ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NO ENSINO MÉDIO
Organização do Trabalho Pedagógico no Ensino Médio
Colégio Estadual Professor Loureiro Fernandes - Curitiba
Formadora Regional: Professora Cileni V. dos Santos
Orientadora de estudo: Professora Luci M. V. Prata
Professores cursistas: Daniel da S. Faria, Dilma Yamauti, Irene C. Romano, Irene de J. A. Malheiros, Jean C. Sauer, Josmar de J. Batista, Juslaine L. M. de Dellegrave, Lisiane V. Zaraski, Luciacyr L. A. e Silva, Marcia Grein.
As reflexões propostas para o primeiro encontro desta II fase do Pacto EM possibilitou uma retomada de temas já debatidos na fase anterior. Entretanto, uma retomada prevê que os assuntos já estejam mais amadurecidos e foi possível perceber esta visão mais consolidada dos temas tratados, a saber: as diversidades presentes na escola, organização do trabalho pedagógico, os problemas do EM na escola e o conselho de classe.
Após reflexão e debate foram apresentados diferentes perspectivas acerca dos assuntos tratados.
Em relação à diversidade, tratou-se da importância de reconhecer as pluralidades no contexto escolar e social, bem como as ações pedagógicas que possam envolver os coletivos dessas diversidades no processo ensino e aprendizagem. Bem se sabe que é um desafio a ser pensado por toda a comunidade escolar, sendo um referencial para novos encaminhamentos, como por exemplo: a promoção de debates, palestras e semana cultural, objetivando promover o respeito e a boa convivência com as diversidades e pluralidades presentes. Ainda soma-se à responsabilidade da escola incentivar a participação no conselho escolar, grêmio estudantil e equipe multidisciplinar, de sujeitos que representem essas diversidades de maneira efetiva. E em relação ao PPP, entende-se que deva contemplar projetos que envolvam essas múltiplas juventudes motivando a participação do trabalho pedagógico.
No que tange à organização do trabalho pedagógico, levantaram-se as características da pluralidade e diversidade dos sujeitos como fundamentos a serem considerados no PPP como a importância da participação na vida escolar do educando em que se envolvam conselho escolar, grêmio estudantil e conselho de classe através de representantes, proporcionando, inclusive,
o conhecimento do PPP e a participação na construção cidadã envolvendo a família. Para melhor organização do trabalho pedagógico, percebe-se a necessidade de hora atividade integrada regulamentada, formação continuada e participação dos professores nos conselhos escolares.
A formação continuada é uma articulação entre docentes que possibilita repensar a escola no trabalho pedagógico como lugar de direitos e deveres, de
relação com a comunidade, por entender que é essa escola que pode ensinar cidadania. Foi possível ainda, destacar providências que poderiam melhorar participação da comunidade proporcionando convite aos pais para a participação de reuniões oferecendo um café da manhã, reuniões periódicas com horários alternativos, formaturas organizadas formalmente, exposição de trabalhos dos alunos entre outros.
Em relação aos problemas a serem enfrentados e os impactos negativos gerados como consequência, abordaram-se algumas questões: hora atividade não concentrada gera falta de diálogo entre os pares, além de que na hora atividade isolada não rende o trabalho. Há falta de ação mais participativa dos alunos na proposição de projetos e de ações culturais, sociais, pedagógicas, o que traz como consequência alunos apáticos, desmotivados, pouco participativos, sem iniciativa. Outro problema verificado é o planejamento desarticulado entre os pares, o que gera Plano de Trabalho Docente inconsistentes e diferentes na mesma disciplina; professores acabam realizando um trabalho isolado o que não permite unidade e continuidade no desenvolvimento dos conteúdos. Apontou-se ainda a atuação insuficiente dos profissionais da educação nos diversos órgãos colegiados como APMF e Conselho Escolar. As ações apresentadas para dirimir esses problemas podem ser viabilizadas com hora atividade concentradas, com o fortalecimento do Grêmio Estudantil por meio de trabalho com os representantes de classe e investimento ousado nas proposições aos alunos. Por outro lado, promover discussões entre os pares das disciplinas possibilitaria maior interação entre os professores, no entanto, antes de tudo, há necessidade e de vontade política da escola para o fortalecimento dessas instâncias.
Não menos importante que os demais, o Conselho de Classe foi o último tema a ser tratado nessas discussões do primeiro encontro desta fase do Pacto. A análise de uma ata de CC pode verificar questões como grande número de alunos aprovados por conselho de classe, como se não houvesse possibilidade de o professor oportunizar mais momentos de recuperação evitando assim, o desgaste do CC tampouco a fiúza dos alunos aguardarem a aprovação “gratuita”. Em se tratando de aprovação por CC, é adotada a medida de Termo de Compromisso a ser assinado pelos pais e o próprio aluno no sentido de acompanhamento do rendimento escolar no ano seguinte, uma vez que lhe foi dado um voto de confiança que teria condições de bom rendimento escolar. Entretanto, essa medida perde a eficácia e a proposta se o aluno for transferido, pois não há como acontecer. Outro problema percebido na ata analisada é que a indisciplina está prejudicando demais o rendimento dos alunos e os professores acabam dispendendo mais tempo “cuidando” do comportamento dos alunos do que trabalhando com o conteúdo. Isto se deve à impossibilidade de se contar com famílias mais comprometidas com a educação dos próprios filhos. Percebeu-se ainda nesta análise que o formato do CC foi facilitado com a organização de formulários a serem preenchidos o que possibilita melhor aproveitamento e direcionamento. Há ainda o problema para reunir o maior número de professores para a participação do CC, dada a impossibilidade já que os professores não possuem dedicação exclusiva à escola em questão.
Percebeu-se que esta primeira reflexão e discussão acerca dos problemas enfrentados no EM nesta escola vêm ao encontro das preocupações dos professores levando, portanto, à busca de soluções que, se não forem definitivas, ao menos subsidiem este enfrentamento.
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