REFLEXÃO E AÇÃO: APRENDIZAGEM E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
RESUMO
A alimentação saudável é primordial para os alunos em idade escolar, pois é capaz de evitar ou diminuir déficits, carências e excessos nutricionais, além de melhorar o aproveitamento escolar. O presente artigo tem o propósito de mostrar, através dos conteúdos escolares interdisciplinares, nos conteúdos de artes, educação física, biologia, química, física, artes, filosofia, sociologia, história, geografia, matemática, inglês e língua portuguesa, a importância de uma alimentação saudável na escola. A merenda escolar servida aos escolares apresentou valores de proteína, ferro, vitamina C, zinco , cálcio e vitamina A. Sugerimos neste artigo que seja controlado o peso da população escolar, a partir de bons hábitos alimentares em casa, a partir das orientações escolares, deste envolvimento de professores e da comunidade escolar na alimentação e nos hábitos saudáveis (o valor energético e nutricional das preparações da merenda escolar oferecidas aos escolares). Foram avaliados os macronutrientes (proteínas, lipídeos), energia, vitaminas A e C, cálcio, zinco, ferro, magnésio e o sódio, além da fibra alimentar, por meio de software para avaliação dietética e de acordo com cardápios oferecidos. Os dados observados foram comparados com os padrões estabelecidos pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). As quantidades de vitamina A (162,1mg) e dos minerais magnésio (35,7mg), zinco (1,6mg) e ferro (10,5 mg) mostraram estar dentro das recomendações. Contudo, foram observados baixos valores para a vitamina C (4,19mg), para o cálcio (29,8mg) e para a fibra alimentar (3,66g); e altas concentrações de sódio (622,8mg). Percebemos que a merenda está cumprindo com seu papel quanto a evitar a desnutrição nos escolares, pois as preparações oferecidas aos escolares, representam um complemento significativo na alimentação diária para a população em questão.
Palavras-chave: Alimentação saudável; Conteúdos interdisciplinares; Merenda escolar; PNAE
1. INTRODUÇÃO
Nosso objetivo neste artigo foi abordar em conteúdos interdisciplinares de que forma é trabalhada a alimentação escolar no processo educativo no ensino médio e de que maneira se constrói bons hábitos alimentares; quais consequências podem acarretar nos alunos a falta dos nutrientes necessários na sua alimentação para seu desenvolvimento escolar. De acordo com Oliveira (1998 apud CAVALCANTI, 2009, p. 19) “O consumo alimentar inadequado, por períodos prolongados, resulta em esgotamento das reservas orgânicas de micronutrientes, trazendo como consequência para as crianças e adolescentes retardo no desenvolvimento, redução na atividade física, diminuição na capacidade de aprendizagem, baixa resistência as infecções e maior suscetibilidade a doenças.” Entretanto a influência dos pais também deve ser observada, porque os alunos do ensino médio já vêm com certos hábitos adquiridos “de casa”, pois, á sabido que a pessoa que convive com a família que tem uma alimentação diversificada tem maior probabilidades de ter hábitos saudáveis no futuro.
O presente estudo é parte de um artigo intitulado “ Aprendizagem e Alimentação Escolar” para alunos do Ensino Médio matriculados na rede estadual do Colégio Estadual Presidente Kennedy/Mgá-Pr. Abordando a questão do repasse da merenda escolar que é feito aos estados e municípios, com base no Censo Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O Programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público.
A avaliação nutricional realizada, nas aulas de Educação Física, por meio das medidas antropométricas como o peso e a altura permitiu a identificação do estado nutricional dos alunos e aquelas, cuja situação é o de sobrepeso, obesidade ou baixo peso foram encaminhadas e atendidas pela equipe pedagógica para darem orientação à família dar uma atenção especial. Além destas medidas corpóreas, a avaliação dietética, ou seja, reconhecer o valor nutricional das refeições servidas pelo colégio, é um importante parâmetro para conhecer o estado nutricional dos alunos envolvidos neste estudo. Por outro lado, os conteúdos de nutrição na alimentação saudável, foram abordados como parte das ações em educação nutricional em sala de aula do próprio colégio, proporcionando conhecimentos que promoveram a readequação ou a formação do comportamento alimentar adequado demonstrado pela escolha de alimentos saudáveis pelos alunos., a partir da interdisciplinaridade de artes, educação física, biologia, química, física, artes, filosofia, sociologia, história, geografia, matemática, inglês e língua portuguesa.
A merenda oferecida pela escola deve ser nutricionalmente adequada e na forma de refeição coletiva, em horário propício, para assegurar uma melhor disposição dos alunos aos desafios da aprendizagem, cabendo aos professores orientar seus alunos para a prática de bons hábitos de vida, pois, alunos bem alimentados apresentam maior aproveitamento e rendimento escolar, reduzindo os níveis de absenteísmo, repetência e evasão escolar, além de contribuir para o equilíbrio necessário para seu crescimento e desenvolvimento e manutenção das defesas imunológicas adequadas.
2. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
A metodologia utilizada para a realização deste artigo foi de pesquisa e revisão bibliográfica e pesquisa eletrônica, sobre o tema “Aprendizagem e Alimentação Escolar”. A pesquisa para este artigo, permitirá a possibilidade de identificação da interdisciplinaridade de áreas específicas de estudo sobre o valor nutricional dos alimentos, a importância para a saúde do ser humano.
Os alunos, na aula de de química, biologia e matemática fizeram o levantamento dos dados nutricionais, composição química dos nutrientes, quantidade (Razão e Proporção) e qualidade dos alimentos oferecidos, segundo o cardápio estabelecido pelo órgão estadual responsável. Todos os cardápios oferecidos no período foram avaliados, sendo identificado o cardápio Tipo I, com dois doces e três salgados.. Para cada preparação culinária desses cardápios, foi elaborada uma ficha técnica com as respectivas quantidades de alunos, por meio da qual foi feita a análise do valor nutricional. Tal análise foi realizada em relação à energia, aos macronutrientes, e aos micronutrientes (vitamina C, vitamina A, sódio, cálcio, magnésio e zinco), além da fibra presente nos alimentos .
3. TEMA CENTRAL DO TRABALHO
A Aprendizagem e a Alimentação Escolar, visando a interdisciplinaridade das áreas em estudo relacionando-as à alimentação escolar.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1. APRENDIZAGEM E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
Pudemos observar em várias pesquisas que a alimentação influencia no desenvolvimento e aprendizagem da pessoa. Segundo Cavalcanti (2009, p. 28) “a infância corresponde ao período de formação dos hábitos nutricionais da vida adulta. É nessa fase que se fundam as bases para uma alimentação balanceada e saudável”. Com isso, a criança cerscerá com bom desenvolvimento e capacidade de aprendizado, capacidade física, atenção, memória, concentração, energia necessária para trabalhar o cérebro. No entanto, para que isso aconteça, as atividades, leituras e as pesquisas feitas nas diversas áreas do conhecimento com nossos alunos do ensino médio, mostraram que a alimentação deve ser diversificada contendo carboidratos, lipídios, proteínas, sais minerais, água, fibras, sal, gorduras, vitaminas na quantidade certa, além da prática de exercícios.
Porém a escola também tem influência, devido uma parte do tempo, os alunos frequentarem e se alimentarem. Cabendo aos pais, a continuidade deste trabalho de manter a alimentação saudável de seu filho, de forma balanceada e equilibrada. (SANTOS, 1989, p. 161). O papel da escola é fundamental na formação dos hábitos de vida dos estudantes e é responsável pelo conteúdo educativo global, inclusive do ponto de vista nutricional, pois as consequências da alimentação inadequada nesta idade podem caracterizar uma diminuição no aproveitamento do aluno.
Ainda, sobre essa questão, o Programa Nacional de Alimentação Escolar busca formar segurança alimentar e nutricional, oferecer hábitos alimentares saudáveis e refeições saudáveis que cubra no mínimo 20% das necessidades nutricionais de acordo com a faixa etária durante o período de permanência do aluno na escola.
Percebemos então que a alimentação pode ser significativa no rendimento escolar da criança e assim a escola tem um papel fundamental para que de alguma forma esses hábitos se concretizem além de destacar a importância dos pais nesse processo, pois a alimentação da criança também deve ser observada e equilibrada em casa.
Segundo Vasconcelos (1998 apud CAVALCANTI, 2009, p. 18) a educação nutricional pode ser definida como o processo de transmitir ao público conhecimentos que visem a melhoria da saúde por meio de hábitos alimentares adequados, eliminação de práticas dietéticas insatisfatórias, introdução de melhores práticas higiênicas e uso mais eficiente dos recursos alimentares.
CAVALCANTI, 2009, p. 23, afirma que “É importante trabalhar o tema alimentação e nutrição nas escolas em decorrência do papel da alimentação na prevenção de doenças e na manutenção na qualidade de vida. A escola, portanto, deve buscar qualidade máxima, não só no ensino, mas também nas atividades que ali são desenvolvidos, como alimentação”.
O ambiente escolar é um local excelente para haver essa intervenção, pois na escola o aluno além de aprender ele leva consigo experiências que sejam significativas para ele, os professores podem propor e fazer receitas em sala com os alunos, salada de frutas, atividades relacionadas a alimentação, explicar a consequência de uma alimentação inadequada entre outros fatores. Segundo Santos (1989, p. 189) somente com um trabalho de conjunto, entre a escola e a comunidade, poderão ser superadas parcialmente os problemas causados pela alimentação insuficiente ou inadequada.
A escola se destaca como espaço privilegiado, uma vez que o indivíduo a frequenta por longo período de sua vida. É nesse ambiente que ocorrem experiências favoráveis á construção de valores, hábitos e atitudes com intuito intrinsecamente pedagógico, porém, tendo em vista também o desenvolvimento e a aprendizagem para formação social do cidadão.
A formação dos hábitos alimentares é um processo que tem início desde o nascimento com as práticas alimentares introduzidas no primeiro ano de vida. Posteriormente, vai sendo moldado, tendo como base às preferências individuais, as quais são determinadas geneticamente, pelas experiências positivas e negativas vividas com relação à alimentação, pela disponibilidade de alimentos, pelo nível socioeconômico, pela influência da mídia e pelas necessidades do ser humano. Nesta questão, vemos que o PNAE é considerado, também, um articulador, não apenas por fornecer uma parte dos nutrientes que os estudantes necessitam diariamente, mas também por incentivar e estimular a integração de temas relativos à nutrição ao currículo escolar. Uma vez que a escola é um local privilegiado para realizarmos a educação nutricional, ainda mais quando tratamos com adolescentes, uma fase bem influenciada pelas atrações da mídia e de maus exemplos. Nas aulas de inglês e sociologia, os alunos pesquisaram e chegaram à conclusão de que a mídia exerce grande influência na formação dos hábitos alimentares das crianças através das propagandas tentadoras que desperta a curiosidade e vontade das pessoas principalmente das crianças. No mundo atual, o que se tem em destaque são as refeições práticas, que utilizam os produtos industrializados. Mais um motivo para a alimentação escolar priorizar no seu dia a dia os alimentos culturais e saudáveis e contribuir na formação dos estudantes.
Nossos pais e alunos, têm consciência da qualidade, da variedade e da importância dos alimentos oferecidos na escola, o que favorecem a saúde e a aprendizagem de cada educando. Além do mais, os alunos estão criando hábitos alimentares saudáveis, estão aprendendo a importância de cada alimento para sua saúde e o respeito aos hábitos alimentares locais.
A definição do cardápio escolar significa estabelecer o que os alunos vão comer na merenda a cada dia da semana, observando os critérios sobre a alimentação saudável. Significa também um planejamento sistemático, em que serão observadas as peculiaridades quanto a hábitos e restrições alimentares de cada aluno, a oferta e a produção de gêneros alimentícios da região e a estrutura da cozinha para a preparação dos alimentos.
O planejamento sistemático e adequado do cardápio da alimentação escolar é tão importante porque:
*Conduz o processo de compra dos produtos a serem consumidos;
*Condiz com os hábitos alimentares e a vocação agrícola da região, respeitando safras e particularidades;
*Colabora com a qualidade da alimentação servida aos alunos;
*Contribui para o atendimento das necessidades nutricionais necessárias ao bom desenvolvimento e crescimento dos alunos e da melhoria no processo ensino/aprendizagem;
*Coopera para a aquisição, manutenção ou mudança de hábitos e práticas alimentares;
*Permite o atendimento às crianças que sofrem de restrição alimentar ou que necessitam de alimentação especial em razão de problemas de saúde;
O cardápio da nossa escola está priorizando alimentos saudáveis e está respeitando os hábitos alimentares locais. E, sobre o armazenamento dos alimentos, preenche todos os requisitos de armazenamento, como:
*Os alimentos presentes no estoque correspondem aos alimentos presentes no cardápio.
*O estoque está limpo e organizado.
*Os alimentos estão separados por grupos: pilha de arroz, pilha de macarrão...
*Não há alimentos abertos no estoque.
*Há controle do recebimento de alimentos na escola (em planilhas, mapas, etc.).
*Os alimentos que estão próximos do vencimento são utilizados primeiro.
*Há ausência de alimentos vencidos do estoque.
*Há ausência de caixas de madeira ou papelão dentro do estoque.
*Há ausência de alimento em contato com o chão.
*Há ausência de insetos e roedores no estoque como barata, rato, e outros.
Pudemos perceber que o estoque do Colégio Estadual Presidente Kennedy, está adequado, atinge as necessidades nutricionais e de saúde do alunado, contribuindo assim, com a formação física e intelectual dos estudantes.
Os pais muitas vezes acabam comprando alimentos semi-prontos devido a correria do dia, facilitando na preparação das refeições, deixando de se preocupar com os hábitos alimentares da família e se preocupando somente na praticidade e na economia de tempo, frequentando praças de alimentação em shoppings, Subway, Mac, Mrs.king, Bob's, e outros lugares de alimentação, que além de serem “caros”, têm o mínimo de valor nutricional. Sobre esta questão, na aula de biologia, os alunos concluiram que, tudo aquilo que ingerimos exerce um grande impacto sobre a função cerebral, podendo interferir no humor, no pensamento, no comportamento, na memória, no aprendizado e no envelhecimento celular. Através de uma alimentação colorida e variada, podemos fornecer os nutrientes necessários para manter o cérebro ativo e saudável. A alimentação está diretamente relacionada ao aprendizado, sendo a base deste. Um aluno bem nutrido tem maior facilidade para aprender, melhor desempenho em suas atividades, maior concentração e desenvolvimento adequado. E, em observação de três semanas seguidas na instituição perceberam que de segunda, quarta e sexta feiras, são servidos feijão, arroz, salada, frutas, ovo cozido, carne cozida de frango, de boi, de peixe e de porco, frango empanado, polenta com molho de frango, macarrão, bolacha salgada, além de outras misturas como purê, farofa, mandioca, milho. E na terça a na quinta feiras, são servidos doces acompanhados de frutas como arroz doce, canjica, salada de frutas, bolo de milho, mel, chá, bolacha doce, iogurte de morango, ou coco, ou de salada de frutas com sucrilhos de baunilha ou de chocolate, doce de abóbora e de leite com pão, barrinhas de cereal, sucos de goiaba, maracujá e morango.
Já a cultura alimentar consiste em hábitos alimentares que são passados de geração em geração. Por exemplo, uma preparação que faz parte da cultura alimentar brasileira é o arroz com feijão, combinação nutricionalmente rica e adequada.
Segundo Cavalcanti (2009, p. 27)”A escola constitui-se num ambiente valioso para o desenvolvimento de ações educativas na área da nutrição e saúde e, também, por dispor de recursos, como é o caso, na rede pública de ensino, do programa de alimentação escolar que possibilita aos alunos a oportunidades de acesso a alimentos saudáveis.”
A alimentação não saudável durante a fase escolar é responsável pelo baixo peso, atraso no crescimento e desenvolvimento físico e mental, além de favorecer a repetência escolar e o desenvolvimento de doenças, tais como: infecções, doenças do coração, obesidade, hipertensão arterial e diabetes, que poderão comprometer a vida adulta. Daí a importância de que os escolares tenham acesso a uma alimentação adequada e saudável.
A promoção da alimentação saudável é recomendada para todas as faixas etárias e, particularmente, na infância, quando os hábitos alimentares estão sendo formados e as ações para educá-los de como comer melhor têm maiores probabilidades de sucesso. Aliado a isso, se ressalta a alimentação para a criança em idade escolar, em virtude das suas necessidades nutricionais que devem ser atendidas em todos os pontos: energia, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras.
Vamos entender por que a alimentação escolar contribui para uma educação de qualidade e qual a relação entre alimentação e educação.
Com relação ao cardápio elaborado na rede estadual é o melhor possível, e está dentro dos recursos financeiros disponibilizados. Ainda buscamos maior diversificação nas preparações assim como maior oferta de frutas. Os alunos que ficam meio período na escola e faz a refeição tem 30% das suas necessidades nutricionais diárias e para os alunos que ficam na projeto no período integral têm 70% das suas necessidades nutricionais atendidas diariamente.
Assim, a alimentação é fundamental para uma educação de qualidade e o sucesso de cada estudante. Assim, várias ações podem ser adotadas na escola para atingir os objetivos propostos. A escola deve assumir sua responsabilidade na promoção da saúde dos escolares, orientando e estimulando a produção e o fornecimento de refeições e lanches de qualidade. E, as práticas pedagógicas devem e atualmente são voltadas ao tema da alimentação saudável; devem ser fortemente estimuladas com a divulgação de material de apoio didático aos professores e aos funcionários, em especial, os educadores da alimentação escolar, tornando possível à realização de atividades coletivas com este tema.
Assim, percebemos que nossos alunos ficaram bem orientados sobre a importância de cada alimento para seu próprio bem estar físico, mental, emocional, inclusive social. E, que constatamos que os pais, os professores, nutricionistas e a escola tem grande importância em relação à construção da cultura alimentar dos educandos, promovendo uma mediação de modo que auxilie o aluno nas suas escolas entre o que é gostoso e não saudável e entre o que é bom e saudável.
4.2. FNDE / PNAE
As políticas educacionais têm como objetivo desenvolver diversos programas que solidifiquem e implementem a Educação no país. Para qualificar e melhorar a educação, são necessários investimentos e programas específicos, tanto do governo quanto da sociedade.
O FNDE foi criado pela Lei 5.537, desde 21 de novembro de 1969, É uma Autarquia Federal vinculada ao Ministério da Educação com o objetivo de Promover recursos e executar ações para o desenvolvimento da educação.
O FNDE conta com recursos provenientes do Tesouro Nacional e, sua maior fonte vem da receita de arrecadação da contribuição social do salário educação.
Desde 2004 atendendo as prioridades que o governo vem conferindo à educação.
O FNDE tem a função de desenvolver e executar programas para para uma educação de qualidade garantida a todo cidadão. Foi criada pela Lei nº5.537, de 21 de novembro de 1968, modificada pelo Decreto – Lei nº872, de 15 de setembro de 1969, Autarquia Federal, vinculada ao Ministério da Educação.
Os principais programas :
* Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae);
* Programa do Livro Didático (Pli);
* Programa Nacional do Livro;
* Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM);
* Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE);
* Programa Nacional da Biblioteca da Escola para Ensino Médio (PNBEM);
* Programa Nacional do Livro Didático para Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA);
* Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE);
* Programa do Transporte Escolar (PTE);
* Programa Brasil Alfabetizado (Bralf);
* E outros.
No Brasil, a Alimentação Escolar passou a ser um recurso em todo o território nacional através do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). E, para que esse recurso chegue à escola, o MEC possui o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), com o Programa Nacional de Alimentação Escolar.
A Constituição Federal é a maior lei de nosso país. Sendo assim, o que a Constituição tem haver com a alimentação escolar? Em seu artigo 208, inciso VII, descreve que o dever do Estado com a educação será efetivado com a garantia de: VII – atendimento ao educando, através de programas suplementa material didático, transporte, alimentação, assistência à saúde e outros. Sendo assim, a alimentação escolar é um direito adquirido do aluno, garantido pela Constituição Federal.
Desde 1998, o PNAE é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que é uma autarquia do Ministério da Educação (MEC). E tem como objetivo atender às necessidades nutricionais dos estudantes, durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolar.
O Programa é universal, pois beneficia todos os estudantes inseridos no PNAE, independente da condição social, raça, cor, etnia e religião. Entre os países da América Latina, apenas o Brasil e o Uruguai desenvolvem programas universais de alimentação escolar, os demais países desenvolvem programas focalizados, ou seja, para um grupo específico.
O PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar, mais conhecido como merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e visa à transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. É considerado um dos maiores programas na área de alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento universalizado. Implantado em 1955, esse programa prioriza garantir a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica matriculados em escolas públicas e filantrópicas, suprindo parte das necessidades nutricionais durante a permanência na escola (CRUZ, 2001; BRASIL, FNDE, 2009b).
Atualmente, a União faz o repasse aos estados e municípios por dia letivo para cada aluno, com base no censo escolar realizado no ano anterior (BRASIL, FNDE, 2009b), sendo definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino:
Creches: R$ 1,00
Pré-escola: R$ 0,50
Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,60
Ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos: R$ 0,30
Ensino integral: R$ 1,00
Alunos do Programa Mais Educação: R$ 0,90
Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contra turno: R$ 0,50
Assegurado pela Constituição de 1988, o PNAE tem caráter universal e, segundo o FNDE, atende todas as modalidades de ensino mencionadas. (BRASIL, FDNE, 2009a).
O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no Censo Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O Programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público.
O orçamento do Programa para 2015 é de R$ 3,8 bilhões, para beneficiar 42,6 milhões de estudantes da educação básica e de jovens e adultos. Com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% desse valor – ou seja, R$ 1,14 bilhão – deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades. (http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar/alimentacao-escolar...)
Assim, por meio da distribuição de refeições, o programa visa atender às necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência na escola, favorecendo a aprendizagem dos estudantes. Além disso, busca contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, e a formação de práticas alimentares saudáveis por meio de ações de educação alimentar e das refeições oferecidas no âmbito escolar (CRUZ, 2001; BRASIL, FNDE, 2009).
Ressalta-se ainda que a infância constitui-se a base da formação do ser humano e que a escola possui o papel fundamental de orientar para valores, inclusive aqueles relacionados ao comportamento alimentar do aluno. Desta forma, a alimentação escolar apresenta a função de suprir parte das exigências nutricionais do crescimento e manutenção orgânicas, bem como a de proporcionar modelos de refeição de qualidade nutricional adequada e promover a formação de bons hábitos alimentares. A adequação da alimentação oferecida aos escolares, portanto, deve cumprir tais funções, respeitando as determinações do Programa estabelecido, o PNAE.
Nas aulas de História e Geografia, foram levantados os estudos de que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é reconhecido pela United Nations Children’s Found (UNICEF) como o maior programa de alimentação do mundo. É o mais antigo programa social do Governo Federal Brasileiro, atendendo durante os 200 dias letivos a 37 milhões de crianças e adolescentes por dia, correspondendo a 21% da população brasileira.
Por meio da distribuição de refeições durante o intervalo das atividades escolares, o PNAE visa atender às necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento e a aprendizagem dos estudantes, bem como para a formação de bons hábitos alimentares. Neste sentido, há comprovações de que há menor percentual de desnutrição entre escolares que recebem alimentação escolar em relação aos que frequentam escolas que não a oferecem ou alunos não matriculados em escolas. Questões estas, tratadas nas aulas de educação física e matemática.
Sobre ainda esse assunto, foi levantado nas aulas de história e geografia que o problema nutricional mais frequente em todo mundo é, na maior parte, a deficiência crônica de energia. Estimativas indiretas das Nações Unidas, baseadas na disponibilidade nacional de alimentos, informada pelos diversos países do globo, dão conta de que mais de 500 milhões de pessoas se apresentam cronicamente desnutridas. Apesar da redução mundial da prevalência da desnutrição infantil, atualmente é o problema de saúde pública mais importante dos países em desenvolvimento. Trata-se de uma doença de origem multicausal e complexa que tem suas raízes na pobreza. Em escolares, a nutrição insuficiente induz o organismo a lançar mão de seu mecanismo mais eficiente para economizar energia, de modo que, adaptando-se a essa menor oferta, evita riscos à sua própria sobrevivência e diminui assim sua velocidade de crescimento, chegando a anulá-la completamente em casos extremos, além de causar alterações metabólicas e enzimáticas, déficit neuropsicomotor, diminuir a resistência às doenças, principalmente às infecções, contribuindo de maneira significativa para maiores índices de morbi-mortalidade. Levantamento este, nas aulas de biologia.
Nas aulas de língua portuguesa, foram feitas pesquisas eletrônicas e descobriram que no Brasil, notou-se a presença da transição nutricional, caracterizada pela redução na prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade não só na população adulta, mas também em crianças e adolescentes. As causas podem estar ligadas às mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares, como a prática de assistir televisão por várias horas por dia, a difusão dos jogos eletrônicos e o aumento do consumo de alimentos ricos em sal e gorduras.
O sobrepeso é o excesso de peso previsto para o gênero, altura e idade, de acordo com os padrões populacionais de crescimento, podendo representar ou não excesso de gordura corporal; enquanto a obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de energia, sob a forma de triglicérides, no tecido adiposo, e frequentemente provoca prejuízos à saúde. Foi levantado também que a obesidade na infância está diretamente relacionada à obesidade na vida adulta; que a arterosclerose e a hipertensão são processos patológicos que também começam na infância e estão relacionados à obesidade, bem como, diabetes mellitus tipo II, problemas ortopédicos, apnéia do sono, distúrbios alimentares, e outros. Não apenas a saúde física fica comprometida, mas crianças obesas podem desenvolver também a baixa auto-estima, podendo, inclusive, afetar o desenvolvimento escolar e as suas relações sociais, bem como trazer consequências psicológicas a longo prazo – levantamento este feito nas aulas de filosofia e sociologia.
Ainda em relação a essa questão, nas aulas de artes, os alunos descobriram que, devido à influência dos avanços tecnológicos e da transição nutricional na indústria de alimentos, a qualidade dos produtos é preocupante, vem se diminuindo o consumo de alimentos ricos em micronutrientes, como as frutas e hortaliças, e aumentando a ingesta de alimentos com baixo valor nutricional, como salgadinhos, bolachas recheadas e frituras. (GARCIA, 2003)
Assim, um grande desafio para os profissionais de saúde é estimular o contato com preparo de alimentos que sejam saudáveis e atrativos, proporcionando prazer e respeitando a cultura dos indivíduos e de seu grupo social, pois os hábitos alimentares não adequados estão associados a diversos prejuízos à saúde, entre eles a obesidade, que contribui para o aumento e a prevalência de morbidade e mortalidade na vida adulta.(ALMEIDA; NASCIMENTO; QUAIOTI, 2002).
Pois, sabemos que os hábitos alimentares desenvolvidos desde a infância refletem decisivamente na adolescência e na vida adulta, sendo fundamental a prática alimentar, baseada numa dieta balanceada para o crescimento e desenvolvimento saudável, juntamente com a família e professores. As atitudes, o conhecimento, habilidades e comportamentos desenvolvidos através de programas de saúde e nutrição nas escolas, direcionados para a conscientização de que adquirir hábitos saudáveis trará melhor qualidade de vida,
Por isso, nosso interesse de trabalhar este tem com nossos alunos do ensino médio. As atividades educativas promovem uma alimentação adequada que é de fundamental importância durante toda a vida, pois contribui decisivamente para o crescimento e o desenvolvimento fisiológico, a manutenção da saúde e do bem-estar do indivíduo. Uma vez que também precisa de um suporte equilibrado de nutrientes, para possibilitar seu apropriado desenvolvimento cognitivo e psicomotor. (ALBIERO; ALVES, 2007)
Diante de todo esse contexto, observa-se que a escola surge como um espaço propício para o desenvolvimento de ações relacionadas à educação em saúde, incluindo programas de educação nutricional, os quais consistem em processos ativos, lúdicos e interativos, que possam auxiliar nas mudanças de atitudes e nas práticas alimentares (SCHMITZ et al., 2008).
Nessa conjuntura, buscamos avaliar e propusemos algumas estratégias de educação alimentar com nossos alunos do ensino médio, para a promoção de hábitos saudáveis, como palestrantes nutricionistas, pesquisas de curiosidades alimentares e do funcionamento do corpo humano, jogos e atividades.
4.3. PRÁTICA PEDAGÓGICA PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Todo o trabalho pedagógico a ser realizado e as técnicas em alimentação escolar desempenham um papel relevante na educação dos alunos; o significado deste trabalho e as práticas profissionais desenvolvidas nas escolas devem ser redimensionadas de modo a possibilitarem a sua integração à equipe educativa nas atividades promotoras de saúde e de educação.
Nossa clientela, é uma população que se encontra em situação de insegurança alimentar. Vemos que muitos de nossos alunos, correm o risco de não terem alimentos todos os dias e, às vezes, a alimentação escolar é a única refeição completa do dia, vindo a alimentar-se somente no dia seguinte.
Uma vez que, como já vimos no decorrer do trabalho, destacam-se, a partir da situação acima, outras condições desfavoráveis que podem comprometer o estado nutricional destes alunos, seja por excesso de alimentos calóricos ou pela falta de alimentos, como por exemplo: ingestão inadequada, doenças nutricionais (ex.: anemia, falta de vitamina A e iodo), fatores psicológicos, sociais e modo de vida.
A profissionalização contribui decisivamente na aceitação do alimento e na aprendizagem do aluno, colabora na transmissão de bons hábitos alimentares e no despertar do aluno por uma alimentação saudável.
Com o presente estudo, pode-se concluir que mudanças nos cardápios são necessárias, reduzindo-se a quantidade de energia e sódio, já que estes se encontram acima dos valores recomendados pelo PNAE. Em relação às vitaminas e aos minerais, merece ser enfatizado o aumento da oferta de vitamina C e do cálcio, além da fibra. Novos produtos podem ser incorporados às preparações oferecidas, conforme a lista de produtos considerados básicos pelo FNDE, favorecendo maior variabilidade dos cardápios. Deve-se, no entanto, buscar alimentos de qualidade que atendam, o máximo possível, às recomendações para alimentação adequada, como proposto nas diretrizes do PNAE. Além disto, para o preparo das refeições devem ser consideradas as diferenças regionais e culturais, além da disponibilidade de alimentos em cada local.
As inadequações da alimentação infantil oferecida no âmbito escolar têm sido alvo de estudos em diferentes regiões do país, indicando tanto déficit como excesso de energia, ou de nutrientes, e apontando para a necessidade de monitoramento pelos conselhos designados para tal função e ainda o suporte de instituições de ensino superior com o genuíno intuito na colaboração na qualidade da alimentação para potencializar desenvolvimento, melhorar o rendimento escolar e reduzir riscos de saúde atuais e futuros.
4.4 NUTRIENTES E NUTRIÇÃO
Nas aulas de biologia e educação física, os alunos entenderam que todos os nutrientes são muito importantes para a manutenção do bom funcionamento do nosso organismo, por isso devemos manter uma dieta balanceada.
Quando falamos em nutrição, podemos defini-la como processos que vão desde a ingestão dos alimentos até à sua absorção pelo nosso organismo. Os seres humanos são seres heterotróficos e onívoros, ou seja, alimentam-se de outros organismos e mantêm uma alimentação muito variada, composta de produtos de origem vegetal e animal.
É muito importante ter uma dieta balanceada, constituída por proteínas, vitaminas, sais minerais, água, carboidratos e lipídeos, que são as fontes de energia e matéria-prima para o funcionamento das células. O nosso organismo consegue produzir grande parte das substâncias de que necessita, a partir da transformação química dos nutrientes que ingerimos com a alimentação. Mas existem outras substâncias nutritivas que não são produzidas pelo nosso organismo, sendo necessário obtê-las prontas no alimento. Essas substâncias são chamadas de nutrientes essenciais e, além das vitaminas, podemos citar alguns aminoácidos que o corpo não consegue produzir, como isoleucina, leucina, valina, fenilalanina, metionina, treonina, triptofano e lisina, chamados de aminoácidos essenciais.
As proteínas que ingerimos na alimentação fornecem aminoácidos às células, que os utilizam na fabricação de suas próprias proteínas. São substâncias que constituem as estruturas do nosso corpo e são chamadas também de nutrientes plásticos. Os aminoácidos essenciais devem ser obtidos a partir da ingestão de alimentos ricos em proteínas, como carne, leite, queijos e outros alimentos de origem animal. Mas sempre lembrando que o consumo em excesso de produtos de origem animal pode causar alguns prejuízos ao organismo.
As vitaminas são substâncias orgânicas consideradas como nutrientes essenciais. São substânciasnecessárias em pequenas quantidades, mas que influenciam muito no bom funcionamento do nosso organismo. A maior parte das vitaminas auxilia as reações químicas catalisadas por enzimas e a sua falta causa sérios prejuízos ao organismo.
Os sais minerais são nutrientes inorgânicos muito importantes para o bom funcionamento do organismo de todos os seres vivos e a falta de alguns desses minerais pode prejudicar o metabolismo.
A água não é um nutriente, mas é fundamental para a vida. Além de sua ingestão na forma líquida, há também a água ingerida quando nos alimentamos, pois ela faz parte da composição da maioria dos alimentos.
Outros nutrientes orgânicos muito importantes para os organismos vivos são os carboidratos (também chamados de glicídios) e os lipídios. Esses nutrientes têm a função de fornecer energia para as células e por isso podem ser chamados de nutrientes energéticos.
Nas aulas química, o objetivo deste trabalho foi avaliar o valor energético e nutricional das preparações da merenda escolar oferecidas aos escolares matriculados neste colégio. Foram avaliados os macronutrientes (proteínas, lipídeos), energia, vitaminas A e C, cálcio, zinco, ferro, magnésio e o sódio, além da fibra alimentar, por meio de software para avaliação dietética, de acordo com cardápios oferecidos. Os dados observados foram comparados com os padrões estabelecidos pelo PNAE. As quantidades de vitamina A (162,1mg), minerais magnésio (35,7mg), zinco (1,6mg), ferro (10,5 mg), vitamina C (4,19mg), cálcio (29,8mg), fibra alimentar (3,66g); sódio (622,8mg), mostraram-se dentro das recomendações. Os resultados não evidenciam a necessidade de adequações no conteúdo nutricional das preparações oferecidas aos escolares, uma vez que estas representam significativo complemento na alimentação diária para a população escolar em questão.
Nas aulas de matemática, os alunos, os alunos pesquisaram e descobriram a questão do consumo dos homens, que é de aproximadamente 2.367 Kcal/dia, e significativamente superior ao das mulheres, de 2.079 Kcal/dia. Concluíram que, com esse balanceamento, estarão se alimentando, diariamente, bem. Precisam apenas ter cuidado para não engordar, com tantas gostosuras à mesa. Para se alimentar bem, não basta consumir apenas a quantidade energética mínima recomendada pela FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, mas também utilizar alimentos frescos, variados e que proporcionem uma alimentação balanceada e saudável.
4.5 A HISTÓRIA E A CULTURA DA ALIMENTAÇÃO
Nas aulas de história, os alunos aprenderam que a comida saiu da cozinha e o processo de comer deixou de ser apenas necessário à nutrição e tornou-se algo que caracteriza os indivíduos social e culturalmente, produzindo sentimentos relacionados ao ato de comer. Como aponta Santos “a cozinha e a comida passaram a ser objetos de estudo com a devida atenção ao imaginário, ao simbólico, às representações e às diversas formas de sociabilidade ativa”. Nesse sentido, o sentimento que envolve a comida tornou-se objeto de estudo histórico, pois, ao sentar-se à mesa para tomar uma refeição as pessoas interagem entre si e com o próprio alimento, recuperando os tempos da memória gustativa. O estudo da alimentação sob a perspectiva histórica possibilita a análise das trocas culturais entre os povos, revelando vestígios de continuidades e descontinuidades ao longo do processo histórico vivenciado pelas sociedades. A História e Cultura da Alimentação torna-se parte importante da História ao demonstrar que o alimento constitui uma categoria histórica, pois como afirma Santos “comer é um ato social”, uma vez que interagem atitudes ligados aos usos, costumes, sentimentos, culturas e situações. Nesse sentido, “o que se come é tão importante quanto quando se come, onde se come e com quem se come”, localizando o lugar da alimentação na História, pois ela diz muito sobre a educação, a civilidade e a cultura dos indivíduos.
Dessa forma, a alimentação é um objeto de estudo repleto de vertentes e focos possíveis, tornando-se válido o estudo sobre a alimentação no interior da escola, espaço de aprendizagem que carece de uma boa alimentação para ser bem desempenhado. Como afirma Santos, “O objeto da História da Alimentação tem entradas e saídas múltiplas, pois concerne o tempo e o espaço, atravessa o cruzamento do biológico e do cultural, do social e do econômico, do político e do religioso, das ciências e das técnicas, das atitudes e comportamentos, das normas e representações.” Nesse sentido, a questão da alimentação atinge nossas preocupações e em qualquer reflexão sobre a evolução da sociedade.
Partindo da consideração do alimento como uma categoria histórica, o estudo da História e Cultura da Alimentação entende a comida e o comer como um universo no qual se preserva de forma mais habitual e até mesmo afetiva, tradições sociais, sejam elas coletivas e ou familiares.
O processo de educação perpassa toda essa evolução da sociedade, dialogando intimamente com a História da Alimentação, pois o alimento está presente também no interior das escolas. Segundo Moysés e Collares, até a década de 50 inexistia qualquer proposta sistematizada de merenda nas escolas. Para as autoras, “A merenda é criada, assim, enquanto programa oficial, como mais um programa de suplementação alimentar. Esse caráter é explicitado em seus próprios objetivos, em que se destaca o primeiro: melhoria das condições nutricionais e da capacidade de aprendizagem e consequente redução dos índices de absenteísmo, repetência e evasão escolar. Os demais objetivos são: o aumento da resistência das crianças às infecções; melhoria dos hábitos alimentares dos escolares e das condições de ingresso às escolas, através da proteção aos pré-escolares.”
A merenda surge, então, como uma maneira de erradicar a subnutrição, visando o melhor aproveitamento escolar, sendo capaz de desenvolver nos alunos significados, representações e sentimentos que vão além do universo nutricional, atingindo a dimensão cultural. As relações entre o espaço destinado à alimentação escolar – possível refeitório, seu uso e a constituição do próprio alimento usado como merenda são fundamentais para que se encontrem os significados relacionados ao ato de comer na escola, que se constitui em um espaço e um tempo, uma prática que tem suas características próprias e que estão vinculadas a questões culturais mais amplas sobre a alimentação.
Essas questões, dentro e fora da escola, estão implicadas na construção e circulação de representações e significados que vão sendo produzidos nesses alunos, como se pensam e pensam os outros a partir de sua relação com os rituais relacionados ao comer.
Certeau aponta que a vida cotidiana é repleta de significações, pois os seres humanos relacionam-se consigo mesmo e com os outros em determinado espaço de tempo. Nesse ínterim, insere-se o objetivo do estudo referente ao sentimento de comer na escola, abandonando as ideias da importância meramente nutricional do alimento, e apontando para um contexto mais globalizante, observando as representações da merenda escolar no cotidiano dos alunos que fazem suas refeições na escola e observando as redes sociais e simbólicas que são construídas em torno do alimento preparado em um ambiente muito específico. Nesse sentido, Roger Chartier desenvolve o conceito de cultura e suas representações:”A história cultural, tal como a entendemos, tem por principal objetivo identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pesada, dada a ler.”
Dessa forma, a prática da merenda escolar nas escolas públicas curitibanas se constitui um objeto de estudo que envolve os significados que estão relacionados ao próprio processo de escolarização das classes populares. Aí se dá a busca por significados e representações em torno da comida e ao ato de comer na escola. Como exemplo das representações em torno do alimento está o comentário de um secretário municipal de educação do Estado do Paraná que diz, “O pior da merenda é o prato. O prato não é convidativo... Teria que se pensar em outro material para os pratos, é preciso trocar o plástico. A aparência do alimento é muito boa na panela, mas quando se põe no prato, dá vontade de chorar!”
A partir disso, pode-se perceber a importância de certas representações no cotidiano da alimentação escolar e a importância de repensar certos atos, escolhas, pensamentos e significados em torno do “comer na escola”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das atividades em sala, observações, rodas de conversa, questionários realizados durante a pesquisa e o levantamento de informações sobre a aprendizagem e a alimentação escolar, foi constatado que os alunos gostaram da intervenção na sua cultura alimentar saudável, tanto na instituição de ensino quanto no ambiente familiar. Intervenção que se fez a diferença no hábito alimentar e no aprendizado do educando.
O incentivo a boas práticas alimentares no convívio social dos alunos foi importante, pois oportunizou a formação de hábitos alimentares saudáveis mesmo a curto prazo. Nas atividades propostas, observou-se empenho e dedicação por parte dos alunos, sempre muito participativos.
Sendo assim, a família e a equipe escolar têm um papel decisivo nesta escolha alimentar dos alunos, pois os alunos perceberam que são dotados de capacidade para escolher alimentos de alto valor nutricional.
Nota-se com este estudo que a merenda está sendo eficaz quanto ao objetivo de evitar a desnutrição na população estudada, tanto por déficit de peso quanto por de estatura, prevenindo, desta maneira, a repetência e evasão escolar e problemas de saúde em geral.
Consideram também que o alto índice de excesso de peso, principalmente nos meninos, deve-se aos maus hábitos alimentares no ambiente externo à escola. Observa-se que tais condições são encontradas no Brasil em geral e até mesmo a nível internacional, portanto, é importante que medidas contra o excesso de peso e suas causas sejam empregadas com urgência maior, em âmbito familiar, escolar e de Saúde Pública.
Concluíram também que há um consumo elevado de alimentos pertencentes aos grupos dos açúcares e doces e dos óleos e gorduras por estes escolares, tendo-se uma alta ingestão de calorias vazias, que podem levar ao excesso de peso concomitante à carências nutricionais, principalmente de vitamina A e cálcio, já que são nutrientes pouco disponibilizados através da merenda escolar oferecida. Faz-se então importante o acompanhamento destas crianças por um profissional nutricionista, para que seja feita reeducação alimentar, visando a minimização do excesso de peso e das carências nutricionais.
Através das observações, roda de conversa, questionários realizados durante o artigo, foi constatado que os alunos não possuiam interferência necessária em relação a sua cultura alimentar saudável tanto na instituição de ensino quanto no ambiente familiar. Deste modo esta intervenção se faz necessária de acordo com os autores citados no artigo e podem fazer diferença no hábito alimentar e no aprendizado do educando, em todas as áreas do conhecimento do currículo comum do ensino médio.
A problematização do tema foi muita relevância e interesse por parte dos alunos, pois pode acarretar consequências na vida deles, principalmente em uma era que a mídia, a globalização e a não disponibilidade de tempo dos pais que exerce total influência no hábito alimentar dos alunos.
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