PNEM CADERNO 1 – ENSINO MÉDIO E A FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL (COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO)

PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
CADERNO 1 – ENSINO MÉDIO E A FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL
TUMA DO COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO - PALOTINA PR

Orientadora: Danusa Iung da Silva

Em primeiro lugar vejo como causa, a falta de estrutura familiar. São famílias totalmente despreparadas, sem conhecimento e nenhuma estrutura física (mas tem filhos), sem a menor capacidade de gerir suas próprias vidas, (ver filme “Vamos Dançar”), sendo assim sem educação, com isso me pergunto, como vão educar filhos?
Em segundo lugar, existe proteção demais, sem que o reverso ocorra, onde está a disciplina, o comprometimento, os limites e a cobrança adequada (sem protecionismo). Leis e regras foram e são criadas para serem cumpridas. Como professores e gestores da educação podem exigir o mínimo de seus alunos, se estes vêm nossos representantes de leis e dos poderes do país todos os dias no noticiário sendo corruptos, e, com eles não acontecer nada? Liberdade sendo confundida com roubalheira. Quando vai ser exigido estudar verdadeiramente dos nossos alunos? No passado não era assim, passava de ano escolar o aluno que dominava a matéria, não simplesmente para somar mais nas estatísticas governamentais.
De nada vai adiantar criar mais mudanças se não serão cumpridas. Cada vez que os rumos e leis da educação mudam, fica pior. As reformas que já foram implantadas não melhoraram em nada. Não é facilitando o aprendizado dos alunos que a educação vai melhorar. Aluno é estudante, portanto, como a própria palavra diz, ele tem que estudar.
Eis aí um grande desfio, a formação integral do estudante, tendo o trabalho como princípio educativo, a pesquisa como fundamento  pedagógico para todos os envolvidos nesse processo histórico, já garantimos isso em Lei, o que é necessário nesse momento é executar as estratégias para atingir as metas aprovadas no Plano Nacional de Educação (PNE). Na escola, conscientizar os eixos envolvidos na construção do Projeto Político Pedagógico, tendo  como estratégia para garantir os objetivos e prioridades estabelecidas coletivamente. Assim teremos uma escola unitária que será o ápice da educação pública no país. O Ensino Médio é uma das etapas escolares com índice de evasão muito alto. É urgente a necessidade de tornar flexível o currículo e torná-lo mais atrativo para os jovens estudantes. Um currículo que possa dialogar com outros conhecimentos e outras aprendizagens. Não se trata de um ensino apenas prazeroso e divertido, mas um ensino que apresente um espaço em que o aprendizado e o conhecimento tenham significado e sejam transformadores.
O maior desafio é atender toda utopia criada através de documentos, que são impostos à educação, sem levar em conta a autonomia, a identidade que cada escola tem, ou cada individuo da escola tem. Podemos comprovar essa utopia a qual me refiro, na própria história da educação, pois cada ano procura-se um sistema de ensino que seja perfeito. Tratar o aluno em sua singularidade, com salas lotadas hoje é impossível.
Podemos acompanhar a trajetória da educação desde o Império. Não se pode negar que houveram algumas evoluções mas em determinados aspectos não obtivemos avanços significativos, visto que ainda hoje o Ensino Médio tem suas controvérsias. Podemos citar a evasão como a principal preocupação devido aos diversos fatores relacionados aos jovens que são o público alvo e que abandonam a escola para muitas vezes auxiliar na renda da família, arrumando um emprego com carga horária excedendo em oito horas. Por isso precisamos sim conhecer melhor nosso aluno, grau de escolaridade dos pais, se vivem com eles ou com os avós, se já houve repetência, se frequentou sala de recursos, se já teve envolvimento com drogas, enfim tentar entender o contexto em que está inserido.
Como proposta para superação da dicotomia a LDB propôs a construção de um projeto coletivo de formação humana integral promovendo o encontro entre cultura e trabalho fornecendo aos alunos educação integrada ou unitária capaz de propiciar a compreensão da vida social.
Muito bonita a teoria, mas de que forma fazer? De que forma trabalhar os conteúdos sistematizados e?  Abranger teoria e prática?
Muitas tentativas tem sido feitas neste aspecto mas e o aluno? A forma como ele percebe a escola? A impressão que se tem é que tudo motiva o aluno, menos a escola, deixa-se de estudar para exercer qualquer outra atividade. Acredito que um dos grandes desafios seja motivar o aluno, fazê-lo perceber a importância dos conhecimentos historicamente produzidos e trabalhados pela escola para que isso faça diferença em sua vida.
Como chegar a universalização do ensino médio com tantas realidades diferentes em cada município, escola, sala de aula, onde os encaminhamentos são diversos, para atender as especificidades. Continuar o trabalho de debate com o Pacto para ter clareza do que se trabalha e que sejam ouvidos os que realmente atuam no chão da escola, os educadores.
Hoje acentua-se ainda mais a dicotomia entre a educação da elite e educação para o trabalhador, pois os currículos estão cada vez mais empobrecidos de conteúdo, há uma desqualificação do Ensino Médio porque retirou-se alguns conteúdos de formação geral, imprescindíveis para a compreensão critica da realidade social em função do ensino ser mais voltado para o mercado de trabalho e também uma diversidade muito grande de alunos  com culturas diferentes. O perfil dos alunos do colégio onde trabalhos são de famílias de média e baixa renda, uma grande parcela almeja trabalhar e outros tantos já trabalham, não valorizam muito o estudo porque o mesmo não garante o trabalho ou o seu sustento familiar, não veem perspectiva de crescimento através do estudo, são imediatistas, frequentam a escola até os dezesseis anos porque é obrigatório e depois se evadem , preferindo trabalhar.
A escola sempre tem tratado todos os alunos com maior igualdade, respeitando todas as suas individualidades, quer seja pela: etnia, crença religiosa, opção sexual e classe social, sempre respeitando como ser humano. Percebe-se hoje uma grande transformação no interior das escolas por termos alunos com grande desigualdade social e diversidade cultural. Também temos muitos problemas como: indisciplina, violência, evasão, repetência, falta de interesse, falta de condições da família (desestruturada) drogas... Como resolver tudo isso? Estamos clamando por uma sociedade justa, com a participação e colaboração dos pais na educação dos filhos, na participação ativamente da escola não somente quando são chamados para reuniões no final de cada bimestre.
A escola cabe a tarefa de instruir, aos pais a tarefa e responsabilidade de educar. Parece que a escola passou a ser um reformatório onde devemos resolver todos os problemas existentes dentro e fora dela. Onde fica a preocupação com o conhecimento dos alunos. Como estamos focando a educação nos preocupando mais com as diversidades e menos com o conhecimento nunca chegaremos a uma educação de qualidade.
  Porém hoje parece que as oportunidades de estudos estão maiores e melhores a todos, mas nem sempre estes querem ou podem estudar. Muitos alunos não têm nenhuma motivação, não tem interesse, quando isso acontece torna-se difícil estudar e trabalhar com este aluno. Para muitos a escola é um grande meio de subir na vida, de ser inserido no mercado de trabalho, para outro isso nem se cogita, a escola é uma obrigação. Portanto precisamos fazer com que todos tenham interesse e sintam a necessidade da escola. Quando isso acontecer quem sabe teremos escolas e professores mais valorizados e uma educação de maior qualidade.
Para que ocorra essa formação humana integral, a educação deve ser vista pelos educandos como libertadora e que as políticas públicas sejam voltadas para a formação integral para que este sujeito seja um agente transformador da sociedade, uma formação que valorize o conhecimento, a cultura, a ciência e a tecnologia e que haja uma integração entre os mesmos.
É possível perceber que o problemas que enfrentamos atualmente, são heranças das tomadas de decisões dos governantes, onde buscam remendar a forma de oferecer a educação do ensino médio no Brasil, onde eram criadas políticas que viessem a atender as necessidades econômicas do momento, sem uma estrutura sólida e eficiente, oportunizando apenas a determinados grupos da sociedade uma qualificação mais adequada.
Percebo que falta um objetivo claro e bem definido do que se pretende dentro da oferta do Ensino Médio (currículo), há a necessidade de uma valorização dos profissionais de educação, melhores condições de infraestrutura e aplicação de recursos financeiros de forma adequada.
E essa mudança de postura, não deve acontecer somente no Ensino Médio, mas sim desde o ensino infantil, pois não adiantar remendar as falhas no Ensino Médio, as mudanças devem acontecer desde a base da Educação.