Proposta Curricular Integrada uma possibilidade em nossas escolas.
Proposta Curricular Integrada uma possibilidade em nossas escolas.
Uma maneira para interpretar o processo de disciplinarização de acordo com à superação da divisão consiste em considerar que a disciplina científica, a disciplina acadêmica e a disciplina escolar têm objetivos e finalidades diferentes. No modelo tradicional de escola, as disciplinas adotam como referência os conhecimento produzidos pela ciência, diferentes das realidades que a própria ciência ajuda a construir. Outras perspectivas apontam que o conhecimento escolar deveria incluir fontes de diversas práticas sociais e culturais. No entanto, nenhuma dessas perspectivas pode deixar de confidenciar a importância dos fatores vindos das disciplinas científicas, visto que a sociedade está organizada pelas referências científicas e tecnológicas.
Fazendo uma revisão histórica da diferenciação dos conhecimentos em áreas específicas, percebendo que a sua origem esteve apontada em critérios educativos que procurava conhecimento em áreas específicas, desde os primeiros filósofos até meados do século XIX (formação integral). Pode-se dizer que a presença de um currículo fixo e organizado em disciplinas, já existia desde a tradição grega e depois medieval. Pouco a pouco, a análise científica da realidade se desenvolve em saberes cada vez mais especializado e se diversificando e se distanciando da realidade humana.
As novas diretrizes orientam a organização do currículo em áreas de conhecimento, correspondentes aos propósitos do ensino médio: linguagem, matemática, ciências humanas, ciências da natureza, que devem ser compreendidas como conjunto do conhecimento cuja afinidade entre si pode expressar pela reverência a um objeto comum.
Trata-se de um tipo de organização que tem a interdisciplinaridade como principio, evidenciando juntos aos conceitos, as razões, os problemas, as necessidades e as dúvidas que constituem o contexto da produção de conhecimento.
Enfim, as áreas do conhecimento podem expressar uma interessante unidade composta por uma diversidade que se articula e se comunica entre si.
Podemos assim, fazer alguns questionamentos sobre o ensino integrado.
Como podemos fazer acontecer um ensino que realmente seja integrado? Unir o trabalho com a ciência, a tecnologia com a cultura?
Dois pontos nos apontam para uma descontextualização cultural e social que nos leva, professores e alunos ao insucesso e o fracasso da aprendizagem. Como organizar por áreas e por disciplinas e como podemos selecionar os princípios dos conteúdos de aprendizagem? Devemos ter cuidado para não cairmos ao processo avaliativo habitual, mas será que temos uma fórmula imediata para mudar isso?
Muitas vezes ou quase sempre estamos presos a documentos e a burocracia que nos atrapalha a elaborar projetos mais complexos. Esbarramos nas Diretrizes Curriculares e esquecemos da realidade do aluno. Educamos para o mundo formal ou preparamos ele para que esteja preparado para que ele possa ter uma opção de escolha? Alienamos os alunos em um processo sistemáticos ou para um processo mais humano? Queremos preparar o educando para o mercado de trabalho ou para a cidadania? Será que ele poderá se adaptar com facilidade as novas exigências da sociedade? Estamos pensando na sua formação ética com autonomia intelectual, para que ele possa produzir resultados positivos mesclando a teoria com a prática, com conhecimento, experiência de vida e de realidade?
O conhecimento vem perdendo a dimensão da totalidade, esta se tornando sistemático, fragmentado, onde procura colocar uma disciplina científica, acadêmica e escolar, com finalidades diferentes, no modelo tradicional da escola, deixando as realidades de lado, faltando incluir fontes diversas de práticas sociais e culturais que façam parte da realidade do aluno.
Lembramos que a construção do conhecimento vem da união do tradicional com o real, não permitindo que o medo do autoritarismo atrapalhe o seu desenvolvimento. A diferenciação dos conhecimentos em áreas específicas, devem ser completadas com propostas educativas e com unidades de conhecimentos interdisciplinares. Não podemos esquecer que o currículo fixo já existia na Grécia Antiga.
Novas diretrizes podem nos orientar para que um novo modelo de currículo em áreas de conhecimento específico e a integração de conceitos da metodologia e da análise de uma interdisciplinaridade com princípios de necessidades e duvidas que constituem a aprendizagem e ao conhecimento.
Para a prática de uma proposta curricular integrada, iniciamos com a seguinte problematização: A emissão de gases nocivos em nosso planeta e o futuro dos cidadãos do século XXI.
O desenvolvimento sustentável representa o principal modo de obtenção do equilíbrio entre desenvolvimento e preservação e cada vez mais as ações humanas modificam a dinâmica da natureza, alterando o ciclo da vida do planeta, então “O que é preciso fazer para alcançarmos o desenvolvimento sustentável?” “Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?” “ Que medidas serão necessárias para diminuir a poluição atmosférica gerada pelas fábricas e meios de transportes?” “O que o ser humano está fazendo com o meio ambiente?”
Diante de tantas indagações como trabalhar esta problemática com nossos alunos no Ensino Médio? Para respondermos as indagações acima, um grupo de professores do Colégio Estadual Lúcia Bastos, resolveu organizar uma proposta curricular integrada, descrita abaixo.
Língua Portuguesa
Leitura de textos jornalísticos, literários, científicos relacionados a projetos de transformação da produção industrial voltadas para práticas da sustentabilidade.
Matemática
Pesquisas sobre os países que mais emitem gases poluentes em nossa atmosfera e no Brasil estudo sobre os estados que mais poluem a atmosfera brasileira, após as pesquisas montagem de gráficos estatísticos para dar publicidade aos dados coletados.
História
Estudo sobre a degradação ambiental no século XX, com organização de uma linha do tempo.
Geografia
A interferência humana na poluição da atmosfera, alterando o ciclo da vida em nosso planeta, análise de pesquisas voltadas para a interdependência entre os seres vivos e a emissão de gases em nossa atmosfera.
Ciências
A degradação ambiental em nosso país, as leis ambientais e o agronegócio.
Arte
Pesquisas sobre as artes visuais voltadas para a degradação do meio ambiente e a poluição visual com análise das obras e suas implicações sociais.
Educação Física
Estudos de pesquisas divulgadas pela (OMS) Organização Mundial de Saúde sobre as diversas doenças relacionadas diretamente ou indiretamente aos gases emitidos em nossa atmosfera.
Sociologia
A relação de capital com a produção industrial, o progresso e os efeitos deste em nosso meio ambiente.
Atividade realizada pelos cursistas do Colégio Estadual Lúcia Bastos – Núcleo Regional de Curitiba.
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