No que diz respeito aos sujeitos da educação, percebemos que nossos jovens não aproveitam as tecnologias que deveriam enriquecer e aprimorar seus conhecimentos, utilizando-as apenas de forma superficial, limitando-se em acessar redes sociais e jogos. Consideramos que isso se deve à forma como as tecnologias de informação chegaram até esses jovens. Nesse sentido, vemos a necessidade de auxiliar e resgatar nossos alunos para aprofundarem seus conhecimentos quanto às questões das tecnologias, pois são seres humanos, dotados de capacidade de pensar e agir, mas precisam ser "despertados" para a vida.
Com relação ao currículo, pensamos que é necessário revê-lo, porém com cuidado, pois precisamos saber quem são esses jovens que estão inseridos no cotidiano escolar. Algumas escolas, como por exemplo, as escolas do campo, precisam de mais atenção, tendo em vista que as dificuldades encontradas estão relacionadas ao contéudo teórico e a realidade em que o aluno está inserido.
No quesito gestão democrática, temos notado avanços no interesse e na participação das famílias, mas ainda estamos longe da democratização da gestão. Na escola, o que temos praticado são assembleias, reuniões, estudos, pesquisas de campo, projetos, palestras, Semana Cultural, entrega de boletins, confraternizações, formaturas, promoções e eventos culturais. A participação das instâncias colegiadas nas decisões a serem tomadas ocorre nas reuniões e pesquisas de campo onde são avaliadas e eleitas as prioridades das necessidades do colégio e de comum acordo entre as mesmas.
Na interdisciplinariedade, que engloba não somente as disciplinas, mas as áreas de conhecimento, vemos que deve ser trabalhada pelo viés da historicidade da produção do conhecimento, e deixa de ser um método para se tornar uma necessidade. Não abandonando o plano abstrato da transmissão dos conhecimentos escolares ao contextualizá-los, mas buscando um novo formato onde se conserva o que já foi construído, e busca melhorar e adaptar o currículo as novas necessidades. Algumas escolas já vem trabalhando a interdisciplinariedade em seu espaço escolar a passos lentos.
No que se refere à avaliação, serão necessárias mudanças à longo prazo na esfera escolar no que diz respeito aos procedimentos, metodologias, análises e olhares para os avanços do desempenho individual dos educandos. Estamos tratando aqui de seres humanos, portanto dotados de especificidades individuais e desenvolvimento intelectual também específico de cada indivíduo. A educação no Brasil deveria compor um quarto poder, além do Executivo, Legislativo e Judiciário, para realmente termos mudanças.
Simone Carina Gehlen
Nelson José de Lima
Cleniane Busetti
Daniela Barros
Elnice Frehner
Leonilza Luzia dos Santos