A desigualdade marca toda a história do ensino médio brasileiro, ofuscando sua identidade seja ela sendo uma porta para a universidade ou para a formação profissional. Consolidado de maneira que aprofunda as crises sociais e aumenta o abismo entre ricos e pobres. Expandir o ensino médio com ensino de qualidade sem reproduzir as desigualdades torna-se o maior desafio; isso implica em ampliação e clareza nos investimentos públicos, bolsa para os estudantes, remuneração adequada aos professores, melhor condição de infra-estrutura das escolas, gestão escolar democrática, formação e capacitação continuada aos professores que atuam no ensino médio visto que os conteúdos a serem ensinados devem superar a dualidade até aqui imposta, articulando o conhecimento entre cultura e trabalho.
Em relação aos sujeitos matriculados na escola no qual trabalho, presumo as condições de vida principalmente pelo bairro em que vivem e assim esboçam o perfil social, cultural e econômico uma vez que o padrão periférico, visa separar a riqueza da pobreza na lógica da globalização econômica, realidade que também está presente no chão da escola uma vez que existe uma grande diferença entre uma escola estadual de periferia para a central. Os alunos matriculados no ensino médio são maioria filhos de trabalhadores de baixa renda que por sua vez não cursaram o ensino médio e muitas vezes priorizam o mercado de trabalho antes dos estudos para seus filhos. Acesso restrito a cultura, com oportunidades escassas considerando o baixo rendimento econômico. Cria-se assim um paradoxo, o ensino médio almeja a formação integral do estudante e deve ser concebido a partir de uma concepção comum, igualitária que leve a compreensão de aprendizagem enquanto processo relacional, pressupondo condições e relações entre sujeitos e saberes e por outro lado a desigualdade, o fato do ensino médio estar muito além das perspectivas de muitos estudantes. Por isso faz-se necessário aumento de investimentos financeiros nesse segmento, para entre outro aumentar o espaço físico, aja visto que mais de 50% dos jovens entre 15 e 17 anos não freqüenta o ensino médio. Criar dentro da escola novos espaços, auditórios laboratórios, sala de jogos para atividades diversificadas, formação continuada para os professores e pedagogos sendo esse especificas para o trabalho com o ensino médio.