REFLEXÃO E AÇÃO - CEEEBJA PROF. ORIDES B. GUERRA - FOZ DO IGUAÇU - PR

Reflexão e ação

Caderno 1
Geralmente o aluno não se sente atraído pelo currículo escolar, pois percebe que não há relação entre sua vivência e o conteúdo que se segue na escola, como também atentamos  a falta de uniformidade curricular entre as escolas. Quando um aluno é transferido para outra escola, encontra conteúdos diferentes daqueles que estudava anteriormente.
É necessário adaptar o currículo a realidade da tríplice fronteira, considerando as etnias, linguagens e grupos sociais e econômicos, adaptação do currículo ás necessidades especiais. A grande maioria dos alunos que chegam a  escola, trabalha e estuda. Como a necessidade financeira é mais premente do que a formação escolar, é rotineiro ver alunos abandonarem os estudos para ampliar sua carga horária no emprego ou por um segundo emprego. Na EJA, a desistência é grande e na maioria das vezes por motivo financeiro.

Caderno 2
Os alunos da EJA da rede pública são proletários, desempregados, donas de casa, empregadas domésticas, jovens, idosos, pessoas com necessidades especiais, estrangeiros, empresários, alunos com suas diferenças culturais, étnicas e religiosas, entre outras.Para conhecer o perfil do educando do Ensino Médio na EJA, é necessário conhecer sua história, cultura e costumes,entendendo-o como sujeito que traz para a escola diferentes e significativas vivências. Os alunos do EJA são pessoas que por algum motivo não tiveram a oportunidade de estudar ou deixaram a escola por vários motivos quando jovens. Assim, quando retornam ao banco escolar, já são pais e mães que buscam uma escolarização formal por diversos motivos.
Nesse contexto a escola busca respeitar e valorizar o conhecimento adquirido ao longo da vida. Essas experiências são fundamentais e significativas ao processo educacional que devem ser consideradas para a elaboração do currículo escolar.
Uma das formas de valorizar a história de cada sujeito da EJA é respeitando a sua variedade linguística. No entanto, sabemos que eles chegam ao CEEBJA com o desejo de se apropriar da língua padrão, “escrever e falar certo”, pensamento muito comum. Se na EJA pretende-se valorizar o sujeito educando, que o mesmo seja amplamente compreendido, oportunizando os meios para torná-lo autônomo e confiante, superando os seus limites.
Caderno 3
O ensino propicia uma imensa riqueza no processo criatividade, desenvolvimento da autonomia intelectual e moral dos alunos, ainda, tem como papel principal de construir o conhecimento como um todo.
A educação deve acontecer e ser parte formadora do intelecto do aluno, através de cada disciplina e equipe pedagógica quanto conjunto, assim, o aprendizado será apenas uma consequência dessa união com o mesmo objetivo.
Ao professor compete informar e conduzir seus alunos em um caminho de melhor acesso aos objetivos que lhe são externos, onde esses caminhos são escolhidos pela sociedade que nos passa um produto pronto e acabado, onde temos que nos adequar e competir, e não produzido pelos sujeitos do processo.
O docente deve ter o perfil de alguém que  estimula a autonomia, que se revela questionador e curioso, explorador do conhecimento e do novo, disposto a quebrar paradigmas e a dar valor a opinião dos seus estudantes. Ele deve  ter habilidade de respeitar o nível de desenvolvimento do seu aluno, os seus interesses e suas aptidões. Como docentes precisamos conhecer o mundo desse estudante, incluir a família, os amigos e a sua realidade tem impacto na sua aprendizagem.
Quando valorizamos nosso aluno, deixamos que ele expresse sua opinião, oportunizamos discussões e momentos de reflexão, certamente estamos contribuindo para o seu crescimento intelectual e moral.

Caderno 4
Os cursos apresentados à Educação de Jovens e Adultos devem oportunizar àqueles que os procura a possibilidade de desenvolver as competências necessárias para a aprendizagem dos conteúdos escolares, bem como ampliar a capacidade de participação social, no exercício da cidadania.  O estudo da linguagem é um valioso instrumento para que se alcance tal objetivo.
A aprendizagem só acontece por meio da linguagem, pois esta formaliza todo conhecimento produzido nas diferentes disciplinas e trata de explicar a maneira como o universo se organiza.
O estudo da linguagem verbal traz a ampliação da modalidade oral, por meio dos processos de produção de textos, de escuta, bem como o desenvolvimento da modalidade escrita, que envolve o processo de elaboração de textos e de leitura.
Já a Educação Física deve proporcionar e estimular a adoção de comportamentos propícios para a manutenção ou aperfeiçoamento de componentes do estilo de vida relacionados à saúde.
A educação física como área do conhecimento ainda tem grandes desafios teóricos, metodológicos e conceituais a superar e uma ampla contribuição a fazer, pois, apesar de popularmente associarem qualidade de vida e exercício físico, é primordial que a área adote rigorosamente um procedimento científico, especialmente no que se refere a sua especificidade, desenvolvendo estudos pertinentes e relevantes que auxiliem o entendimento desta relação.

Caderno 5
Em relação à Língua estrangeira o enfoque dado pela SEED é direcionado para análise de gêneros textuais realizados totalmente em português como aquecimento para introduzir textos muito complexos para iniciantes. Considerando, que a maioria dos educandos apresentam muita dificuldade na interpretação de textos em várias áreas do conhecimento essa metodologia é inviável, uma vez que o nível de proficiência dos nossos alunos é muito baixo. Tal orientação veio dos consultores da UEL desde a construção das DCE’s. No CEEBJA, ouvindo as angústias e necessidades dos alunos, resolvemos preparar apostilas em cada disciplina priorizando o contexto social da fronteira.  Na Língua inglesa, por exemplo, elaborou-se uma apostila relacionada ao turismo e hotelaria, com expressões cotidianas que foram e têm sido uma salvação para os alunos que trabalham em diversos setores do turismo, até mesmo, para aqueles que não trabalham nesse setor por ser, Foz do Iguaçu uma turística. Essa proposta não levou em conta a realidade da fronteira, o que deveria ser analisado antes, pelos consultores de elaboração das DCE’s adaptando os conteúdos aos específicos contextos. Ao debatermos com o grande grupo acerca do levantamento de situações vividas na escola, com relação à gestão democrática, percebemos que não ocorre efetivamente. Segundo relatos de participantes, são poucas as discussões sobre sistematização e a aplicabilidade dos recursos oriundos dos órgãos federais, estaduais e recursos da própria escola. As decisões nem sempre são tomadas no coletivo e sim, separadamente. Os professores e demais funcionários raramente são convocados para sugerir a aplicação dos recursos.Talvez a razão pela qual isso ocorra seja a falta de cobrança, pois, pode-se observar que não é de costume os funcionários e professores exercerem o dever de cobrar prestações de contas e ou outros aspectos relativos à gestão democrática. Ao discutirmos com os colegas sobre tal tema, sentimos um “novo olhar”, um despertar de questionamentos. Sendo assim, surgiram algumas possibilidades de propor mudança nesse pensamento e atitudes, tais como solicitar com maior frequência a apresentação da prestação dos recursos recebidos, oportunizando a todos opinarem sobre a aplicabilidade. A participação no processo de compra de material pedagógico é um dos pontos mais fortes nas reclamações, bem como, a discussão e deliberação de outras ações. Os Conselhos Escolares têm função de aprimorar a gestão democrática como espaço de decisão e deliberação das questões pedagógicas, administrativas, financeiras e políticas da escola. Dessa forma, o Conselho Escolar se torna um aliado na luta pelo fortalecimento da unidade escolar e na democratização das relações de ensino. Compete ao Conselho Escolar debater e tornar claros suas atribuições, objetivos e valores que devem ser coletivamente assumidos, definindo prioridades e ajudando o cotidiano escolar; suas reuniões devem ser de estudos e reflexões contínuas, que incluam, principalmente, a avaliação do trabalho escolar. Em nossa escola existe o Conselho Escolar, porém, necessita de aprimoramento em algumas situações. Os alunos são representados por um aluno convidado pela gestora da escola para compor o Conselho Escolar.  Não temos Grêmio Estudantil e segundo a definição encontrada no site da Secretaria de Educação, o grêmio é uma organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes e tem como finalidade o exercício cívico, cultural, educacional, desportivo e social. É o órgão máximo de representação dos estudantes da escola. O grêmio estudantil representa os estudantes da escola. Seu maior objetivo é unir e movimentar os estudantes para a discussão de seus direitos e deveres, debatendo assuntos diversos sobre escola, comunidade e sociedade. Dessa forma percebemos que é necessário que a escola construa essa entidade representativa. A Lei Estadual nº 11.057, de 17 de janeiro de 1995, em seu Artigo 1º diz: É assegurada nos Estabelecimentos de Ensino de 1º e 2º graus, públicos ou privados no Estado do Paraná, a livre organização de Grêmios Estudantis, para representar os interesses e expressar os pleitos dos alunos.

Caderno 6
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e
orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. Na avaliação da
aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexivo frente à realidade concreta. A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios: investigativa ou diagnóstica; contínua; sistemática; abrangente e permanente.