O contexto do mundo jovem do final do século XX e inicio do século XXI é permeado pela internet, telefone celular, recheado com imagens e pela explosão de informações que chegam via Web. São tantos os conteúdos armazenados nos milhões de sites disponíveis que ficamos desorientados com a imensidão de opções que surgem diante dos nossos olhos.
E, diante desse mundo tecnológico, nos debruçamos, alunos e professores, a refletir: “Para que serve a escola?” “Para que estudar?” E os alunos responderam de uma forma sucinta: para dominar o uso da língua, aprender a resolver problemas, ler e compreender textos, conseguir melhorar de vida.
Mas, como professores, nos deparamos com uma missão tão desafiadora, que é ajudar o nosso aluno a ser sujeito e não objeto das novas tecnologias. Não basta então, saber operar as ferramentas de pesquisa na internet. É necessário saber avaliar e selecionar criticamente as informações armazenadas para usá-las no dia a dia, compreendendo a importância de ser um cidadão solidário, tolerante, participativo, ético e consciente.
Diante deste cenário, foram realizadas atividades em sala de aula com os alunos do Ensino Médio. Foi proposto a realização de discussões e reflexões acerca do papel da escola e dos estudos em suas vidas. Cada turma desenvolveu diferentes atividades, mas em todas as classes os alunos participaram ativamente. Mesmo em turmas com grandes dificuldades de leitura e interpretação, que apresentam curto tempo de concentração e dificuldades em acompanhar uma linha de raciocínio mais elaborada, a atividade despertou o interesse e engajamento dos alunos.
Os professores escolheram atividades variadas, considerando as diferentes características de cada turma. Trabalhou-se com a elaboração de textos, confecção de cartazes, nos quais através de imagens e/ou pequenos textos os alunos deveriam expor seus pensamentos e construção de mural. A partir das atividades artísticas, turmas que geralmente são pouco produtivas, reclamando sempre das tarefas, surpreenderam a todos pelo engajamento e em muitos casos pelo senso crítico apresentado. Como pontos de discussão e reflexão foram apontados os seguintes temas:
A escola é boa para ter amigos;
Não tem incentivo da família para estudar;
A escola tem que melhorar, para diminuir a evasão escolar e dar maior embasamento teórico;
Importância de conclusão do ensino médio;
Dificuldades em manter estudo e trabalho;
Importância da escola para acesso à Universidade;
A escola como espaço importante de convivência;
A escola como formadora do cidadão;
A escola como processo importante para um futuro profissional;
A escola como direito de todos;
A escola como obrigação;
Utilização de métodos muito arcaicos de ensino;
Alunos que não querem aprender;
Os valores aprendidos e vividos na escola são inesquecíveis;
Escola como única oportunidade para uma vida digna e inserção social;
A escola como busca de conhecimento.
Também expressaram a importância do ensino médio comtemplar no currículo, mais uma língua estrangeira, música, informática e que deveria haver oferta de mais atividades de capacitação profissional no contra turno.
Em todas as turmas o dialogo foi peça fundamental. Todos tiveram oportunidade de expor suas opiniões e questionamentos. Nesse processo surgiram várias críticas positivas e negativas a escola. Questões como a forma de organização da escola – dos tempos e espaços escolares, do currículo, das metodologias, da avaliação - questões como motivação pessoal e valorização social da escola, entraram em pauta. Levando muitos dos professores a uma auto reflexão acerca de seu próprio trabalho.
As colocações dos alunos demonstraram que, de modo geral, ainda existe uma distância entre a escola, seus saberes, os sujeitos alunos e seus interesses.
Fonte:
Professores Col. Est. Pe. Silvestre Kandora