MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ/SEED-PR
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO
COLÉGIO ESTADUAL NEWTON FERREIRA DA COSTA
CADERNO -03
REFLEXÃO E AÇÃO – INDIVIDUAL - PÁG. 27
ORIENTADOR DE ESTUDOS: Vivian Isleb Rodrigues
PROFESSOR CURSISTA: Talita Martins
Nas novas DCNEM fica clara a autonomia fornecida às escolas para que cada uma possa adequar seu currículo e forma de oferta do Ensino Médio de acordo com sua realidade. Esse é um aspecto importantíssimo, para tentar superar os desafios do Ensino Médio, como evasão escolar, distorção idade-série e currículo. Para alunos matriculados no noturno e que trabalham, seria de grande valia um horário diferenciado para que conseguissem concluir seus estudos, dessa forma, haveria uma diminuição da evasão escolar.
A formação humana integral e a autonomia dada às escolas são os dois aspectos mais relevantes das novas DCNEM. A autonomia permite que as escolas construam seu próprio modelo de ensino de acordo com as necessidades da comunidade, sem deixar de contemplar as especificações das DCNEM quanto a disciplinas ofertadas e carga horária. Com isso, certamente, haverá uma probabilidade maior em cumprir o que diz o artigo 5º das novas DCNEM que visa a formação humana integral.
Ainda há várias limitações para que se cumpram as novas DCNEM. Uma delas é ir “contra” as definições da SEED quanto à forma de oferta para o Ensino Médio. Segundo as novas diretrizes, a escola tem autonomia para oferecer o EM em blocos, seriado, ciclos, módulos, mas ainda é um desafio permanecer com a oferta que mais favoreceu a comunidade, já esta é imposta pela SEED. A quantidade de conteúdos é muito vasta e o tempo (2 horas/aula por semana) é curto para trabalha-los, ainda mais aliando a teoria com a prática. Aos professores será um grande desafio ensinar de acordo com a formação humana integral. Além do pouco tempo, a escassez de recursos (laboratórios de ciências, informática, materiais diversos – que funcione a contento) atrasa e desgasta o trabalho do professor.
Segundo as novas DCNEM, no artigo 16, cap. 1, título III: o Projeto Político Pedagógico das unidades escolares que ofertam o Ensino Médio deve considerar: a oferta de Iniciação Científica. Como essa forma de pesquisa seria aplicada? Dentro da escola ou em parceria com as Universidades? Se for na escola, como viabilizar essas pesquisas com os poucos materiais (sem manutenção) e espaço físico inadequado ou inexistente? De que forma os alunos seriam selecionados, ou há vagas para todos que tiverem interesse? Quem ficará responsável em orientar esses alunos? Essas e outras questões não ficaram claras nas novas diretrizes. É importante que essas orientações sejam realmente aplicadas e que não fiquem apenas no papel ou que sejam escolhidas escolas modelo para a implementação dessas pesquisas científicas.
Todas as questões propostas pelas novas diretrizes são relevantes e importantes para o bom desenvolvimento intelectual dos nossos alunos, porém, acredito que com relação às artes (cultura) ainda não é suficiente se levarmos em consideração o currículo atual que contempla a disciplina de artes apenas no primeiro ano do EM. As novas DCNEM colocam o estudo das artes tendo como música obrigatoriedade, pensando nisso, haverá a necessidade de contratação de profissionais formados em música, já que os que lecionam são na grande maioria formados em Artes Plásticas.
A disciplina de Química permite a formação humana integral ao demonstrar a importância da ciência no desenvolvimento de novas tecnologias e novos materiais que ajudam no crescimento da sociedade como um todo.
Acredito que a grande maioria, senão todos os professores, formaram-se através de uma educação tradicional e conteudista, para que consigamos ensinar de acordo com as novas diretrizes, seria imprescindível a formação dos professores, afim de nos ajudar a romper as barreiras de um ensino fragmentado imposto por tantos anos. O número de aulas limitado para cumprir o currículo e os recursos materiais e espaço físico inadequado ou inexistente para as aulas são outros fatores que dificultam a implementação das novas DCNEM.
Para que as novas diretrizes sejam colocadas em prática, é necessário que a SEED realmente permita a autonomia das escolas em ofertar o EM de acordo com a necessidade da comunidade, por exemplo, na escola em que leciono, o EM em blocos funcionava muito bem e teve que ser extinto. Deve haver a possibilidade de novas contratações de professores e que estes tenham vínculo com a escola para que o trabalho tenha continuidade, que o currículo seja revisto a fim de diminuir o número de conteúdos privilegiando os conteúdos mais significantes para os alunos ou então o aumento do número de aulas, como 6 aulas diárias, por exemplo.