REFLEXÃO EM AÇÃO - CADERNO 5

COLÉGIO ESTADUAL SANTO ANTÃO – EFM
BELA VISTA DA CAROBA - PR
PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
ETAPA I – CADERNO V – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA

REFLEXÃO E AÇÃO 1

A educação é compreendida como espaço social no qual se busca a tomada de decisões de forma coletiva na maioria das vezes com a participação da comunidade escolar. A gestão é um processo de construção social que requer a participação de todos.
A democratização da gestão escolar não tem um fim em si mesmo, é um meio para que a escola realize seu trabalho oferecendo um ensino de qualidade, que evidencie a função social da escola que objetiva estender a todos uma escola pública de qualidade. É necessário construir na escola um processo de participação baseado nas relações de cooperação no trabalho coletivo e no partilhamento do poder, precisamos exercitar a pedagogia do diálogo, do respeito às diferenças, garantindo a liberdade de expressão, a vivência de processos de convivência democrática, a serem efetivados no cotidiano da escola em busca da construção de projetos coletivos.
A concepção democrática de gestão valoriza o desenvolvimento pessoal, a qualificação profissional e a competência técnica. A escola é um espaço educativo, lugar de aprendizagem em que todos aprendem a participar dos processos decisórios, mas e também o local em que os profissionais desenvolvem sua profissionalidade.

REFLEXÃO E AÇÃO 2

          Uma problemática que frequentemente se discute, diz respeito ao Conselho de Classe, o qual apresenta na sua constituição um espaço para debate e tomada de decisões visando analisar o crescimento intelectual do estudante. Nessa análise, são levados em conta seus pontos altos, suas dificuldades, e, como revertê-las. Assim, por seu caráter aberto, dinâmico, também se torna um espaço de conflitos, de interesses.
           Nosso Colégio procura privilegiar o que há de melhor para o estudante e que vá de encontro aos seus anseios, porém, um ponto que dificulta para que as discussões sejam mais profícuas, ou mesmo, que se possa inferir diretamente nas dificuldades que os estudantes apresentam, é a questão do tempo. Pensamos isso dado ao sistema pelo qual é planejado o Conselho de classe. Um exemplo: 8 horas num bimestre para que se discuta o crescimento intelectual e/ou as dificuldades apresentadas ao longo deste, bem com as possíveis inferências para um grupo de 450 alunos aproximadamente, é pouco. Assim, por vezes, se discute o problema, mas não se consegue visualizar possíveis intervenções junto ao mesmo. Portanto, acreditamos que deveria ser repensada a configuração atual que constitui o Conselho de classe.
        Outra questão que gera discussões e requer tomada de decisões é a indisciplina e a falta de interesse pelos estudos por parte de alguns alunos, bem como, a falta de empenho no que diz respeito às tarefas de casa. Por mais que se busque novas e diferenciadas metodologias constantemente, ainda assim não se consegue despertar nos mesmos o interesse pelo conhecimento. Estes são tomados por um conformismo e falta de expectativas quanto ao futuro, algo que parece ser cultural e estar impregnado devido ao sistema no qual estamos inseridos.

REFLEXÃO E AÇÃO 3

     O conselho escolar trata-se de uma estratégia a ser considerada na implantação da gestão democrática da escola.
   O conselho é composto de gestores da escola, professores, funcionários, alunos e pais de alunos e, por isso muitas vezes citado como exemplo de democratização da gestão. As propostas de instituição de conselho escolar surgiram em alguns estados  por volta da década de 1970.  Como resultado da abertura para a eleição de governadores. Inicialmente com caráter consultivo e, na década seguinte, com funções deliberativas. Mas cabe indagar-se, a pretexto de contribuição para a autonomia escolar por meio da legislação, em vez de estimula-la, não pretendem, na verdade controla-la.
    Então o conselho escolar é uma garantia da democracia ? Como coletivo , são necessário preocupações , porque apesar de ter caráter  democrático, o conselho escolar pode ser manipulado, transformando-se  num instrumento de legitimação de decisões autoritárias. Neste sentido, a definição de regras claras democráticas de condução dos debates, de formulação  de votação de sugestões e, finalmente de tomada de decisões se   configura como possível antídoto as manipulações.
    As reuniões do conselho escolar no sentido de torna-las efetivamente um espaço democrático  de decisões , exige claro as disposição da direção da escola, assim como seu corpo técnico  e dos professores  ,de tomar medidas nessa direção, entre estas está a de tornar mais transparente para todos os participantes,  em particular os pais  de alunos , as possibilidades e limites da escola para assumir decisões coletivas referente a vida institucional, tendo em vista sua presença  a uma rede, cuja s normas não são decididas por ela , mas sim pelo estado , bem como as possibilidades de democraticamente , quebrar tais limites. O conselho deve ser eleito pelos pais  e alunos , e ter o cuidado de transformar o desenrolar das próprias decisões  num espaço  de aprendizagem de como decidir  coletivamente.  Ao conselho cabe expressar os pontos de vista dos representados e não os seus próprios.

 

REFLEXÃO E AÇÃO 4
Conversando com alguns integrantes do Grêmio Estudantil, percebe-se que em nossa escola, a direção, equipe pedagógica, professores e demais funcionários procuram trabalhar sempre juntos, um auxiliando o outro. As decisões são tomadas de forma que, senão todos, a maioria dos integrantes possam opinar e assim obter melhores resultados nas tomadas de decisões.
Com a autonomia passada pela escola ao Grêmio Estudantil, observa-se que os alunos vão amadurecendo,  aprendendo a lidar com os problemas e superar os obstáculos, embora de forma um tanto tímida. Há um envolvimento maior com as atividades escolares, porém faz-se necessário envolver-se também efetivamente em trabalhos sociais. Os alunos tem consciência e preocupação com as questões e problemas do mundo atual, suas ações são direcionadas na tentativa de resolver, ou pelo menos amenizar, situações problemáticas que surgem em nosso meio.
O Grêmio Estudantil conta com o reconhecimento da escola, direção, professores e funcionários. Acreditamos que estes podem trabalhar com os demais estudantes na conscientização de sua importância  no papel de agentes transformadores na escola e na sociedade.
A resiliência está interligada a todas as situações relacionadas aos jovens,  pois os mesmos, nem sempre, tem a maturidade de enfrentar as dificuldades do dia a dia, sejam elas em casa,  na escola ou na sociedade.

REFLEXÃO E AÇÃO 5
A produção da gestão escolar democrática é muito difícil no contexto de processos não democráticos de gestão da educação.
A existência de um razoável nível de democratização desta cria condições para algumas formas de democratização  (por exemplo, por meio da legislação, da Constituição Federal, da LDB), embora isso não seja suficiente.
A gestão democrática é processo de construção social que requer a participação de diretores, pais, professores, alunos, funcionários e entidades representativas da comunidade local como parte do aprendizado coletivo de princípios de convivência democrática, de tomada de decisões e de sua implementação .
A democracia deve ser um exercício permanente e cotidiano, em todos os ambientes e momentos da escola, somente assim ela poderá se fazer viva e se constituir como um elemento da cultura institucional, não apenas uma prática de eleição.
Compreendida assim, a democracia assume uma importante função pedagógica, promovendo pessoas democráticas e solidárias e permitindo a construção de um projeto coletivo de escola. Em dois momentos da vida escolar, a gestão democrática mostra-se particularmente importante: na construção do Projeto Político-Pedagógico (PPP) e no exercício do ensino e da aprendizagem na sala de aula.
Podemos nos questionar em que direção a nossa escola deve ir?  Como devem ser distribuídos o tempo e os espaços de ensino e de aprendizagem? Quais os critérios de aprovação ou reprovação dos alunos? Estas são algumas questões que devem ser definidas no Projeto Político-Pedagógico das escolas. O PPP, mais do que uma exigência legal, é a definição das regras no âmbito da escola. É por meio dele que a comunidade escolar (professores, alunos, agentes educacionais, comunidade e família) define como deve ser a escola, como ela deve ser organizada, como deve se relacionar com a comunidade onde estamos inseridos, que disciplinas devem ser ofertadas (considerando a legislação existente), que estratégias devem ser valorizadas, como fazer a avaliação da aprendizagem, quais os critérios e pessoal envolvido na definição sobre a aprovação ou reprovação dos alunos, enfim, como a escola vai organizar o processo formativo dos estudantes que estão sob nossa responsabilidade. O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.
O PPP está organizado para dar ao educando a possibilidade de formação plena enquanto cidadão, tornando-se um ser crítico e atuante na sociedade. Nas aulas prevalece o dialogo, mas existem algumas situações em que a hierarquia ou a autoridade do professor precisa prevalecer, pois em algumas situações a liberdade não é bem aproveitada e precisamos dar limites aos alunos para que eles sigam um caminho mais provável de levar ao conhecimento, pois se tudo for produto de diálogo acabaremos entrando em senso comum e a cientificidade pode ser esquecida. O uso de autoridade por parte do professor quando necessário, não significa que os alunos aprendam apenas a seguir regras e obedecer a ordens, eles podem também tornar-se seres reflexivos e pensantes.
As discussões coletivas devem ser feitas junto a comunidade escolar buscando aprimorar a qualidade educacional permitindo que a educação seja inclusiva para todos e de qualidade atendendo os anseios da comunidade local.
Uma ação de trabalho viabilizando a autonomia efetiva dentro dos parâmetros da legalidade adequando as necessidades dos alunos e valorizando o seu conhecimento adquirido, trazendo assim a teoria implícita dos conhecimentos científicos para as praticas cotidianas na vida do aluno.
Articular e compreender os meios pelos quais a autonomia patrimonialista se efetivou nos parâmetros da lei dentro das escolas na constituição do currículo e na implementação das politicas publicas educacionais. Entendemos que a organização da sociedade se da por meio da sua cultura, identidade, e dos saberes históricos adquiridos através do tempo, no entanto, sabemos que a sociedade contemporânea muitas vezes está a margem destes parâmetros e cabe a nos educadores juntamente com a comunidade escolar articular ações que e permitam a autonomia efetiva sem ferir o principio da legalidade. 

REFLEXÃO E AÇAO  6

O PPP de nossa escola foi construído em 03 de novembro de 2011, sendo que esta construção foi feita de forma coletiva com a participação da direção, dos professores, pedagogos, funcionários e pais, de maneira democrática onde todos os integrantes contribuíram, opinando e socializando o conhecimento. O   seu objetivo maior  é   nortear as atividades da instituição tendo como suporte as DCEs  e a LDB 9394/ 96, sua  perspectiva  é repensar a prática pedagógica assegurando uma aprendizagem de qualidade.  A revisão e releitura é feita sempre que se faz necessário para o bom andamento da escola.
O PPP da escola é composto por uma identificação onde consta os  dados da escola, sua história. Contem três marcos sendo eles:
– Situcional
– Conceitual
– Operacional
          O marco situcional é a percepção do grupo em torno da realidade da escola, seu quadro sócio econômico, politico e cultural.
           O marco  conceitual são  as ações do planejamento onde a revisão tem por finalidade explicitar e reforçar os conceitos e princípios da abordagem da teoria e da pratica.
     O marco operacional diz respeito a organização das ações da coletividade escolar é a explicitação do ideal da instituição escolar que queremos.
A elaboração do marco operacional deve ser compatível com os marcos anteriores para garantir as finalidades assumidas.
       A filosofia do PPP é formar o educando para torna-se cidadão politizado, ciente de seus direitos e deveres, capazes de expressar-se de forma critica consciente e participativa. Em relação ao ambiente da sala de aula procuramos desenvolver os trabalhos envolvendo todos os alunos,  com uma relação amigável de diálogo aberto e respeito, promovendo o bem-estar e a liberdade de expressão.
           Nesse contexto procuramos contribuir ainda que parcialmente para o exercício da cidadania, oportunizando aos educandos a socialização do conhecimento, criticidade, reflexões e busca de alternativas para possíveis soluções do cotidiano.