Reflexão do caderno III - PROFESSORES DO COLÉGIO ESTADUAL SEBASTIÃO SAPORSKI

O currículo é a base de nossa escola e é ele que vai nortear a ação pedagógica, a “prática pedagógica sem uma concepção que a oriente corre sempre o risco de não alcançar os objetivos propostos pela educação escolar e uma formação humana emancipadora e libertadora” (Formação de professores do Ensino Médio – Etapa I Caderno III p. 17)

Em nossas discussões chegamos ao consenso de que não há problema com nossos currículos, pois compreendemos que os conteúdos ali elencados são imprescidíveis para a construção das habilidades necessárias ao desenvolvimento da criticidade, criatividade de nossos educandos e  para habilitá-los não somente para o mercado de trabalho, mas para todas as relações sociais, desenvolvendo suas potencialidades. No entanto, para que possamos desenvolver todo o potencial que o currículo fornece à formação dos estudantes, precisamos rever nossa metodologia. Assim, entendemos que o problema imediato da educação não é o currículo e sim sua aplicabilidade, nossa questão mais premente, no momento, é a metodologia a ser trabalhada. Precisamos elaborar novas abordagens, criar mecanismos para implantar as práticas interdisciplinares. Mas, o problema é que não temos espaço, tempo e qualificação necessária para articular o conhecimento de várias disciplinas promovendo, desse modo, a autonomia crítica nos alunos. Devemos lembrar que na maioria das escolas brasileiras não há sequer infraestrutura para acomodar projetos que viabilizem a interdisciplinaridade. Em nossa atual realidade trabalhamos com salas lotadas, fato esse que dificulta lidar, ao menos, com as individualidades dos alunos, respeitando suas múltiplas dimensões, a saber, intelectual, afetiva, social, etc.
Outro problema muito recorrente nas escolas é a falta de acesso à tecnologia , ficando difícil atrair o interesse dos alunos, ou melhor, mantê-los interessados, visto que nossos jovens estão habituados a era digital. O professor está constantemente renovando sua didática para incentivar os alunos, para motivá-los, contudo somente com giz, louza e a palavra essa é uma missão praticamente inviável. Por isso, finalizamos essa reflexão com as acertivas palavras de Carrano, em O ensino médio na transição da juventude para a vida adulta p. 145
As escolas públicas, em sua maioria, são pouco atraentes, não estimulam a imaginação criadora e oferecem pouco espaço para novas experiências, sociabilidades, solidariedades, debates públicos, atividades culturais e informativas ou passeios que ampliem os territórios de conhecimento.