PACTO PARA O FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO ETAPA II – CADERNO V

PACTO PARA O FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
ETAPA II – CADERNO V

Cursistas:
Adriane de Oliveira
Fernanda Montiel
Gracília Maria Ramos Marques
Débora Peniche Taira
Luciane Mafra Nascimento
Marina Montiel
Suzana Marcelino

1- CONTEXTUALIZAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

A contribuição da Matemática para a formação humana integral dos estudantes do Ensino Médio com as demais áreas do conhecimento deve possibilitar aos estudantes o acesso ao conhecimento científico historicamente construído; proporcionar uma reflexão crítica sobre o sentido e o significado das ciências, da cultura, das tecnologias; conduzir os estudantes para uma formação que produza novos conhecimentos, dando-lhes condições para leitura, interpretação e transformação da realidade, dessa forma os papéis que a matemática pode desenvolver nessa formação integral dos alunos é a capacidade de formação do desenvolvimento de quatro tipos de pensamento matemático: pensamento indutivo (que são pensamentos presentes no ato da criação matemática, que permite a formação indutiva de novas conjecturas para serem validadas posteriormente); raciocínio lógico-dedutivo (ligado a álgebra e a geometria); pensamento geométrico ( ligado a geometria) e o pensamento não-determinístico (possibilita analisar as incertezas, a aleatoriedade do nosso cotidiano).
No contexto escolar é importante que os professores e a escola proporcionem aos estudantes atividades que levem os alunos ao desenvolvimento de diferentes formas de pensar e consequentemente  o aprimoramento da capacidade de problematização de sua realidade, portanto a mobilização dessa capacidade deve ser efetivada constantemente pela escola, o papel da matemática nesse processo é propiciar ao aluno a capacidade instrumental de resolver problemas na matemática e fora dela, no seu cotidiano e nas outras áreas, mas principalmente possibilitar formas diferentes de pensar, desenvolvendo a criatividade e instigando o processo investigativo. 

2. OS SUJEITOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E OS DIREITOS À APRENDIZAGEM E AO DESENVOLVIMENT HUMANO NA ÁREA DA MATEMÁTICA

O ensino da matemática pode auxiliar na discussão da centralidade do jovem no processo educativo de algumas maneiras, uma delas seria priorizando o conhecimento prévio dos alunos, ou seja, valorizando a vivência dos estudantes, experiências, saberes construídos a partir das relações sociais, da trajetória de vida, superando-se assim a ideia de homogeneidade enquanto estudantes, passando a percebê-los como sujeitos com valores, comportamentos, visões de mundo, interesses e necessidades singulares que fazem com eles se agrupem em diferentes grupos sociais. Outra maneira seria a percepção da existência de diferentes juventudes, ou seja, da diversidade, das características, dos desejos, objetivos e das afinidades que fazem com que os jovens se aproximem e formem diferentes grupos sociais, a juventude busca principalmente o aprendizado de conhecimentos que estão próximos da sua realidade, muitos procuram a escola como forma de instruí-los para o trabalho e a enxergam como possibilidade de interação ou pertencimento ao grupo, sendo assim a escola precisa ser repensada, reinventada para o resgate da sua capacidade de formar cidadãos críticos que estejam prontos para fazer as intervenções sociais, políticas, culturais que são exigidos pela sociedade atual, que sejam capazes também de intervir e questionar sobre sua realidade e seus modos de produção. É muito importante que o conhecimento dos jovens seja valorizado e confrontado com o conhecimento científico e se estabeleça um diálogo entre esses saberes e a prática educativa, apresentando situações que possibilitem que os conhecimentos matemáticos sejam relacionados com diferentes práticas, esportivas, culturais, artísticas, comunicativas, entre outras. Também há a necessidade de se enfocar as tecnologias digitais porque é a partir delas que os jovens conseguem se tornar cooperativos, conseguem praticar a socialização e o protagonismo juvenil, esse processo é muito relevante para a interação entre os jovens estudantes e os professores.

3. TRABALHO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA NA ÁREA DE MATEMÁTICA

A matemática articula-se com as dimensões do trabalho, cultura, ciência e tecnologia quando se estabelece relações entre a história da matemática e o eixo integrador, também à medida que se relaciona essa história com a leitura e a problematização, o que se evidencia através da evolução da história da matemática e sua relação com os conceitos de trabalho, cultura, ciência e tecnologia, claramente apresentados nas DCNEM. Entende-se o trabalho como ação transformadora consciente realizada pelo homem, a cultura caracteriza-se pelo resultado dessas ações sobre a realidade, enquanto a ciência e a tecnologia correspondem ao conhecimento construído formado historicamente, ou seja, os conhecimentos sistematizados e legitimados socialmente ao longo da história, nesse sentido a matemática possui um papel fundamental no processo de transformação da realidade humana ao longo da história, muitos problemas vivenciados por diferentes sociedades em diferentes épocas foram resolvidos á partir de observação, interpretação, levantamento de hipóteses e aplicação de procedimentos fundamentados nos pensamentos e nos conceitos matemáticos, sendo que muitos deles são explorados em salas de aula, principalmente nas aulas de matemática.

4. DIÁLOGOS ENTRE AS ÁREAS DO CONHECIMENTO ESCOLAR: PRINCÍPIOS E PROPOSIÇÕES PEDAGÓGICOS-CURRICULARES

A função primordial do currículo é propor caminhos para um melhor aprendizado do estudante, o professor e toda comunidade escolar devem pensar esse currículo coletivamente, trabalhando juntamente com o PPP, considerando sempre as características pessoais, sociais e culturais, onde a escola está inserida, pensando o currículo e o PPP dessa maneira, os conteúdos matemáticos precisam ser articulados entre si e com as outras áreas do conhecimento e em consonância com as Diretrizes Curriculares e seus conteúdos estruturantes que por sua vez também precisam fazer parte dessa articulação, sendo estendido então para as outras áreas do conhecimento, de maneira que todas as disciplinas tenham de alguma forma a matemática envolvida como uma ferramenta, na construção do pensamento ou mesmo na prática.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. (2013a). Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - Caderno II: o jovem como sujeito do ensino médio / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [organizadores: Paulo Carrano, Juarez Dayrell]. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.

BRASIL. (2013b). Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - Caderno III: o currículo do ensino médio, seu sujeito e o desafio da formação humana integral / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores: Carlos Artexes Simões, Monica Ribeiro da Silva]. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.

BRASIL. (2013c). Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do Ensino Médio, etapa I - Caderno IV: áreas de conhecimento e integração curricular / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica [autores: Marise Nogueira Ramos, Denise de Freitas, Alice Helena Campos Pierson]. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2013.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação/ Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica, 2012.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, Etapa II - Caderno V: Matemática / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores: Ana Paula Jahn... et al.]. – Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2014. 49p.