É muito difícil refletir sobre o que os alunos pensam e sentem sobre a escola de Ensino Médio, tendo em vista que estamos lidando com uma complexidade de valores, crenças, vivencias, etnias, sexualidades, visão de presente e futuro, necessidades, quantidades de hormônios, e outras coisas mais, que tornam uma sala de aula, geralmente superlotadas, um lugar de muitos pensamentos e sentimentos.
O que eles pensam, não sabemos, mas sentimos na pele o desinteresse da maioria sobre os conteúdos trabalhados nas diferentes disciplinas. Percebemos isso nas várias formas de indisciplinas que nos deparamos em nosso cotidiano, na conivência com as atitudes negativa do colega, nas reclamações quando o professor pede a leitura de um livro ou simplesmente de um texto, nas piadinhas de mal gosto quando se tenta fazer um debate sobre um assunto sério, na indisposição de se entregar um trabalho ou realizar uma prova, na não cobrança de exigir o seu direito de aprender e nas notas baixas no final do bimestre.
É claro que existem as exceções, aquele aluno que estuda, tem o habito da leitura, realiza os trabalhos, possui argumentos ao debater um assunto, tira boas notas e que é prejudicado quando o professor não consegue fazer com ele utilize de forma mais produtiva esse potencial, pois tem que recuperar aqueles alunos que pensam mal do Ensino Médio.
Talvez possamos refletir sobre o que os alunos pensam pelas inúmeras indagações que ouvimos diariamente. Essa escola é um presídio! Não gosto daquele professor! Esse conteúdo não serve pra nada? Oba, o professor faltou! Achamos melhor não seguir por esse caminho!
Os “especialistas” afirmam que o desinteresse dos alunos está relacionado com a dificuldade em se atribuir um sentido às disciplinas e aos conteúdos trabalhados, outros afirmam que o professor não realiza uma aula atrativa para os alunos. Após uma grande discussão, chegamos a conclusão que os especialistas estão com toda razão! Temos que seguir os conteúdos determinados pelos PCNs, a grade curricular das disciplinas é determinada pela SEED, nas salas de aula mal encontramos quadro negro e giz, o laboratório não possui reagentes ou estão ultrapassados, saída de campo é difícil transporte, textos para leitura temos que imprimir com o nosso dinheiro, filmes temos que usar o DVD das nossas casas, temos que realizar debates em salas superlotadas, os alunos não se preocupam em trazer os materiais pedidos pelo professor, os alunos reclamam quando são solicitados a produzir seus conhecimentos.
Quanto a carta, talvez podemos escrever uma de indignação!
O diálogo com os alunos, com certeza é um dos caminhos para tentar amenizar muitos dos nossos problemas, podemos tentar descobrir o que os alunos pensam, sentem e querem da escola por vários meios, como: entrevistas, pesquisas, debates, redações, entre outros. Com esses dados a escola pode tentar criar soluções para vencer os inúmeros desafios que irão surgir nesse processo. Um desses desafios é tentar resgatar nos alunos o interesse em exigir o seu direito de aprender e também de exercer o seu dever de aprender, seja na escola ou na sociedade.
Lenir Lopes Cabral
Carlos Eduardo de Abreu Calixto
Monique Garcia Albuquerque
Dejanete Santos
Sanzia do Pilar Machado Kruger
Josiane C. M. Cembranel
Luiz Fabiano Rosa
Rosana Parodi da Silva
Roceleni R. Palucoski