REFLEXÃO E AÇÃO - CADERNO II
INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO "DR.CAETANO MUNHOZ DA ROCHA"
RUA JOÃO EUGÊNIO, nº894, Bairro Costeira, Paranaguá - Paraná
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio – 2014
Orientadora: Professora Andréia Maria Digiovanni Frumento
Professores:
Célia Regina Andrioli Silva Barbosa
ClauryPatricio Cabral dos Santos
Eroni de Jesus Avila
Glauce Verônica Cabral dos Santos
Julio Cesar Amorim de Moura
Patricia Renata Lopes
Rosemary Liberatto
COMO ESTÁ A EDUCAÇÃO HOJE?
Quando fazemos uma reflexão sobre a Educação que temos e a Educação que queremos, percebemos que a nossa realidade vista de forma crua, sem fantasias, sem “fotoshop”, é muito diferente, o cotidiano escolar reflete uma juventude muito distante de nossos sonhos.
Os alunos do 3º Ano do Ensino Médio, período matutino, que consideramos o “top” escolar,90% não trabalham, pois pertencem a uma classe que lhes dá condição de estudarem e ainda frequentarem “cursinhos” pré-vestibulares elitizados, apresentam, ao serem questionados sobre “como veem a educação hoje?” as seguintes respostas, que foram transcritas na sua íntegra:
“A educação hoje em dia não esta conforme deveria, porque as pessoas cada vez mais não se importam com a educação, e também não fazem nada pra que isso melhore” F.A
“Eu vejo a educação como uma bola que está pela metade, ainda falta algo para preencher e torne inteira e eficiente, pois com a metade de uma bola não se joga, assim é a educação, se ela não é completa não tem como as pessoas irem pra frente” C.C.
“A educação escolar está razoável, as escolas particulares se aprofundam nos assuntos, enquanto a publica só da o assunto “por cima”. A falta de interesse dos alunos também atrapalha.” L.R.L.
“A educação de um modo geral não esta lá grande coisa. Porque a educação que alguns pais dão em casa, não é muito boa e isso reflete na escola com os alunos. E já a educação da escola não é muito boa porque há professores que não deveriam ser chamados de professores” N.C.C.
“ A educação hoje esta muito diferente do passado os alunos não respeitam os professores e tem uns que não respeitam nem os pais” B.B.
“ Eu vejo a educação da seguinte forma, como algo que precisa de mudanças imediatas, porque da maneira que está não pode continuar” F.C.M.
“ A educação hoje está super avançada, mas as pessoas não querem aprender pois passam o tempo todo falando de tecnologias” M.B.D
A partir desses depoimentos, percebemos que nossos alunos apresentam preocupação com a qualidade da educação escolar e que fazem um juízo de valor, analisando, inclusive, a atuação dos professores e destacam também o mau uso das tecnologias.
Quando buscamos encontrar os “culpados”para a educação estar desta forma, também recorremos à opinião dos alunos e, muitas vezes fomos surpreendidos pela própria consciência destes, apresentamos a seguir o pensamento:
“Uma parte somos nós mesmo, que não nos interessamos pela aprendizagem, e outro culpado é o governo que não se preocupa tanto com o nosso ensino, (menos ensino, poucas pessoas se rebelaram contra o que o governo faz de errado.” C.L.A
“Os adolescentes de hoje, que pensam que sabem tudo, não ligam para o que os mais velhos dizem” G.
“O governo por investir pouco e a maioria dos jovens, que não se interessam e alguns professores que fingem ensinar” T.S
“E uma culpa geral, é dos próprios alunos, pais e professores.”M.G.D
“Todos nós somos culpados, por a educação estar desse jeito, muitos pais, nem ligam pros filhos.” K.C.
Certamenteque, buscar os “culpados” para acondição em que se encontra a educação hoje, não trará a solução para os problemas constatados, os alunos ao se admitirem culpados, podemos dizer que é o primeiro passo para a mudança. Acreditar que a transformação da educação é algo distante da organização da sociedade, também é utopia.
Quando indagamos sobre o projeto de vida de cada um, obtivemos respostas muito interessantes e também intrigantes, que nos fazem refletir sobre a função da escola:
“ Sim, tenho em fazer uma boa faculdade e ser alguém que meus pais tenha bastante orgulho” M.V.R
“Sim, todos temos, mas realizado que é dificio, mesmo você estudando, as vezes você não conseque o que quer.” M.B.
“Sim, procuro sempre evoluir jamais parar depois de concluir o ensino médio, pretendo fazer Educação Física, para abrir um negócio próprio uma academia de musculação.”R.L.
“Assim como eu, acho que a maioria tem seu projeto de vida, de futuramente ter um bom emprego, sua casa, uma esposa, e filhos por final uma família linda e com um salário bom.” M.C.P.
“Montar meu próprio negócio de confeitaria é uma coisa que eu gosto e me acalmo quando estou na cozinha.” C.E.A.
“Sim, se formar, fazer faculdade e crescer na vida.” M.G.D
“Sim, estudar e ter uma boa faculdade para ser alguém respeitado pela sociedade.” T.S.
Observamos que muitos entendem que fazer uma boa faculdade vai proporcionar um bom salário, respeito e dignidade na sociedade, outros, de forma simples, entendem que o trabalho e a dedicação farão com que encontrem o seu ideal de vida, que lhes trará uma realização pessoal e profissional. Podemos assim concluir que esse grupo de alunos tem clareza de que estudar fará a diferença em suas vidas.
“Partimos da óbvia constatação de que esses jovens com os quais nos relacionamos diariamente em nossas escolas têm coisas a aprender, contudo, apostamos em nossa capacidade de aprender com eles a experiência de viver de forma inovadora, criativa e solidária o tempo de juventude. Os jovens sujeitos do Ensino Médio nos trazem cotidianamente desafios para o aprimoramento de nosso ofício de educares.” (O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO - Etapa I – Caderno II.)
A constatação de que nossos alunos estão em busca de uma nova perspectiva de vida, focados no saber escolar, fortalece o nosso trabalho pedagógico, fazendo com que sintamo-nos mais ainda responsáveis pelo processo de desenvolvimento e como destaca Immanuel Kant,no texto filosófico, ‘O Esclarecimento”, onde define que:
“Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapereaude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento.”
O nosso comprometimento de fazer com que nosso aluno tenha esclarecimento, que supere o processo de menoridade imposta pela sociedade, preguiça e covardia e tome as rédeas de seu desenvolvimento, assumindo os seus compromissos com seriedade e conquistando seu espaço no meio onde vive.
Referencial Bibliográfico
COTRIN, Gilberto, MIRNA Fernandes, Fundamentos de Filosofia – 1ª edição – São Paulo: Saraiva, 2010.
Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno II : o jovem como sujeito do ensino médio / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [organizadores : Paulo Carrano,Juarez Dayrell]. – Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2013.
MARCONDES, Danilo – Textos básicos de filosofia: dos pré – socráticos a Wittgenstein . 5ª edição. Revista. Rio de Janeiro, 2007.
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