Colégio Estadual do Campo de Flor da Serra - EF e EM
Pacto EM - Currículo
Tutora: Cleonice Tabaroski
Participantes: Adriana Bortolamedi, Alessandra B. Baptista, Andressa Appio, Kathie M. Trevisan, Luciana Heberle, Margarete Della Giustina, Simone Alberti
Nesta etapa dar-se-á um estudo reflexivo sobre a organização pedagógica curricular do ensino médio como provedor de conhecimento escolar ao longo da história e na atualidade. “A organização pedagógico-curricular do ensino médio ao longo da história, oscilou entre um currículo ‘enciclopédico’, centrado no acúmulo de informações e no aprendizado mecânico, ou em um currículo ‘pragmático’, centrado no treinamento para uma atividade laboral”. (Caderno III, p. 7).
Atualmente, o desafio é pensar numa formação humana em sua plenitude onde uma proposta curricular se apresente menos fragmentada e mais integrada, onde as diferentes juventudes com suas diferentes identidades, culturas e necessidades entrem em consonância com os sujeitos na organização pedagógico-curricular do ensino médio. Assim, as DECs buscam a formação integral: ciência, tecnologia, trabalho e cultura, tendo em vista os quatro pilares presentes nas DCNEMs que pressupõe o “aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a viver com os outros e o aprender a ser”, sempre baseados no conhecimento científico adquirido, assim podendo intervir na sua realidade, pois “o domínio da ciência faz com que o aluno entenda o mundo e a pensar diferente”. (DCE)
Quando falamos em currículo, vemos que a escolaridade é um percurso para os alunos, e o currículo é o seu recheio, seu conteúdo, o guia de seu progresso pela escolaridade. Essa palavra surge dentro da Educação como um conteúdo de escolha (axiológico) fortemente relacionado ao controle e ao conteúdo da educação formal, sendo entendido como acervo de conhecimentos disponibilizados em um determinado percurso educacional. O currículo ganha complexidade na medida em que se diversificam as práticas educacionais, pois ele é a base estrutural e organizacional da escola, nele está contido o PPP e neste o PPC e PTD que formam a base de todos os conteúdos e atividades a serem trabalhadas na escola.
No currículo, está presente, a concepção que se tem da função que se pretende proporcionar aos educandos. Entretanto, currículo é muito mais do que uma simples lista de conteúdos. Planejá-lo, implica tanto na escolha dos conteúdos de ensino, quanto na organização de experiências e situações que garantem sua aprendizagem.
Não é fácil definir currículo, melhor é pensar no seu significado como um todo em movimento presente no processo de ensino e aprendizagem. O currículo é, em outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos o que nos torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. O papel do educador no processo curricular é, assim, fundamental. Ele é um dos grandes artífices, queira ou não, da construção dos currículos construídos que sistematizam nas escolas e nas salas de aula (MOREIRA e CANDAU,2007).
Todos os currículos elaborados até então são frutos de uma política capitalista. Enquanto entidade, precisamos formar lideranças e reestruturar este currículo de modo que a humanização volte a fazer parte da compreensão desse sujeito enquanto atuante na sociedade em que esta inserido.
A discussão de currículo hoje, vê o aluno como sujeito do processo educativo, com isso, entende-se a escola como o espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos sistematizados e aqueles do cotidiano popular. O currículo, portanto, não pode ser estático, nem fragmentado, ele foi, é, e continua sendo construído a partir da análise e da compreensão do processo de produção do conhecimento ao longo dos tempos e de acordo com as diversas realidades locais.
Mediante o desafio de adequar o currículo a realidade local é de suma importância revirmos nosso planejamento curricular, para alcançarmos diretamente nossos sujeitos. A diversidade da juventude exige um currículo atrativo, que desperte o olhar dos alunos para estes conteúdos, de forma que atinja o conhecimento e valores essenciais para a vida social e carreira profissional. O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Tratar os conteúdos de ensino de modo contextualizado, aproveitando sempre as relações entre conteúdos e contexto para dar significado ao aprendido, estimular o protagonismo do aluno e estimulá-lo a ter autonomia intelectual, frente à realidade em que vive. Portanto, as várias estratégias de ensino devem permitir a significação da aprendizagem, e a contextualização mostra-se como uma boa possibilidade de dinamizar o ensino, envolvendo mais os alunos com o conhecimento científico, inserido no seu mundo de vida.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional explicita que o Ensino Médio é a “etapa final da educação básica” (Art.36), o que concorre para a construção de sua identidade. O Ensino Médio passa a ter a característica da terminalidade, o que significa assegurar a todos os cidadãos a oportunidade de consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental; aprimorar o educando como pessoa humana; possibilitar o prosseguimento de estudos; garantir a preparação básica para o trabalho e a cidadania; dotar o educando dos instrumentos que o permitam “continuar aprendendo”, tendo em vista o desenvolvimento da compreensão dos “fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos” (Art.35, incisos I a IV).