As formas de utilização das novas ferramentas midiáticas, em especial as redes sociais na internet, é mais um dos momentos de choque cotidiano entre educandos e educadores.
Nós adultos sempre, ou quase sempre, buscamos colocar alguns poréns sobre as maneiras de comunicação dos grupos mais jovens. Vemos como infantis, como menos importantes, de caráter edonista e superficial. E esta visão quase sempre é ampliada quando o adulto em questão é um educador. Nos incomodamos com a forma, com a estética (verbal ou escrita), e a nossa maneira de observar nos leva a uma postura ainda mais fechada para as várias práticas juvenis de comunicação.
Nada é mais representativo nesta questão que as implementações de leis que vedam os celulares nas escolas. Aqui no Paraná lei nº 18118/2014, não foi somente aprovada, mas ganhou ares de redenção do processo educacional. É evidente que o uso irresponsável e despreparados destes equipamentos vão deturpar o processo ensino-aprendizagem, mas é neste ponto que entra o papel do educador. Ao contrário da lei ser vista como redentora, ao proibir o uso dos celulares, ela deveria ser encarada como uma limitadora.
No momento sócio-cultural em que vivemos está quase impossível dissociar o uso da tecnologia, e da internet, de nossas atividades. Ao invés de uma legislação repressora, deveríamos ter uma lei que promovesse a ampliação da utilização tecnologia, que buscasse estruturar melhor os educadores para explorarem recursos didáticos diferenciados e que se apoiem na linguagem cotidiana e natural da juventude. A possibilidade de um uso bem aplicado de ferramentas tecnológicas vem ao encontro da realidade de muitos educandos.
No ensino médio regular, a partir do segundo ano, muitos educandos já ingressaram, ou estão em vias de ingressar, no mundo do trabalho. Seja pelo ingresso em trabalhos formais, seja por meio de projetos de estágio, com perspectivas de futura inserção no mercado formal de trabalho. Em muitos dos casos as novas linguagens e ferramentas de comunicação, acabam sendo mais uma, senão a essencial, ferramenta de trabalho de muitas funções.
Se nós vemos como fútil, vazio e despropositado a utilização destas tecnologias, nós estamos primeiramente nos afastando de nossos educandos, ampliando as barreiras geracionais e de comunicação. Em segundo plano estamos afastando, ou negando, o acesso ao conhecimento e a oportunidade de ampliar a visão dos jovens sobre a tecnologia e suas utilizações positivas.