ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA.

Colégio Estadual Ulysses Guimarães - Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante.
Curso: Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio - Caderno V: 

                  ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA.

        Equipe:     Idilmar Machado Ferreira
                        Jussimara Aguirre Malherbi
                        Magda Regina Pereira Burgath
                        Leonirce Filomena Rossini
                        Rita Aparecida Andrade
                        Rosana Rodrigues Martins
                         Valéria de Oliveira Fernandes

Reflexão e ação
Toda ação pedagógica implica na contribuição coletiva da comunidade escolar, mas há momentos que a exclusão é inevitável, tendo em vista alguns empecilhos postos pelo cotidiano. Assim, as situações que resultam no sentimento exclusão, no momento das tomadas de decisões que afetam a vida da escola, dependem das potencialidades de tempo do profissional.
O atual contexto histórico posto à administração das escolas públicas, que orienta toda tomada de decisão pedagógica, centrada nos princípios democráticos, ainda é motivo de reflexão para muitos profissionais da educação, à medida que observamos, nestes espaços, a ausência da comunidade escolar na formação das instâncias colegiadas; na organização do calendário de provas e, na reestruturação de alguns documentos que legalizam e asseguram as práticas pedagógicas.
Assim, acreditamos que a origem para tais exclusões estão em torno da questão tempo, haja vista o deslocamento dos profissionais da educação de uma escola para outra que, muitas vezes, comprometem ele tomar ciência dos acordos, para planejar, dialogar e decidir sobre as possíveis e futuras ações materializadas no espaço escolar, bem como dos demais sujeitos que participam da escola. Logo, tudo contribui para que o profissional deste ambiente sempre se sinta excluído das tomadas de decisões, já que ao ficarem cientes das “novidades”, elas já estão acontecendo.
Por outro lado, não faltam motivos para que a escola desenvolva processos de gestão democrática coletiva, a começar por um dos mais importantes, que é a elaboração, implementação, crítica e reelaboração sistemática do Projeto Político-Pedagógico (PPP), como exemplo, a situação a ser colocada, foi a da inclusão dos simulados para o Ensino Médio e 9º Anos do Ensino Fundamental II. Após conversas isoladas e a colocação da direção sobre a intenção de adotar este tipo de avaliação como uma das ações didáticas dos professores e dos alunos que se preparam para a avaliação externa (ENEM), realizou dentro do período de trabalho, para que todos os profissionais da educação pudessem participar. Esta reunião, como já mencionado, pautou sobre a avaliação, bem como, quando ela aconteceria e, de que forma se estabeleceria como parte de uma ação integrada e interdisciplinar, a contemplar uma melhor preparação dos nossos alunos para realização do Exame Nacional do Ensino Médio.
Diante das considerações apontadas durante a reunião já referenciada, a reação, dos profissionais, foi a melhor possível, porque todos se envolveram na elaboração do Simulado, já que era um anseio de todos, e com a possibilidade de decidir coletivamente, tornou o processo ainda mais interessante e prazeroso. Assim, o resultado foi à produção coletiva do Primeiro Simulado do Colégio Estadual Ulysses Guimarães, recebida com entusiasmo pelo aluno que busca uma boa preparação para concursos e, pelos professores que almejam possibilitar esta formação, por meio de todos os meios metodológicos possíveis.
A sugestão que gostaríamos de deixar é o próprio exemplo acima citado, ou seja, que possamos sempre participar do processo de discussão e, assim tomarmos parte nas deliberações escolares, principalmente naquelas em que ações didáticas sejam escolhidas, pois estas estão não somente próximas do corpo docente, mas também farão parte do cotidiano de atuação.
Logo, motivos não faltam para a escola desenvolver processos de gestão democrática coletiva que, inclusive vão além das decisões de ação didática, já que há um trabalho constante de estudo crítico sobre o PPP, para que ocorra a materialização do mesmo.

Ao se reportar à Instância Colegiada denominada Conselho Escolar, com o entendimento de que ele delibere todas as ações e decisões pedagógicas, o Colégio que atuamos já possui o Conselho Escolar constituído, de acordo com os princípios:
Quaisquer pessoas ou grupo delas devem ter acesso às informações pedagógicas e administrativas da escola e ter plena liberdade de levantar, para fins de discussão e deliberação, temas e questões que afetam a vida da escola, seu funcionamento e a qualidade do ensino ofertado. Nesse sentido, cabe ao Conselho Escolar não apenas incentivar tais debates e decisões, mas também fazê-lo com relação à apresentação de problemas sobre os quais deve se pronunciar (inclusive por meio de redes sociais, com o que seria muito facilitado e incentivado o processo de participação).
Caberia, no entanto, para reforçar o papel do Conselho Escolar como instância de decisão coletiva, que este convidasse grupos externos a ele (de professores, de pais, de alunos) que se empenham em discutir e decidir sobre diferentes questões e apresentar suas proposições para a chancela do coletivo. (p.23)

Com isso a escola organiza a formação do mesmo pela indicação e disponibilidade do tempo dos potenciais componentes do Conselho. Acreditamos que antes, seria necessário que estes membros fossem inseridos em uma formação para conhecer como se efetiva o processo administrativo e pedagógico deste Conselho, como melhoria para a educação e tomadas de decisões. Por outro lado, a escola já promove discussões que giram em torno do processo metodológico avaliativo e análise dos dados das avaliações externas, com a finalidade de retomada e replanejamento das ações pedagógicas que visam excelência de resultados. Há, também, um diálogo constante com os membros do conselho, principalmente, quando se planeja em angariar fundos para manutenção e benfeitorias na estrutura física da escola, bem como na aquisição de material pedagógico.
A partir “do questionamento sobre a existência de um Grêmio Estudantil funcionando na escola, e verificação da atuação do mesmo”; a escola também possui esta instância colegiada instituída. Esta atua nos processos de discussão e decisão acerca da vida da escola, bem como em algumas decisões internas. Entretanto, observa-se que os membros dispõe de pouco conhecimento sobre a legislação que rege as ações do grêmio e da própria escola. Embora, Costa (2001) afirma que:

A relação protagonismo/educação, no Brasil, é o termo utilizado para designar “a participação de adolescentes no enfrentamento de situações reais na escola, na comunidade e na vida social mais ampla”, concebendo-o como um método de trabalho cooperativo fundamentado na pedagogia ativa, “cujo foco é a criação de espaços e condições que propiciem ao adolescente empreender ele próprio a construção de seu ser em termos pessoais e sociais” (COSTA, 2001, p. 9)

Com a observação das ações do Grêmio Escolar, observamos que o envolvimento dos mesmos são com as programações e materializações das atividades pedagógicas extraclasses como jogos Inter salas, festas comemorativas, formaturas, gincanas e feiras culturais; logo a atuação do grupo contribui para promoção das relações interpessoais no espaço escolar. 
Em se tratando do patrimonialismo no interior da escola, na relação com a família, observamos que a participação da família, nas decisões coletivas do estabelecimento, acontece ainda com pouca frequência. Dessa a forma, os membros familiares não elaboram argumentos, para propor, democraticamente, ações que contribuem com o processo ensino-aprendizagem. A maior participação dos pais no cotidiano escolar é uma condição, ainda, utópica, para que os mesmos conheçam sobre o funcionamento pedagógico da instituição e, assim se credenciam para debater sobre os problemas, nela existente, e as possíveis soluções.
Portanto, o nosso consenso se centra na possibilidade da escola promover ações que integre as famílias para os debates da Instituição. Porém, também temos ciência do acúmulo de atribuições que os profissionais da referida Instituição tem, já que a cada ano é notório o aumento de tarefas pedagógicas, de atitudes disciplinares e de relacionamento interpessoal, bem como a estrutura física adequada, para receber a comunidade, a fim de se estabelecer um diálogo com propósito democrático.
Ao abordarmos a relação que se estabelece entre professor e aluno, com foco no fazer pedagógico, as relações se centram no diálogo agregado às questões de ordem, disciplinas e hierarquias, por acreditarmos que estudar é o ensaio e o preparo do cidadão para o mundo do trabalho ou de qualquer outra relação que se estabelece na sociedade planejada “para se lidar com o poder e suas atribuições”.