COLÉGIO ESTADUAL NEWTON FERREIRA DA COSTA
REFLEXÃO E AÇÃO CADERNO 5 – PÁG. 12
ORIENTADORA: Vivian
PROFESSOR CURSISTA: Talita
Gestão democrática da educação e gestão democrática da escola
Na prática escolar defrontamo-nos inúmeras vezes com situações de inclusão ou exclusão nas decisões tomadas, e para ambos os casos, fica evidente a importância da gestão democrática na conquista de uma educação de qualidade.
Quando as decisões não são democráticas, excluindo grupos importantes do processo educativo, a educação perde seu sentido, pois não há educação sem diálogo.
Recentemente vivenciamos no nosso estado (Paraná) uma vergonhosa situação de exclusão praticada pela SEED, que foi a prorrogação da eleição para diretores. Tal prorrogação teve uma justificativa pouco convincente, e apenas demonstra que a gestão democrática, embora garantida por lei, é um desafio que demanda trabalho constante.
Existem outras situações contrárias à gestão democrática, não tão nocivas à educação como a citada, mas que já se tornaram práticas de exclusão que, de tão antigas, tornaram-se parte do trabalho escolar como: definição do calendário escolar com a participação de todos os envolvidos no processo educacional; organização e escolha de temas para a Semana Pedagógica com conteúdo pertinente à realidade de cada escola; busca de melhora nos índices da educação de maneira artificial, sem preocupação com ganho real em qualidade no ensino; aplicação de matrizes curriculares padrões e tradicionais, que não sem preocupam com o contexto de cada escola; etc.
As situações citadas têm em comum o fato de serem decisões que deveriam ser democráticas, mas que por motivos diversos são tomadas no âmbito das secretarias, ministérios e outros órgãos ligados aos governos, municipal, estadual e federal. Sendo assim, os motivos para tais decisões não democráticas podem resultar tanto da tentativa de padronização para facilitar o controle, quanto na manifestação de interesses políticos claros (como a melhora nos índices) ou obscuros (como no caso da prorrogação das eleição de diretores).
No entanto, na nossa prática também convivemos com situações onde a gestão democrática ocorre e podemos perceber o quanto ganhamos com o seu exercício. Dentro da escola são várias as situações de inclusão de boa parte das pessoas envolvidas no processo de ensino, nas decisões tomadas como: realização de Conselho de Classe que respeita as opiniões dos docentes; definição da organização do sistema avaliativo; atuação, ainda que não ideal, do Conselho Escolar; escolha e organização dos eventos da Semana Cultural; atuação da Equipe Multidisciplinar; etc.
Todas as situações anteriores, quando foram realizadas de maneira democrática, tornaram claras as vantagens do diálogo nas tomadas de decisões. Quando a decisão é coletiva, as pessoas envolvidas no processo se tornam mais comprometidas com a realização do trabalho, afinal só existem tomadas de decisão democráticas quando se cria o ambiente democrático. É por isso que criar, manter e aperfeiçoar um ambiente de diálogo e entendimento é um desafio que, como educadores, todos ganhamos ao assumir.