Reflexão e Ação Filme:O enigma de Kaspar Hauser,Etapa II Caderno IV

COLÉGIO ESTADUAL PARIGOT DE SOUZA -MUNICÍPIO DE INÁCIO MARTINS-PARANÁ 2015.

PACTO PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO

ETAPA 2 CADERNO IV LINGUAGEM

PROFESSORA TUTORA: Maria Luiza Martins de Castro, Nelma das Graças Molinari

CURSISTAS: Joanita Aparecida dos Santos, Mara Regina Siebre Fleck, Silvia de Lima Capote, Salete Terezinha Ignachewski, Eliza Iracema Campos

REFLEXÃO E AÇÃO:

Filme:O enigma de Kaspar Hauser,

Nesta unidade discutimos a formação da área de Linguagens, o conceito de linguagem e apresentamos os conhecimentos da área. Agora vamos refletir um pouco sobre esses temas através da discussão do filme O enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog, que você pode assistir em: https://www.youtube.com/watch?v=MxpuYFouR70. Consideremos a seguinte ordem:

Introdução

O filme O enigma de Kaspar Hauser,é uma das mais famosas obras cinematográficas do diretor alemão Werner Herzog ( Alemanha 1974).

Baseado em uma história real, Jeder für sich und Gott gegen alle que tem como tradução literal “cada um por si e Deus contra todos”, mas que foi traduzido para o Brasil como O enigma de KasparHauser.

O filme conta a história de um menino que foi deixado no cativeiro por motivos desconhecidos. Cujo nome era Kaspar Houser é um personagem real e enigmático, que foi encontrado em Nuremberg, em 1928 com supostamente 15 anos, não sabia falar, nem andar, não se comportava como humano, pois foi privado do convívio social. Foi assassinado em 1833, sendo retirado seu cérebro para estudos médicos.

. O enigma de Kaspar Hauser

Muitas foram as hipóteses levantadas para explicar o fato de Kaspar Hauser ter sido criado no isolamento. Dentre essas hipóteses há duas explicações principais:

a primeira diz que Kaspar Hauser seria um mendigo espertalhão que fingia ser pobre de espírito para atrair a simpatia alheia. Dentro dessa visão, ele próprio teria se ferido para atrair mais atenção, ao perceber que o interesse dos outros por sua figura estava diminuindo.
a segunda explicação trabalha com a hipótese de que Kaspar Hauser seria neto de Napoleão Bonaparte.
O livro de Masson (1997) oferece documentação variada sobre esta segunda hipótese, argumentando que a filha adotiva de Napoleão, Stephanie de Beauharnais, tinha-se casado com Karl, duque de Baden e, em 1812, ambos tiveram um filho a quem ela teria dado o nome de Gaspard. No entanto, Luise, a madrasta de Karl, segunda mulher de seu pai, querendo garantir para seu próprio filho a herança do trono de Baden, trocou o filho de Karl e Stephanie por uma criança doente que morreu logo depois.

O herdeiro saudável foi posto a pão e água em um calabouço,( prisão subterrânea, fria e escura, masmorra, lugar ou aposento sóbrio e triste), atendido por um homem cujo rosto ele nunca via. Passava seu tempo dormindo ou brincando com um cavalinho de pau. Quando chegou perto da adolescência, o homem que cuidava dele levou-o para Nuremberg.

1) Assistir ao filme, procurando observar e anotar, quais são as relações entre linguagem e construção da realidade; como as práticas de linguagem estão atreladas aos contextos sociais e históricos; como os conhecimentos de linguagem listados acimas aparecem no filme.

O filme relata a existência de uma criança deixada no cativeiro por muitos anos sem contado com o mundo exterior, prejudicando assim o desenvolvimento da linguagem, (palavras, sons, movimento, visão de mundo sinais entre outras formas).Quem não domina alguma forma de se comunicar ou tem alguma dificuldade, pode vir a ser excluído da sociedade. É visível que o processo de aquisição da Língua Materna (LM), foi comprometido pelos anos em que passou isolado no cativeiro. Após viver vários anos no calabouço passando a pão e água tendo como companhia apenas um cavalinho de pau, foi levado por um desconhecido e deixado em uma praça em Nuremberg na Alemanha. Kaspar, quando chegou à praça da comunidade, trazia consigo uma carta, um livro com orações, um terço e algumas folhas de ouro, sendo motivo de curiosidade pela população foi acolhido por uma família que começou a ensinar alguns comportamentos padrões para sociedade da época. Quando Kasp rHauser aprendeu a falar, ele contou que uma pessoa, desconhecida, tratava dele enquanto esteve no porão, deixando-lhe alimentação, não sabia andar nem falar, exceto uma única frase: “ Quero ser um cavaleiro” O senhor desconhecido repetia para ele: diga quero ser um cavaleiro igual ao meu pais.

O professor que acolheu e seu filho começaram um processo de socialização, sendo o comportamento visto como estranho e anormal, ele foi posto em um circo, é visto como um garoto selvagem junto com outros seres ditos anormais, como um anão, um índio, uma criança autista. Com o convívio em sociedade, seu processo de aprendizagem foi ocorrendo gradativamenteem etapa até chegar a elaborar pensamentos e frases.

2) Em roda de discussão, comparar as anotações e reflexões.

Como Kasper houser não passou pelo processo de socialização, onde exercitaria a compreensão através da pratica social não conseguindo atribuir significado as coisas mesmo tendo adquirido a linguagem, não conseguia expressão claramente aquilo que tinha sentido. Assim temos levado a pensar que não apenas o sistema perceptual, mais as estruturas mentais e a própria linguagem são resultantes da pratica social ou seja as praticas culturais modelam a percepção da realidade e o conhecimento ´por parte do sujeito. É pela linguagem que expressamos nosso pensamento, nossas emoções, construímos uma cultura e trocamos experiência, assim sendo a linguagem e fundamental a todo processo de desenvolvimento da pessoa humana.

3) Ainda no grupo, discutir a relação entre imposição e opção na linguagem e entre reprodução e mudança social.

Quando o desconhecido colocava para ele como repetição de palavras como quero ser um cavaleiro era um imposição do desejo do desconhecido e não de Kasper houser que não sabia o significado da frase, apenas repetia o que o desconhecido mandava, ele não tinha outras fontes de informações, não vivia em sociedade não tinha a opção de desenvolver sua própria vontade, a pessoa se desenvolve e se humaniza ,com o convívio com o outro. Ao ser inserido na sociedade começa o processo de mudança social, no qual ele não apenas reproduz, mas passa a ter vontade discernimento e questionamento como na passagem da imposição da existência de Deus, na questão de logica na interpretação para saber do desenvolvimento do raciocínio logico em que ele não dá a resposta esperada pelo professor, mas faz um outro questionamento, uma outra resposta que na visão dele e correto.. Religiosos tentam descobrir qual a percepção que Kaspar tinha sobre Deus Kaspar responde que não entendeu a pergunta, visto que durante o cativeiro, ele não pensava em nada, Assim, tentam impor alguns dogmas, pelo simples acreditar pelo acreditar, admitindo os mistérios da fé sem procurar entender. Kaspar fala que, antes disso, precisa aprender a ler e escrever, para depois conseguir compreender outros conceitos mais complexos. Kasper House sofre dois atentados no segundo atentado, este sim mortal, em seu leito de morte, consegue contar toda a história sobre o deserto do Saara, que até então só consegui contar o inicio da historia a qual sonhava. O sujeito aprende a medida que interagem com o outro com mundo a sua volta, vai adquirindo experiência e formando seu próprio conhecimento sua visão de mundo através disso passa a expressar sua própria vontade, seus desejos diferenciando o imaginário do real.

Referência

SABOYA Maria Clara Lopes O ENIGMA DE KASPAR HAUSER (1812?-1833): UMA ABORDAGEM PSICOSSOCIAL

SACHELETE Andréia dos Santos Valéria Silveira Brisolara ANÁLISE VIGOSKYANA DO FILME O ENIGMA DE KASPAR HAUSER disponível em :https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/viewFile/4180/3212 cesso em 13/10/2015

Disponível em: http://pt.slideshare.net/UyaraPortugal/caderno-iv-linguagem-etapa-ii-1 acesso em 13/10/2015

FIME: O ENIGMA DE KASPAR HAUSERdisponível em https://www.youtube.com/watch?v=geug75xNoAo acesso em 13/10/2015