PROPOSTAS DE TRABALHO DOCENTE: um olhar sobre a realidade local
Adenilson Ferreira de Abreu1
Hilda Aparecida Matias da Silva Santos2
José Luiz de Souza Santos3
Margarida Moreira Adão Correa4
Maria do Rocio Pinto da Silva5
Vera Lúcia José Martins6
Para iniciarmos este presente artigo, voltamos nossos olhares sobre toda vivência
social e educacional que escola possui e possibilita. Acreditamos que os estudantes
estão voltados para finalização do Ensino Médio sem preocupações em prestar um
vestibular. De certa forma, o professor, inserido em seu campo de trabalho acaba
direcionando suas propostas a uma sistematização de informações referentes à sua
disciplina visando o aprendizado do estudante e não anseios acadêmicos.
Analisando os alunos que freqüentam a escola que atuamos, na sua maioria
verificamos que eles buscam a conclusão do Ensino Médio na busca de uma formação
técnica, ou seja, para o ingresso no mercado de trabalho. Pensamos que, os
direcionamentos educacionais referentes às disciplinas devem ser pautados na realidade
local e nos saberes dos educandos. Analisar as diretrizes e bases da educação é algo de
suma importância, porém, observar a realidade cultural da escola e o meio social da em
que ela se insere é algo que não podemos negar e banalizar. Essa proposta deve ser feita
de forma conjunta.
Avaliamos após a chegada do “Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino
Médio”, mudanças em questões de participação estudantil em relação às propostas e
arranjos curriculares entre as disciplina. Algo bastante instigante que também notamos e
que está fundamentando nossos planos de trabalho docente é o fato de muitos alunos
estarem pedindo aulas temáticas com base em temas geradores que foram apresentados
por nós após leituras, debates e atividades do caderno II do Pacto, como exemplo: um
levantamento e mapeamento do perfil socioeconômico dos alunos do Ensino Médio.
1 Professor de Espanhol
2 Professora de Matemática
3 Professor de Artes
4 Professora de Inglês
5 Professora de História
Este trabalho aconteceu através de uma pesquisa quantitativa sobre a realidade dos estudantes através de um questionário socioeconômico. Este, respondido pelos estudantes serviu para identificarmos opiniões, que até então estavam veladas, sobre nosso trabalho docente e questões referentes aos conteúdos. Assim, os estudantes explicitaram a necessidade de aulas que tratassem de assuntos como saúde, esporte, sexualidade, orientação vocacional, culinária e sociabilização cultural e social dos mesmos. Os professores devem conhecer seus alunos e sua realidade social, pois, “conhecer o humano é, antes de tudo, situá-lo no universo, e não separá-lo dele.” (MORIN, 2011)
Assim, através dos encontros entre nós professores, cada um em sua disciplina está contribuindo para o desenvolvimento educacional e social da escola. Esta interação nos ajuda a elencar formas e métodos de trabalho pautados em um planejando que visa um trabalho dentro e fora da escola através de palestras, saídas de campo para outros espaços educacionais formais e não-formais, debates e vivência pedagógicas, além de reflexões sobre relatos e suas experiências. Algo muito interessante pensado por nós, é o fato de nossa profissão ser vista em “tempo integral”, ou seja, não importa se estamos ou não na escola, sempre estamos em processo de ensino e aprendizagem, em que alunos e pais nos procuram em períodos extraclasses para tirar dúvidas, buscar orientações e muitos outros assuntos referentes ou não a nossas disciplinas, além de estarmos sempre em processo de pesquisa.