Grupo de Estudos Colégio Estadual “José Bonifácio” / Paranaguá – PR
Professores: André Domingos C. Carvalho, Claudia Regina R. A. de Souza, Dinair E. Alves, Eduardo F. Nascimento, Elenice Lenartoviscz, Maria Helena Silva, Maria do Rocio Correa, Regina Alves Correa, Ricardo L. Soares Fº e Sueli Delorenci Alves.
Orientadora de Estudos: Antonia Eudinéia B. Melo.
Uma forma de mobilizar vários dos conceitos discutidos na unidade 3 passa pela possibilidade de planejar um trabalho interdisciplinar, em que linguagens e as diferentes dimensões do currículo: trabalho, cultura, ciência e tecnologia apareçam entrelaçados com um tema de interesse dos jovens de Ensino Médio. O que “faz a cabeça” das pessoas, particularmente dos jovens, em relação ao padrão corporal, o “ideal estético” a ser alcançado por homens e mulheres.
Artefato cultural: Revista
Essa abordagem será realizada em duas etapas. A primeira a da análise. Tomando como base os conhecimentos das diferentes disciplinas da área de Linguagens e de disciplinas de outras áreas, os estudantes serão desafiados a analisar a revista em diversas perspectivas, passando tanto pelo conteúdo, como pela identificação dos gêneros textuais predominantes, os efeitos de sentidos procurados, o uso das imagens, o desenho, organização etc.
1ª Etapa: Análise - Conteúdo midiático com gêneros textuais relacionados a propaganda, noticia, diário e romance. Os efeitos de sentido são referentes adequação à um modelo padrão. O uso da imagem demonstra um apelo da aparência direcionado ao mundo das celebridades. Desenho – organização
Os conhecimentos mais “valiosos” para analise no componente curricular seriam a fotografia, o desenho e as cenas do cotidiano na disciplina de arte. A leitura e a escrita relacionadas a finalidade e intencionalidade da informação vinculada na revista na disciplina de inglês. A relação desses conhecimentos com o trabalho, a ciência, a cultura e a tecnologia é generalizada, visto que eles estão inseridos no contexto do mercado, da cultura padrão imposta na sociedade e evidenciam a evolução da ciência e da tecnologia.
2ª Etapa: Produção de uma revista. Os conhecimentos necessários seriam os relacionados a produção textual, desenvolvimento da escrita e uso de diferentes linguagens vinculadas à sua realidade. Todavia as ações buscariam demonstrar de forma original as situações e condições corporais e estéticas existentes no universo dos alunos. Refletindo a respeito de alternativas que permitissem a superação dos problemas atuais. Contrariando a perspectiva de modelo “ideal” apresentado na revista observada, relacionado principalmente à manipulação de massa.
METÁFORA DA ÁRVORE
A discussão no grupo de colegas converge quanto às implicações dessas ideias para os nossos componentes curriculares, concluímos que o ato de educar sempre foi uma ação desafiadora, mesmo porque o mundo vive em constante transformação, mas na era pós- moderna esse ato tornou-se muito mais complexo, principalmente com a explosão e facilitação do acesso a tecnologia. O desafio está em trazer a gama de informações que recebem nossos alunos e, transformá-la em conhecimento sistematizado, através de uma pedagogia humanizadora, lembrando, porém, que para o êxito, faz-se necessário empenho, não somente do professor, mas de políticas públicas educacionais, que realmente funcione como alicerce de uma educação.
Nesta perspectiva, ao refletirmos sobre a metáfora da árvore e o fazer pedagógico, não podemos deixar de enfatizar que a metáfora da árvore, também, deixa claro como a educação pública vem sendo tratada no país. Primeiro atendendo a interesses de “grupos políticos”, para, em segundo plano os interesses da própria educação. O resultado é um ensino onde não existe um “fio condutor” ( uma raiz), ou seja um fazer pedagógico único, em que todos compartilhem do mesmo ideal. Daí, vemos educadores, individualmente, tentando práticas pedagógicas diversas na tentativa de passar conhecimentos, o que seria a copa da árvore.
Porém, devemos nos pautar na importância de repensarmos nossas práticas pedagógicas, tomando como ponto de partida (a raiz da árvore), com o saber sistematizado, a partir da iniciação à pesquisa e investigação que darão sustentação à parte pedagógica, facilitando a organização dos conteúdos a serem aplicados no topo da árvore. Valer-se da utilização das tecnologias variadas, tanto quanto, abordagem ou recursos, também é de suma importância para o sucesso do trabalho a ser desenvolvido pelos estudantes, pela familiaridade que eles atribuem a esses recursos.
Neste sentido, cabe ao estudante, sujeito central no processo educativo, construir seu próprio conhecimento, e ao professor mediador, proporcionar a ele, acesso aos conhecimentos, saberes, vivências e experiências escolares de cada componente curricular de maneira integrada, garantindo assim o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento humano inerente a cada sujeito.