PROFESSOR PEDRO ALVES - COLÉGIO OLIVO FRACARO - CASCAVEL/PR - O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO

Cascavel, 02 de agosto de 2014. O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO. Diário da Temática 2. Reflexão e Ação. Questão 1. p. 16/17. Dentre as determinações que envolvem a juventude, cumpre pensarmos a construção social do jovem, para além do aspecto cronológico. Fundamentalmente, o debate referido, não deve ser limitado à simples cronologia, sendo que a idade do jovem constitui-se em relação à construção das identidades dos alunos na esfera escolar e social, no que tange à construção identitária dos sujeitos. No final do enunciado da questão, emite-se a idéia de que os jovens estudantes constroem o seu modo próprio de ser jovem como um passo para compreender suas experiências, necessidades e expectativas. Entretanto, é preocupante o modelo de jovem apregoado pela sociedade atual, leia-se o mundo do trabalho, as redes sociais, dentre outras peculiaridades. Preocupa o fato de tantos jovens, por tendência, seguirem modelos sociais recentes, deixando de seguir modelos de valores corretos no que diz respeito a valores e normas de conduta. Em outras palavras, nos preocupa o modelo de jovem posto pelo sistema vigente. Diário da Temática 2. Reflexão e Ação. Questão 2. p. 29/30. O acesso à rede mundial de computadores – web – se apresenta como um dos maiores benefícios da escola advindo do recente crescimento das novas tecnologias no mundo das comunicações. Entretanto, é contundente o que se faz com o uso do celular na sala de aula: o aluno está conversando, navegando, vendo vídeos ou pesquisando conteúdo(s) pertinente(s) ao assunto da aula em andamento? Até que se prove o contrário, um percentual destacadamente absoluto dos estudantes em acesso, não o fazem para realização de estudos e/ou pesquisas, salvo raras exceções. O fato é que o alunado – em acesso – utilizam o celular, enquanto ocorre a aula, navegação on-line, vídeos, bate-papos, etc. O uso do celular em sala de aula tem sentido sim, desde que utilizado de forma coletiva, determinado pelo professor, definido pedagogicamente, sendo que concebe-se que há momentos, também coletivos, que a turma toda deverá ocupar-se ora com livros didáticos, ora com debates, ora com trabalhos de grupos, dentre outras atividades. O que não se aceita, em tese, é que enquanto a aula ocorre, uma parte dos alunos esteja navegando on-line, paralelo ao andamento da aula. Por isso, a imersão ao mundo digital tem sentido, desde que com critérios bem definidos. Muitos jovens entendem que o fato de não estar conectado on-line, ou com um perfil cadastrado em alguma rede social, sente-se um ‘peixe fora d’água’. Em outras palavras, se não estiver na rede, deixa de existir como ser humano. Outro fator a discutir é o fato de professores em geral acharem que o acesso à rede mundial de computadores pode tirar a autonomia ou autoridade docente. Ao contrário, entendo que nesse sentido, a web só tem a contribuir, pois os alunos teriam neste caso o acesso a uma quantidade infinita de informações. Diário da Temática 2. Reflexão e Ação. Questão 3. p. 43/44. Indiscutivelmente, todo projeto é inerente à condição humana, ou seja, a capacidade de projetar o amanhã é própria do ser humano. Filosoficamente falando, o homem desenvolve projetos teleológicos para sua existência, é capaz de antecipar fatos na sua mente, tornando o futuro, presente. Em outras palavras, isto é o pensar antes do agir. Trazendo esta discussão para o Ensino Médio, vale lembrar que a realidade em que vivem nossos alunos, em tese, não permite prever o futuro no momento presente. Nossos estudantes, quando trabalham, o fazem para atender necessidades e suprir carências, ou seja, nossos alunos em sua maioria não se encontram na condição de construir projetos para suas vidas, ao contrário, estão no contexto do bolsão do emprego, imersos na sociedade que vive do trabalho. Em relação ao jovem e ao mundo do trabalho, lembramos que os alunos estão diretamente vinculados ao trabalho, ao sustento e ao consumo, como forma de responder à subsistência do cotidiano. Torna-se explícito na sociedade contemporânea, o fato dos jovens conviverem com a incerteza e os riscos com relação ao mercado de trabalho. Não há como negar que entre a escola e o trabalho, a ocupação se torna uma necessidade prioritária. Na perspectiva do materialismo histórico dialético, o trabalho se caracteriza como exploração e expropriação, diferente do exposto conceitualmente sobre o trabalho, onde o homem se transforma ao transformar a natureza. Como então ser professores e professoras coconstrutores de projetos para o futuro dos jovens e das jovens estudantes... Um dos caminhos postos é a abertura do diálogo com os alunos acerca dos projetos de vida futura, trocando experiências juvenis frente à vida. Porquanto, nossos estudantes estão à mercê do sistema exploratório. A própria abertura do diálogo é uma questão ideológica. Estes estudantes precisam trabalhar e estudar, quando não se submetem a ter apenas que trabalhar. Então... que diálogo iremos estabelecer se as relações de trabalho já estão previamente definidas pelo modo de produção capitalista...? Diário da Temática 2. Reflexão e Ação. Questão 4. p. 60. Não há como negar a importância da participação dos alunos na vida escolar, como um reflexo positivo na vida em sociedade. A experiência participativa é por sua própria natureza, uma experiência educativa e formativa. A aprendizagem significativa passa a ter sentido profíncuo, à medida que relaciona educação e trabalho na sua forma mais direta: escola e ocupação, estudo e renda. Ontologicamente, é fato que almejamos um melhor ambiente escolar, como aponta o final do texto desta temática, onde haja aprimoramento do trabalho docente nas escolas de Ensino Médio e que o espaço escolar faça sentido para os estudantes. Queremos sair da ‘mesmice’ apontada no texto e almejamos que a formação continuada, juntamente com o respeito de nossos governantes, possamos visualizar dias melhores para a educação e conseqüentemente, termos alunos que se tornem mais estudantes e trabalhadores mais estudados. Com isso, poderemos almejar uma sociedade mais tecnicamente preparada, respeitada, democrática e cidadã.