A fala do Arroyo sobre diversidade na sociedade e na escola é pertinente, pois é sabido que no ambiente escolar ocorre a pluralidade de culturas, de linguagens, se sujeitos, de diálogos de fontes de conhecimento e aprendizagem. A pluralidade sem dúvida é uma das principais marcas da educação neste milênio. Há muito de plural até mesmo em uma só pessoa. Essa pessoa é o principal sujeito (educando) da “educação de qualidade” que tanto é almejada por todos os educadores.
Segundo o estudo de Calvino:
“Quem somos nós, quem é cada um de nós, senão uma combinatória de experiências, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis”.
Sobre a diversidade, fica claro que vivemos na era da globalização da economia e das comunicações (tecnologias), mas também numa época de acirramento das contradições inter e intra povos e nações, época do ressurgimento do racismo e de certo triunfo do individualismo. Sendo assim a escola precisa atuar diante dos novos desafios, tais como: que tipo de educação necessitam os jovens para viver neste mundo tão diverso? Certamente esses jovens necessitam de uma educação para a diversidade, necessitam de uma ética da diversidade e uma cultura da diversidade. Uma sociedade multicultural deve educar o ser humano multicultural, capaz de ouvir, de prestar atenção no diferente, de respeitá-lo.
Neste atual cenário da educação será preciso reconstruir o saber da escola e a formação do educador. Nesta perspectiva faz-se uma reflexão que possibilite um novo entendimento para os fatos e situações vividas e práticas desenvolvidas no ambiente escolar. Assim com a releitura do PPP – Projeto Político Pedagógico do Colégio Marilis Pirotelli EFM, verificamos que a elaboração contempla a PLURALIDADE e a DIVERSIDADE valoriza todos os sujeitos (alunos) que participam do convívio no ambiente escolar, respeitando a individualidade e necessidade de cada um.
São destacadas duas dimensões:
- dimensão interdisciplinar tem o objetivo de experimentar a vivência de uma realidade global que se inscreve nas experiências cotidianas do aluno, do professor e dos demais membros da comunidade escolar. Articulando o saber, conhecimento, vivência, escola, comunidade, meio ambiente. Sendo assim a prática é um trabalho escolar coletivo e solidário.
- dimensão internacional, o professor precisa preparar os alunos para o mundo da diferença e da solidariedade entre os diferentes. A escola precisa formar cidadão para uma sociedade global. No nosso PPP a escola deve ser o local de ponto de partida, mas tem de ser internacional e intercultural como ponto de chegada, isto é, deve valorizar a cultura local (primária do aluno), redimensionando-a na relação com outras culturas.
Mas diante do problema do desinteresse e irresponsabilidade de muitos de nossos alunos pelos conteúdos curriculares de ensino passamos a ter outra visão do problema, que é a de adequar o tratamento dos conteúdos, problematizando-os e equacionando a relação entre a transmissão da cultura e o itinerário educativo dos alunos, pois os resultados obtidos com currículos e ações pedagógicas multiculturais, que levam em conta a cultura do aluno, são mais eficazes para despertar o interesse. Mas é fundamental que os responsáveis pelos educandos estejam inseridos nesse processo educacional. Infelizmente a maioria das famílias não possuem interesse no aprendizado do seu dependente, sem cobranças e sem limites o educando é desestimulado.
