Reflexão e ação 4 – caderno I Etapa II

COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR VICTÓRIO EMANUEL ABROZINO,
CASCAVEL – PR
Reflexão e ação 4 – caderno I Etapa II
Adriana Biancatto
Ana RitaMachado
Evi Weber
Juliana Gobbi
Michelle Scanagatta
Rodrigo José Lopes
Roseny Dalla Valle

Segundo o PPP do Colégio Estadual Professor Victório Emanuel Abrozino, o Conselho de Classe é o espaço destinado à discussão coletiva e de articulação de ações e encaminhamentos visando rever, não somente a aprendizagem do aluno, como também toda a prática pedagógica. Nessa perspectiva, objetiva:
• Acompanhar, discutir, avaliar e aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem.
• Analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho da turma, com a organização dos conteúdos e o encaminhamento metodológico.
• Reavaliar a proposta pedagógica do colégio, discutindo medidas a serem tomadas para a solução dos problemas.
• Estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação com o trabalho docente na direção do processo ensino-aprendizagem.
• Utilizar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando a comparação dos alunos entre si.
• Sensibilizar o docente sobre a importância da auto avaliação contínua de seu trabalho, visando a retomada do Plano de Trabalho Docente e aperfeiçoamento do mesmo.
• Decidir sobre a aprovação ou retenção após apuração do resultado final, caso o aluno não atinja o mínimo necessário, levando-se em consideração toda a sua produção e rendimento ao longo do ano (PPP, 2011).

Ocorre em reuniões ordinárias trimestrais e em reuniões extraordinárias quando necessárias, organizadas pela Equipe Pedagógica, sendo que as primeiras assumem caráter diagnóstico-formativo uma vez que devem desencadear novas ações por parte da equipe escolar e da família.
O desafio não reside na realização dos conselhos de classe nem nos possíveis encaminhamentos a serem indicados, mas no caráter que tais reuniões vêm assumindo ao longo do tempo. Infelizmente, tem-se notado uma versão mais sintetizada dos conselhos de classe, onde o processo de ensino-aprendizagem nem sempre é o foco principal, pois se acaba discutindo mais problemas como indisciplina e de caráter psicossocial do aluno, em detrimento dos avanços e/ou recuos cognitivos. Não se está afirmando que a questão das características psicológicas, sociais, aspectos inerentes as especificidades de cada aluno não sejam relevantes e interferentes no processo como um todo, mas estas não podem sobrepor ao aspecto primordial que é a aquisição (ou não) do conhecimento científico, que por hora é expresso em números, resultando numa avaliação de se este ou aquele indivíduo atingiu ou não o mínimo necessário para compreensão e reelaboração do conhecimento sistematizado. E nessa perspectiva, muitos encaminhamentos propostos para elucidar esses problemas e/ou dificuldades apresentadas são muitas vezes equivocados, pois partem do viés do relacionamento interpessoal do que assumir caráter formativo. Assim, surgem propostas clássicas para possíveis mudanças de metodologia, palestras de autoestima, sobre vestibulares, ENEM ou perfil estudantil para o mercado de trabalho.
Se partirmos de uma aproximação entre queixa e problema, podemos considerar a queixa assumindo um caráter de reclamação e o problema acaba assumindo um caráter de justificativa para essa queixa.
Desse modo, o atual modelo de conselho de classe baseia-se mais pontualmente nas queixas, não apresentando possíveis encaminhamentos para as questões de ensino-aprendizagem, os reais problemas, mas acaba se detendo nas queixas que geralmente são pontuais e com especificidades inerentes a uma pequena parcela do problema em si. 
Assim, uma forma de alterar esse cenário seria por meio da mudança dos encaminhamentos do conselho em si, atendo-se a avaliar o indivíduo de modo integral, focando-se nos encaminhamentos pedagógicos necessários para superar tais problemas evidenciados. Isso poderia acontecer através da realização de “pré-conselhos”, onde os resultados já estariam disponibilizados previamente, detendo-se mais nos aspectos pertinentes aos encaminhamentos didático-pedagógicos em detrimento dos aspectos puramente numéricos.