Projetos de vida e a juventude diante do mundo do trabalho

ESCOLA ESTADUAL JARDIM CONSOLATA, Reflexões do Caderno 2
 

Sobre Projetos de vida -
    Ao estudar o Caderno 2 no que se refere a questão da importância dos projetos de Vida da juventude estudantil, nos deparamos com uma temática relevante, que deverá ser parâmetro de reflexão no cotidiano da escola, pois os nossos adolescentes e jovens precisam ser incentivados e motivados a pensar na construção de um Projeto de Vida, este será de grande valia para refletir sobre a formação de uma identidade juvenil, para vencer a tentação da improvisação e da desarticulação de ideias e propósitos. Tal tarefa não é simples, exigirá tempo e ousadia da parte do sujeito que deseja esta construção e da escola que ajudará a alimentar os sonhos e as utopias tão fundamentais para todos nós.
     A elaboração de um projeto de vida é fruto de um processo de aprendizagem, em que o maior desafio é aprender a escolher; e fazer escolhas nos dias atuais não é um exercício complexo, mas que precisa ser estimulado para que assim tenhamos cada vez mais adolescentes e jovens conscientes do seu papel na escola e na sociedade, protagonistas e construtores de relações baseadas na ética, solidariedade, alteridade e em vista de um mundo mais humano e para todos.

Relação dos jovens com o mundo do trabalho -
     Os nossos jovens da periferia que estudam nas escolas públicas tem uma relação próxima do mundo do trabalho, sobretudo aqueles que estudam no noturno, a grande maioria é também trabalhador, ou seja, conciliam o estudo com o trabalho, enfrentando assim uma dupla jornada de atividades; e sabe-se que esta conciliação exige muito do aluno, bem como do professor que necessariamente deverá levar em consideração este fenômeno cada dia mais presente em nossas realidades escolares. O jovem estudante precisa garantir a sua sobrevivência ou de sua família ou está em busca de autonomia ou mesmo investindo na vida profissional; e também como fonte de socialização, construção de valores e de identidades, assim são múltiplos os sentidos que o trabalho poder significar para os jovens.
     Conforme a análise de Marx, se por um lado o trabalho é fundante na vida humana, essencial para a humanização, por outro a sociedade capitalista o transforma em trabalho assalariado, alienado, torna-se mercadoria. O educador Miguel Arroyo resgata as dimensões formativas do trabalho, que produz cultura, saberes e identidades que muitas vezes se opõem à desumanização do trabalho já apresentado por Marx. Sendo assim, é um grande desafio da escola refletir sobre a importância da dimensão educativa do trabalho, sem desconsiderar as dificuldades e contradições que o jovem trabalhador enfrenta, daí a necessidade de uma discussão profunda sobre as condições de trabalho, a questão da exploração e precarização e como enfrentar estas contradições através da organização sindical, da consciência política e das leis que amparam e garantem a seguridade trabalhista e social.A escola não poderá se furtar deste debate.