O ensino médio brasileiro oscilou entre o preparar para o ingresso no ensino superior, e a formação técnica para o trabalho. Em qualquer uma dessas situações houve uma fragmentação dos conhecimentos em disciplinas, valorizando algumas áreas do conhecimento em detrimento de outras.
É preciso pensar uma escola a qual se preocupa com a formação humana em sua plenitude. O planejamento escolar deve atingir as finalidades da educação básica definidas no projeto coletivo da escola.
O currículo deve compreender as dimensões culturais amplas, como as relações econômicas, de poder, e as relações de gênero e etnia. O currículo ajuda a compreender o caminho e nos coloca diante da necessidade de definirmos antecipadamente alguns pontos de chegada e caminhos possíveis para alcançar nossas intenções.
É preciso ultrapassar a meta de uma aprendizagem apenas de conceitos e teorias, relacionadas com conteúdos abstratos e indiferentes, para um ensino mais cultural que propicie uma melhor compreensão, apreciação e aplicação da ciência e tecnologia, levando-se em conta as questões sociais e, entendendo, que tanto a ciência, quanto a tecnologia são resultados do saber humano e que, portanto, estarão sempre presentes na nossa vida. Os alunos possuem capacidade de refletir e entender a construir seus próprios conhecimentos, criticar, argumentar, defender sua posição e considerar que a ciência e tecnologia irão os acompanhar durante toda a sua vida, profissão ou ambiente que estão inseridos.
Na faixa etária dos 15 aos 17 anos os educandos estão entrando no mercado de trabalho, fato que dificulta a permanência e sucesso desses, bem com a implantação da educação em tempo integral. Pois devido a situação socioeconômica muitas famílias necessitam da contribuição financeira desses jovens, ou esses jovens precisam trabalhar para seu próprio sustento.
Muitas famílias que vivem no campo tem a seguinte visão e discurso “Para que estudar se meu filho vai trabalhar na agricultura, na suinocultura ou em outra atividade agropecuária?” Essas famílias querem um estudo que possam aplicar no seu dia a dia, portanto não veem a importância na educação como esta constituída atualmente. Isso é uma característica da regional.
Todos os professores da Educação Básica devem ter a garantia do acesso a uma formação lacto ou stricto sensu, bem como a uma formação continuada, e não somente 50%.
A escolha de diretores deve continuar sendo de forma democrática, com eleições dentro de cada estabelecimento de ensino com participação dos professores, funcionários, pais e alunos. Pois essa foi uma conquista ao longo da história.
O investimento na educação deve priorizar as necessidades de cada realidade escolar e regional de maneira planejada, pois nem todas as regiões tem as mesmas necessidades.
Educar para a vida é muito mais do que simplesmente ensinar a como passar pela vida. Nós, educadores, por vezes, nos dedicamos simplesmente a formar a mente e as mãos sem formar o coração de nossos educandos." Enchemos suas cabeças" de teorias e de respostas, mas poucos ensinamos a fazer perguntas significativas. É por isso que a vida se esvazia e os valores passam a ser banalizados. Daí nasce a violência, o desencanto e o desespero que levam muitos jovens a refugiar-se em "falsos abrigos".
Considerar a diversidade e integrar as diferentes visões de mundo presentes nas escolas é um desafio para educação. É importante compreender nossos alunos e as diversidades das manifestações culturais, nas situações particulares, que expressam valores e visão de mundo, características de um grupo cultural contraposto a outro.
Devemos respeitar muito a individualidade de cada aluno, o jeito de pensar, os valores pessoais, as escolhas de cada um, os interesses particulares...prepará-los para a incerteza, para os novos desafios, para busca constante de aprimoramento: mais do que ensinar respostas prontas para tudo, deve-se ensinar que as respostas que temos são sempre provisórias. Mais do que aprender respostas de cor, é preciso aprender a fazer novas perguntas e buscar respostas sempre novas. Estamos num processo constante de evolução individual, social e cultural, não somos seres estáticos, mas dinâmicos.