PRÁTICAS ESCOLARES DESENVOLVIDAS DURANTE A FORMAÇÃO DO PACTO-COLÉGIO ESTADUAL JARDIM CONSOLATA-CASCAVEL-PR
PRÁTICAS ESCOLARES DESENVOLVIDAS DURANTE A FORMAÇÃO DO PACTO
Estabelecemos um diálogo com os alunos sob as expectativas que eles têm em relação ao Ensino Médio.
Temos em nossa escola, o jovem com perspectivas de melhorar sua vida através dos estudos, terminar o ensino médio fazer um curso superior, com vistas a um emprego que lhe traga autonomia financeira, outros colocam suas perspectivas em cursos técnicos, esses se dedicam aos estudos, pesquisas, projetos, na sua maioria, são os jovens aos quais os pais dão condições de terminarem o ensino médio, para depois ingressarem no mercado de trabalho. Temos os jovens que, por terem que ajudar no sustento da família já estão inseridos no mercado de trabalho, como por exemplo em supermercados, construção civil, babás, mecânicos e outros, queremos que estes busquem sua emancipação até atingir a plena independência ao menos em alguns aspectos cruciais como alguma liberdade intelectual e econômica.
A sociedade tem sofrido grandes e significativas mudanças, as quais há de se repensar, pois são muitos os desafios e não é diferente no ambiente escolar, especificamente no ensino médio, diante disso, faz-se necessário rever questões que influenciam na vida em geral dos jovens. O jovem precisa reconhecer que ele é importante para a sociedade, pois nem sempre é assim, o valor dele na família, comunidade, escola enfim, há o que não tem sonhos e se tem, deixa de aspirar projetos altos, porque não se sente importante e é nesse momento que precisamos estimulá-los a querer, a mudar a realidade, buscando valorizar o potencial de cada um. A escola vê e reconhece esses jovens sim, buscando valorizá-lo com atividades, conversas individuais, palestras, grêmio estudantil atuante, câmara jovem entre outros, na perspectiva de mostrar que eles podem e fazem a diferença.
Tanta diversidade de pensamento de sentimento e de visão só pode a cada dia nos enriquecer e ao mesmo tempo nos desafiar e nos sacrificar por estarmos sendo ou alento ou algozes desses mesmos sujeitos.
Também conversamos com os nossos alunos sobre o quanto a questão do uso acentuado das conversas nas mídias sociais, sobretudo no faceboock, de fato tem sido uma opção da grande maioria de nossa juventude, há uma tendência de privilegiar esta forma em detrimento do diálogo presencial, a conversa online tende a fluir com facilidade... a respeito desta questão, arriscamos um feedback com os estudantes dos primeiros anos do Ensino Médio do período matutino, quando discutíamos os diferentes tipos de conhecimento e dentre eles o conhecimento da informatização e a turma se expressou no sentido desta preferência pelo diálogo virtual, que segundo alguns que se manifestaram, a conversa ocorre de forma mais natural e livre. Eles foram desafiados a incluir nestes diálogos, conversas sobre aprendizagem, interação dos estudos, projetos de vida e enfim que manifestassem os seus sonhos e utopias em relação ao Ensino Médio. Quem sabe seja um início de uma reflexão que deve ser continuada e aprofundada.
A respeito da discussão em sala de aula, percebe-se que por vezes temos muitas questões que o aluno traz consigo, mas não deve ficar somente no senso comum, pois ao ler um livro, aprender novas técnicas nas artes, um cálculo na matemática, enfim tudo isso o leva a ampliar seu conhecimento científico e a ligar um tema a outro, cada um na sua área, porém interligados. Nossos jovens são incentivados a encontrar um sentido para a escola, para o aprendizado, colaborar com a escolha de um curso superior ou técnico que esteja de acordo com seus anseios e habilidades. Trabalhar com palestras e projetos também, podem ajudar os nossos jovens a esclarecer a cerca de seus direitos e deveres, enquanto cidadãos trabalhadores. Estamos tentando trilhar esse caminho com os nossos estudantes. Como educadores, somos desafiados a dialogar com os adolescentes e jovens sobre a realidade presente e os sonhos a serem cultivados e alimentados quanto aos próximos passos da vida acadêmica, profissional e social... com o pessoal dos terceiros anos temos provocado com mais frequência esta discussão, no intuito de questioná-los sobre o que pensam da vida, quais projetos que almejam, porque se inscreveram para o ENEM, qual curso superior que estão propensos a escolher, e para aqueles que apresentam-se alheios a projetar sua vida, a pergunta é porque não se arriscam em pensar, projetar, sonhar, construir utopias... é evidente que o nosso papel será de incentivá-los e ajudar nas indagações, sempre com o cuidado de não impor ideias, conceitos ou projetar nossos sonhos.
Nosso grupo levantou a discussão sobre várias formas e temas que foram discutidos na escola em prol de sua melhoria, como por exemplo: recentemente fizemos a opção da mudança do sistema avaliativo bimestral para trimestral, facilitando assim que o professor consiga trabalhar melhor o conteúdo, com mais tempo e que não fique somente preocupando com a constante atividades avaliativas e registros de notas. A discussão foi aberta com a apresentação da trimestralidade e seus defensores procuraram mostrar as vantagens de sua aplicação.
Entre as vantagens apresentadas o fator tempo foi predominante e se apresentou como vantajoso para os alunos, pois o tempo de maturação dos conteúdos seria maior ainda que com mais conteúdo.
Para os professores a menor quantidade de trabalho burocrático trocado por mais tempo de preparação de materiais e aprofundamento do conhecimento próprio foi apreciado e saudado como uma nova possibilidade.
Por outro lado alguns colegas defensores da bimestralidade alegaram que com menos conteúdo e mais avaliações não deixariam os alunos de perderem por falta de um parâmetro a cada mês ou a cada dois meses o que deixa os alunos mais atentos aos compromissos estudantis.
A discussão avançou e colegas que já trabalham com a trimestralidade sustentaram que estavam de forma coletiva contentes com a sua utilização, não havendo ninguém que contestasse a trimestralidade entre aqueles que a utilizavam.
Logo em seguida foi pedido se havia mais alegações e sugestões antes de uma votação, como não houve, a votação foi aberta e a trimestralidade foi aprovada.
Essa participação coletiva resultou em uma maior segurança para a futura aplicação da trimestralidade e apesar da relutância de um ou outro dos participantes o sentimento coletivo foi de melhor aproveitamento.
Foi essa a maior discussão coletiva e serviu para uma vez mais perceber que com a participação, com a discussão e divergência de opiniões a chegada a um consenso ou quase consenso é mais fácil e eficiente.
Esta iniciativa de debate se deu no nosso colégio, porém como geralmente os professores trabalham em mais de uma escola essas experiências tornam-se ainda mais ricas e contribuem também para reflexões e inovações em outras escolas.
São muitas as práticas que comprovam a gestão como sendo democrática e que promovam a participação da comunidade. No decorrer do ano letivo são desenvolvidas atividades pensadas, projetadas e executadas pelo conjunto da comunidade escolar, podemos citar o exemplo um dos projetos que tem um bom funcionamento como o da Leitura. Tirou-se mensalmente uma hora aula nos três períodos para que todas as turmas e educadores se envolvessem no exercício da leitura. Este projeto é resultado de uma gestão democrática que discutiu, avaliou e delegou tarefas a todos, assim como outras atividades que tem contado com estratégias e práticas que primam por decisões e encaminhamentos coletivos.
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