REFLEXÃO E AÇÃO - TEMÁTICA II - ETAPA II

REFLEXÃO E AÇÃO - TEMÁTICA II – ETAPA II

COLÉGIO ESTADUAL JOÃO MANOEL MONDRONE
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, PROFISSIONAL E NORMAL

MUNICÍPIO: MEDIANEIRA – PARANÁ
NÚCLEO REGIONAL: FOZ DO IGUAÇU

CURSISTAS: ANITA ELIZETE STEINBACH, CARMEN ADRIANA MENEGHEL, CECÍLIA REGINATO, CRISTIANE COSTA DA SILVA E CRISTIANE STAUDT

1-Caro professor, cara professora, o texto abaixo sugere que o trabalho interdisciplinar exige o “en¬cargo da compreensão”. Leia o texto e discuta este conceito entre seus colegas. Registre em um texto as principais ideias debatidas, e em seguida, identifique um conteúdo ou tema do seu componente curricular com potencial para uma ação interdisciplinar.
“Apesar de os estudos de processos integrativos serem pequenos em número, os autores concordam em vários pontos. Tomar emprestado de outra disciplina exige assumir o que Janice Lauer chamou de ‘encargo da compreensão’. É necessária uma compreensão mínima do seu mapa cognitivo, incluindo os conceitos básicos, modos de investigação, termos, categorias de observação, técnicas de representação, padrões de prova e tipos de explicação. Aprender uma disciplina a fim de praticá-la é, porém, diferente de usá-la para propósitos interdisciplinares. O domínio da disciplina denota conhecimento completo. O  trabalho interdisciplinar exige adequação. Os que tomam algo emprestado não reivindicam expertise em todas as áreas. Eles identificam informações, conceitos ou teorias, métodos ou ferramentas relevantes para a compreensão de um problema particular, processo ou fenômeno. Além disso, não há nenhum Esperanto interdisciplinar. (...) A linguagem interdisciplinar normalmente evolui por meio do desenvolvimento de uma língua de comércio que se torna um pidgin – definido em linguística como uma língua provisória – ou um crioulo – uma nova primeira língua de uma comunidade” (Klein, Julie Thompson. Humanities, culture, and interdisciplinarity: the changing American academy. Albany: State University of New York Press, 2005).
A temática em estudo trata das Ciências Humanas e compreende as áreas do conhecimento na qual estão incluídas a História, a Geografia, a Filosofia e a Sociologia. Cada uma destas áreas do conhecimento possui componentes curriculares específicos do conhecimento científico formulado através dos tempos.
Para haver a interdisciplinaridade é imprescindível que haja não somente o domínio do conhecimento específico de cada disciplina, ou específico do conteúdo abordado, mas sim de conceitos e informações particulares que estejam integradas às outras disciplinas ou áreas do conhecimento para constituir o saber amplificado da realidade para o estudante. Não convém apenas relacionar um conteúdo específico de determinada área do conhecimento a outro sem haver um aprofundamento dessa abordagem, mas precisa-se entender como o tema é abordado na outra disciplina e qual é a relação entre ambas. E para isso é preciso ter conhecimento específico também das outras áreas do conhecimento científico. Para tanto, a formação continuada do professor é de fundamental importância, pois são nesses momentos é que se consegue compreender de que forma podem ocorrer adequações necessárias.
Em Geografia, ao trabalhar as zonas climáticas, trabalha-se os tipos de vegetação que se adapta nos climas específicos, relacionando-os com Biologia para identificar a produção específica favorável à região, na disciplina de História ao compreender a ocupação populacional de uma região mais propícia à produção de alimentos ou o desenvolvimento econômico, e finalmente, na disciplina de Sociologia com a relação à convivência coletiva das pessoas em determinadas condições.
Algumas áreas do conhecimento favorecem a contextualização dos conteúdos com as disciplinas, o relacionamento dos saberes com o cotidiano e suas realidades. A abordagem interdisciplinar das áreas das Ciências Humanas busca ampliar diálogos entre seus componentes por meio de práticas pedagógicas focadas na interação curricular. O diálogo com outras disciplinas é um fator enriquecedor e constituinte do saber sociológico e a prática pedagógica interdisciplinar só será realizada se for num exercício conjunto de sujeitos que percebem a educação e sua capacidade de formação integral.
As Ciências Humanas podem contribuir para que os estudantes leiam o mundo em outras bases, refletindo e agindo criticamente questionando práticas descriminatórias e excludentes e valorizando a diversidade cultural.

2. Caro professor, cara professora, como sugestão para o desenvolvimento de um bom trabalho e com foco no processo de humanização, sugerimos a realização de um exercício simples com os jovens. Peça que eles escrevam (ou utilizem outra forma de expressão mais atraente, como um pequeno vídeo, uma teatralização etc) quais são seus valores atuais, seus planos para o futuro, e como eles se imaginam daqui a 10 anos.
Acreditamos que com este exercício simples você poderá se surpreender com a beleza de muitos sonhos, com o valor que estes jovens dão a família e a escola. Esses dados podem ser expostos, sem iden¬tificação dos autores, mas como forma de valorizar o jeito de cada um. Lembre-se que conhecer os sujeitos da aprendizagem é fundamental. Poderá fazer toda a diferença na condução das nossas aulas. Nos tornará profissionais mais próximos do que o jovem estudante também espera de um professor.
Depois de realizar essa ação, registre as conclusões por escrito e socialize no seu grupo de estudo.
Com o objetivo de conhecer um pouco a história de vida e sonhos para o futuro de nossos alunos, o Curso de Formação de Docentes realiza uma atividade no primeiro dia de aula e que os alunos receberão de volta somente quando se formarem, ou seja, quatro anos depois. Primeiramente os alunos fazem um desenho com recorte e colagem e caracterização do seu nome e apresentam para turma, em seguida eles realizam uma espécie de “cápsula do tempo”, no qual os alunos escrevem um texto que contém:
- apresentação (nome, idade, onde e com quem mora);
- como ele se vê;
- o que espera durante os quatro anos do Curso;
- seus medos e sonhos;
- o que desejam para o futuro.
Essa atividade é lida somente pela professora e é incrível como é possível conhecer um pouquinho mais do aluno, seus sonhos, sua visão de mundo e de futuro com uma simples atividade. É emocionante entregar esta atividade novamente com aos alunos quando se passaram os quatro anos... Como próxima atividade os alunos confeccionam um memorial, uma trajetória de vida (origem familiar, gestação, nascimento, infância, adolescência e o que espero para o meu futuro), no qual reúnem um determinado número de fotos, documentos, entrevista com familiares no qual é oportunizado ao aluno conhecer a sua vida.

3. Caros professores, caras professoras, sugerimos uma atividade que possibilite refletir acerca das mudanças que envolvem os processos de seleção de conteúdos e conhecimentos, e elaboração de ações curriculares.
Para isso você pode consultar e comparar livros didáticos distintos, Legislação Educacional de di¬ferentes instâncias (Municipal, Estadual, Federal), entrevistar e conversar com professores mais experien¬tes, dentre outras possibilidades, com o objetivo de identificar mudanças e permanências nos conteúdos ensinados. Registre em um texto suas principais conclusões.
Com base nestas reflexões, e levando em conta os exercícios feitos ao final das Unidades 1 e 2, planeje uma ação curricular que considere a realidade específica de seus estudantes em uma abordagem interdisciplinar entre diferentes componentes curriculares. Entenda-se por “ação curricular” uma sequên¬cia didática, uma unidade programática, um trabalho de campo, um projeto de ensino etc. Este planejamento deverá ser registrado e entregue.

Antigamente a Geografia tinha por objetivo ensinar através da memorização ou decorando conceitos de aspectos físicos e naturais, nome de rios, de países, capitais, relevo, dados estatísticos, etc... Era meramente descritiva e não havia relação nenhuma entre os aspectos físicos naturais com os aspectos sócio econômicos e ambientais que hoje existe. A preocupação do ensino era somente conhecer. Não havia uma perspectiva crítica argumentativa, não se compreendia a relação entre o espaço e o homem que produz o espaço.
Hoje vivemos num mundo globalizado, onde os meios de informação tem um grande destaque e a Geografia passou a ser mais dinâmica e compreensível pois  o trabalho da educação geográfica  consiste em levar as pessoas a uma consciência crítica e espacial. Ao ensinar o espaço, por exemplo, compreende-se a fixação do homem, sua influência na economia local e mundial e a perspectiva ambiental, sendo que nenhum conteúdo deve ser fragmentado.

4. Caro professor, cara professora, no nosso dia a dia temos a tendência de utilizarmos livros didáti¬cos que por vezes não contemplam determinados conteúdos que pretendemos abordar. No entanto, eles são, em muitos casos, um dos poucos materiais pedagógicos que a escola dispõe. Diante dessa situação também não é desejável que este material seja o único, ou ainda, seja substituído pela cópia de textos no quadro. Uma possibilidade é criarmos propostas de investigação e desafios para os estudantes, permitin¬do que eles próprios busquem nos livros didáticos, ou em outros materiais – jornais, revistas, conteúdos disponibilizados na internet e outras mídias -, os quais possam viabilizar a pesquisa, refutando ou confir¬mando hipóteses construídas pelos estudantes.
Propomos então como atividade, a criação de uma proposta de ação curricular na área de Ciências Humanas baseada na formulação de um problema a ser investigado. Sugerimos como tema a alimentação. Os estudantes podem, a partir de uma questão inicial apresentada pelos professores, construir uma hipótese para resolvê-la ou interpretá-la. Na sequência, os próprios estudantes poderão estabelecer as etapas para a verificação da hipótese, envolvendo diversos procedimentos: pesquisa bibliográfica, saídas a campo, realização de entrevistas, observação dos hábitos alimentares dos colegas, dos familiares e das comunidades locais, entre outros.
A partir dos resultados alcançados, os professores podem apresentar questionamentos e análises complementares, como por exemplo: a qualidade dos alimentos consumidos, suas influências nas condi¬ções de vida e de saúde, o impacto dos hábitos alimentares no meio ambiente, as relações entre alimenta¬ção e cultura, a diversidade dos hábitos alimentares entre grupos e sociedades ao longo da história, o pro¬blema da fome, as relações entre interesses econômicos, produção e comércio de alimentos, entre outros.
Na verdade, o que propomos é que vocês, professores e professoras, criem uma investigação cien¬tífica geradora de conhecimentos significativos, valorizadora da autonomia dos estudantes e propiciadora de possíveis mudanças nas atitudes dos estudantes. Para isso, é fundamental que haja interdisciplinaridade e integração de saberes.
Depois de planejar e realizar essa ação, registre os procedimentos e resultados por escrito, incluin¬do fotos, destacando a produção dos estudantes, bem como as formas de socialização com a comunidade escolar.

Com alunos do 1º Formação de Docentes foi realizado o sal temperado. O objetivo da confecção do sal temperado era mostrar às pessoas que devemos reduzir o consumo de sal, continuar consumindo ervas e  chás que são comuns no nosso jardim ou horta; por menor que seja o terreno é necessário manter um pedaçinho de solo para cultivar ervas e temperos e manter os hábitos dos nossos avós. O consumo de ervas aromáticas promove harmonia, conforto, bem estar e saúde para o nosso organismo, evitando, com esse hábito, a ingestão de medicamentos e reduzindo o sal que provoca problemas cardíacos.
Foi realizada uma pesquisa sobre as diversas ervas existentes na nossa região, sobre a sua origem, o tipo de solo e clima favorável para o desenvolvimento e quais os seus benefícios para a saúde. Essa pesquisa foi apresentada pelos grupos no dia da confecção do sal temperado.
Todos os alunos trouxeram para a escola uma grande variedade de ervas que foram encontradas em suas casas e na de seus vizinhos. Elas foram expostas, catalogadas e apresentadas através de pesquisa em grupo expondo suas características e propriedades, bem como sua origem, clima e solo favoráveis.
De acordo com a receita, cada grupo realizou uma tarefa, como: picar as ervas, fotografar,mexer o sal e os temperos na panela, embalar, distribuir, etc.
Essa ação foi realizada com as disciplinas de Geografia e Ciências.