Que relações existem entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura?

Colégio Estadual Conselheiro Zacarias – EFM e EJA
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Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio – 2014

Professores participantes:
Célia Oliveira Quadros
Daniele Moraes Janhaki
Edson José Veiga da Silva
Graciele Dellalibera de Mello
Izabel Cristina Calzado Trindade
Hamilton Cesar do Nascimento
Paulo Soares de Souza
Raquel Angela Arpini
Renato Marin
Tania Maria dos Santos

Reflexão e Ação – caderno III
Reflexão 1
Que relações existem entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura?

Para começar o próprio professor serve de modelo profissional: cumpre o seu horário, tem seu material em dia, varia sua metodologia e recursos didáticos, promove debates abertos em sala, faz aulas de campo. Enfim, ele mesmo já está servindo de elo entre conteúdo didático e mundo exterior.
Com certeza, quando todos os professores trabalham em conjunto suas práticas se completam, um utiliza mais a tecnologia, outro foca mais na leitura, outro sai a campo, tudo isso completa o currículo do educando.
Quando se ensina aos educandos o que é metodologia abre-se um leque de oportunidades para que o mesmo vivencie, muitas vezes, o mesmo assunto de formas variadas e, ao mesmo tempo que é possível que disciplinas diferentes usem a mesma metodologia para assuntos diversos. Desta forma variamos a maneira de chegar ao educando e dizemos que ele pode escolher formas diferentes de chegar ao mercado de trabalho ou ainda que pode criar novas formas de trabalho, contudo para isso é necessário comprometimento.
Portanto, somos um foco importante tanto pela mediação dos conhecimentos quanto pelo exemplo profissional que estamos oferecendo à eles. 
Reflexão 2
Quais as proposições que mais geraram debate?
A que você atribui que tenham sido essas as questões mais polêmicas?
Em nossa roda de conversa com os professores sobre as DCNEM surgiram questões que são recorrentes em conversas informais no dia a dia de nossa escola, como por exemplo, a educação especial: a falta de formação específica dos professores, bem como a estrutura física apropriada. Outra questão é relativa ao EJA: o ensino noturno, a avaliação, a evasão escolar - como lidar com esse fato? Verificou-se que não há políticas públicas para uma inclusão escolar efetiva, bem como um visível desmonte da modalidade EJA e diminuição sensível de oferta dessa modalidade nas escolas públicas. Concluiu-se que o que realmente há são políticas oportunistas de governo. O que torna o sistema educacional, como um todo, muito frágil e ineficiente. No que tange a questão, não menos polêmica, relativa aos direitos humanos falta esclarecimento para combater o senso comum. Embora a SEED tenha promovido diversas ações, ainda há muito a fazer para mudar efetivamente essa realidade. Atribuiu-se essas questões como as mais polêmicas devido ao fato das mesmas fazerem parte da rotina da escola e por serem complexas e dependentes de diversos fatores para as suas soluções, apesar do caráter emergencial que envolve o respeito aos direitos humanos na atualidade.
Reflexão 3
Ao refletir sobre a relevância da educação formal atual e  de algumas décadas atrás em nossa formação pessoal e profissional, pudemos avaliar que a escola era, as vezes, o único meio de acesso às informações e formação, consequentemente de acensão social, intelectual.
Tínhamos muita dificuldade, principalmente nas cidades do interior, pois as bibliotecas, quando havia uma, eram defasadas e as vezes inacessíveis (seja pela falta de profissional para atendimento ou por excesso de “zelo” com o acervo).
Fazendo uma comparação da nossa formação com a dos educandos atual, pudemos constatar que embora tenham muitas facilidades de acesso ao conhecimento produzido e em desenvolvimento nem sempre isso reflete em sabedoria, melhoria ou aprimoramento da capacidade intelectual.
Embora haja muitas pessoas formadas no mercado de trabalho nem sempre estão exercendo a função para qual obtiveram a certificação por não possuírem a qualificação necessária.
A escola desenvolvia a educação formal e a informal (moral, ética, respeito...) era de responsabilidade da família. A família era mais presente na educação dos filhos norteada em valores. Hoje, toda essa carga é deixada a cargo da escola, consequente do professor.

Reflexão 4
Na roda de diálogo com os jovens alunos, o tema mais discutido foi o sentido do conhecimento escolar e as experiências vividas mediadas por esse conhecimento. Apesar das divergências e polemica gerada, certificou-se uma enorme lacuna, ou seja, a defasagem no aprendizado que vem sendo empurrada com a barriga desde o Ensino Fundamental. Quando proposto mudanças no currículo considerando as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia evidenciou-se ainda mais a defasagem escolar, a diversidade de níveis e interesses dos alunos. Surgiram mais questões que resoluções. Como por exemplo: É possível uma formação plena no Ensino Médio? A promoção da autonomia e o protagonismo não deveriam acontecer desde os anos iniciais?  Ao final do ensino fundamental o aluno deveria estar mais apto a compreender, e dominar um conhecimento específico, ter a capacidade de relacionar os conceitos de cada componente curricular com as teorias gerais do campo científico em que foi formulado. Compreende-se como urgente e necessário avançar para um currículo plural e inclusivo, que apresente uma perspectiva multicultural e abra espaço para diferentes etnias, gêneros, faixas etárias e primordialmente a necessidade de recuperação da aprendizagem defasada. Todavia, sem o repensar sobre os anos iniciais e sua forma de avaliação, dificilmente haverá uma aprendizagem efetivamente plena ao final do Ensino Médio, talvez nem mesmo ao final do Ensino Superior. Ou seja, estamos diante de um desafio de implementar um currículo que proporcione um percurso formativo motivador, tanto pela integração entre trabalho, cultura, ciência e tecnologia como pela prospecção de um futuro melhor.