REFLETINDO SOBRE O USO DO CELULAR NA SALA DE AULA

 

Eliana Braz da Silva
Geni Sales de Souza
Ivanete Souza Nascimento
Judite Puerari Borgheti
Rosinei Vacilio de Arruda
Sueli Terezinha do Nascimento

RESUMO

O presente trabalho propõe uma reflexão sobre o uso de novas tecnologias como o celular em sala de aula. Percebe-se que cada dia mais estamos envolvidos pelas tecnologias e estas já passaram a fazer parte do nosso cotidiano, no nosso trabalho e também no lazer. Todas estas novidades modificaram o modo de ser e viver das pessoas, não distante disto, vemos que a escola também passa por estas transformações, evidenciando que cada dia mais os alunos se mostram “conectados” com toda esta tecnologia. Assim, o professor pode enquanto mediador do ensino, se utilizar destes meios tecnológicos como o celular para transformar seu modo de ensinar, trazendo a criatividade aliada a tecnologia para a sala de aula.

Palavras-Chave: Ensino; Tecnologias; Celular.

ABSTRACT

This paper proposes a reflection on the use of new technologies such as the mobile classroom. It is noticed that every day we are more involved in the technology and these have become part of our daily lives, in our work and also at play. All these innovations changed the way of being and living of the people, not far from this, we see that the school also goes through these transformations, showing that every day more students to show " connected " with all this technology. Thus, the teacher can as a mediator of teaching, using technological means such as the cell to transform his way of teaching, bringing creativity combined with technology to the classroom .

Keywords : Education; Technologies; Cell.

INTRODUÇÃO

“Na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a nos comunicar, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social” afirmam Moran, Masetto e Behrens (2000, p.61).
As novas tecnologias disponíveis passaram a fazer parte da vida das pessoas em seu cotidiano, sendo vistas não apenas como algo para transmitir informação ou facilitar a comunicação entre as pessoas, mas são atualmente consideradas como um complemento de suas vidas.
Esta nova possibilidade de acesso as tecnologias de comunicação e de informação trouxe uma nova forma de viver às pessoas, assim a escola também se vê em meio a estas transformações tendo que buscar adequações para acompanhar tal processo.
Esta fase educacional atual em que vivemos, revela as velozes transformações tecnológicas que acabam por impor novos ritmos e dimensões à tarefa de ensinar e aprender (KENSKI, 2003). Ao professor e a escola cabe, portanto, estarem em permanente estado de aprendizagem e de adaptação a toda esta novidade tecnológica.
Diante disso, é importante conectar sempre o ensino com a vida do aluno, buscando chegar a este de todas as formas possíveis, isto inclui as novas tecnologias. O professor e a escola necessitam aprender a lidar com as novas fontes de informação e conhecimento para que novas ideias possam surgir, ensinando de forma mais eficaz e abrangente.
A escola fica com isto em meio a toda uma transmissão de conteúdos historicamente estruturados e as novas formas de aprender, pois os alunos estão cada vez mais ligados as novas tecnologias através do celular, computador, tablets entre outros.
Com isto, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a tecnologia na educação e como esta tem sido vista e aceita no ambiente educacional, demonstrando as percepções dos professores quanto a inserção de novas tecnologia no dia a dia do aluno.

2- A TECNOLOGIA NA ESCOLA

A escola necessita compreender o momento histórico da sociedade, suas transformações e formas de produção para o “enfrentamento das exigências da sociedade moderna” (LIBÂNEO, 1998, p.10). Pode-se perceber que há muito tempo teorias sobre como se dá a aprendizagem do aluno são criadas. Com várias concepções, estas se baseiam em observações e em experiências que visam buscar elementos para prever o comportamento dos estudantes e, assim, orientar o trabalho do professor (KRASILCHIK, 2005).
Entende-se que cada indivíduo tem sua forma de aprender, devido a uma série de fatores capazes de influenciar seu processo de aprendizagem, assim, após observação desses, é possível identificar e selecionar quais são as formas de melhor auxiliar os aprendizes (PAES, 2009).
Ao perceber então que todo indivíduo possui sua própria forma de construir a aprendizagem, é possível identificar e selecionar de fatores “que podem promover e facilitar uma melhor aprendizagem” (PAES, 2009, p.29). Nesse sentido, a escola, enquanto meio de desenvolvimento e de produção de conhecimento, deve assumir sua função educativa através de um ambiente inovador, que propicie e dê espaço à participação, a fim de formar “futuros cidadãos” (VOLSI, 2009, p.92).
No tocante à questão da aprendizagem, os professores como mediadores das informações, mostram-se figuras essenciais no decorrer desse processo. Sem essa medicação, portanto, não haveria possibilidade de ocorrer a aprendizagem, prejudicando a articulação entre conhecimentos novos e conhecimentos já existentes.
Na atualidade, as crianças, os jovens e os adultos estão cada vez mais imersos em um ambiente audiovisual, cujos produtos culturais dos sons e narrativas nas imagens em movimento interferem nas relações entre os indivíduos e influenciam na formação moral, nas identidades culturais, sociais e estéticas. Na prática pedagógica da educação básica exige-se de professores o letramento digital (TERUYA, 2010, p 93).

Pesquisadores e docentes divergem sobre essa questão da inserção de novas tecnologias na educação. Com isso, muitos discursos inflamados contra ou favor são ouvidos.
Existem professores fascinados com a possibilidade do uso de computadores e com a “nova onda” de informação escolar mostrando-se obcecados pelo novo. Outros, que representam um grupo minoritário mostram-se contrários à inserção tecnológica e ficam preocupados com os rumos que vêm sendo tomados dentro das escolas em relação às novas tecnologias. Contudo, vê-se que a escola deve ser um espaço aberto e colaborador para o conhecimento, servindo para a construção sócio afetiva, cognitiva e contribuindo para promoção da interação com o outro.

2.1 REFLEXÕES SOBRE O USO DO CELULAR NA SALA DE AULA

Veen e Wrakking (2011) relatam que muitos professores vivenciam o fato de que os alunos de hoje demandam novas abordagens e métodos de ensino para que se consiga manter a atenção e a motivação na escola.
Dessa forma, o professor com o acesso a novas tecnologias e como um orientador do processo de aprendizagem, “pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e os muitos procedimentos metodológicos, sendo importante que amplie e aprenda a dominar as formas de comunicação” (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000, p.32).
Toda mudança no comportamento social vista na atualidade envolvidas pela tecnologia, demonstram principalmente que os jovens frutos dessa Era Digital fazem e pensam conforme sua interação com o mundo a seu redor, convivendo com a exigência de todos estarem sempre conectados.
O uso do celular em sala de aula tem sido motivo cada dia mais de discussões no interior da escola, pois existem aqueles que defendem o uso do mesmo como uma ferramenta pedagógica e outros que acreditam que o uso desta tecnologia em sala compromete o bom andamento das aulas.
Muitas tem sido as pesquisas na atualidade, com vistas, a investigar as contribuições ou prejuízos deste aparelho dentro do ambiente escolar. Professores e pesquisadores tem demonstrado que ao invés de proibir as escolas deveriam usar estes dispositivos móveis como uma ferramenta pedagógica.
Para que o professor possa compreender que esta tecnologia possa se tornar uma aliada no processo de ensino aprendizagem é necessário uma capacitação docente, para que se reconheça este como fator de motivação dos alunos, propondo aulas mais atraentes, ocupando-se destes aparelhos ao oferecer atividades que exijam seu uso.
Contudo, deve-se deixar claro que ao mesmo tempo que o aluno deverá usar seu celular, haverá momento onde este mesmo aparelho deverá ser guardado, respeitando o encaminhamento pedagógico dado pelo professor.
Para Bento e Cavalcante (2013) refletem que:

Este aparelho converge vários aplicativos, entre eles, listamos alguns, os mais simples e considerados por nós de uso, também, na escola: calculadora, relógio, calendário, rádio, câmera fotográfica, jogos. Conforme o nível de sofisticação do aparelho os aplicativos aumentam. O acesso à internet possibilita a utilização de outros aplicativos (BENTO; CAVALCANTE, 2013, p.115).

Assim, a questão que se apresenta na escola nos dias de hoje, não está em proibir ou liberar o uso do celular em sala, mas ensinar a alunos e também a professores os momentos que este poderá ou não ser utilizado.
Entre as vantagens destacadas no uso do celular na sala está na capacidade de pesquisa, os educandos em sala poderão ter a oportunidade de aprender a pesquisar determinado assunto sugerido pelo professor, agilizando os resultados e a busca de informações solicitadas.
Diante disto, antes da escolar propor apenas proibir o uso deste aparelho, deve levar em consideração sua aplicabilidade na sala de aula como uma ferramenta para auxiliar o aluno em sua construção do conhecimento.

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após toda a análise e reflexão desenvolvida a partir deste estudo pode-se concluir que, as tecnologias tem se mostrado presente na vida cotidiana das pessoas e consequentemente na escola. Nos vemos portanto, frente ao desafio de integrar tais tecnologias ao processo de ensino aprendizagem, buscando um ensino significativo e diferenciado no atendimento aos educandos e todas estas inovações sociais e tecnológicas que se apresentam.
Diante de todo o discurso social, cultural e pedagógico, que defende o potencial inovador das tecnologias na escola, diversos órgãos e instituições educacionais públicas e privadas puderam iniciar experiências práticas de introdução destas no ensino.
As análises que vêm, atualmente, sendo produzidas nessa área buscam levantar as possíveis influências das tecnologias em algumas áreas do conhecimento, o que se demonstra no interior das escolas é que os celulares vem sendo muito utilizados, mas a utilização destes é por vezes apenas como uma ferramenta, quando deveriam servir para a colaboração no processo de construção da aprendizagem do aluno.
Hoje vê-se que existem muitas tecnologias educacionais da comunicação e da informação disponíveis na escola, contudo, estas muitas vezes são implantadas de forma acrítica em instituições, onde os educandos são colocados frente a instrumentos aos quais não conhecem ou possuem um mínimo de conhecimento ou preparo. Com isto, passam grande parte do tempo utilizando programas prontos que não contribuem na construção ativa do conhecimento.
Este estudo leva-se, portanto, a uma reflexão de que as novas tecnologias, presentes em nosso meio, como os celulares, nos levarão a uma melhoria nas condições de vida e que irão preparar o educando e o educador para desempenhar o trabalho pedagógico na sua totalidade.

REFERÊNCIAS

BENTO,  M.C.M.; CAVALCANTE, R. dos S. Tecnologias móveis em educação: o uso do celular em sala de aula. ECCOM, v.4, n.7, p.113-120, jan./jun.  2013.
KENSKI, V.M. Aprendizagem mediada pela tecnologia. Revista Diálogo Educacional. V.4, n.10, p.47-56, set./dez. 2003.

KRASILCHIK, Myriam. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.

MORAN, J.M.; MASETTO, M.T.; BEHRENS, M.A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
PAES, Djalma Ferreira. Contribuições da Neuropsicologia para a compreensão do processo de aprendizagem. In: CAMARGO, Janira Siqueira; ROSIN, Sheila Maria (Orgs). Psicologia e Educação: compartilhando saberes. Maringá: EDUEM, 2009. p.27-41.
TERUYA, Tereza Kazuko. Formação de professores: a contribuição do programa mídias na educação. In: COSTA, Maria Luisa Furlan. Educação e novas tecnologias: fundamentos, políticas e práticas. Maringá: EDUEM, 2010, p.87-102.
VEEN, W.; WRAKKING, B. Educação na era digital. Pátio, p. 4-7, jul/set-, 2011.

VOLSI, M. E. F. As funções sociais da escola na atualidade. In: CALEGARI-FALCO, A. M. (org). Sociologia da educação: olhares para a escola de hoje. Maringá: Eduem, 2009, p. 99-112.