A Organização da Gestão Democrática da escola
Colégio Estadual João Zacco Paraná – EFMP Município de Planalto – Paraná
Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão
Participantes da formação do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio
Cézar Augusto Soares
Dayana Regina Camera de Mattos
Denize Terezinha Baldissera Lagner
Fátima Roseli da Cruz Kegler
Flávio Roberto Kich
Isanir Milani
Leci Lurdes Vetorello Dahmer
Neuza Brasil de Castro
Rosemeri Ines Kunrath
Sônia Mumbach
Vera Clair Kreling
Zenaide Salete Gallas Werle
Caderno V - Organização e Gestão Democrática da Escola
Temática I – Gestão democrática da Educação e gestão democrática da escola
Em discussão com os participantes do grupo percebemos que inúmeras vezes nos sentimos excluídos e outras vezes, incluídos .
Isto com certeza afeta nosso trabalho de maneira positiva ou negativa, pois percebe-se, que tudo tem maior êxito quando nos sentimos gratificados em realizá-lo.
Sabemos que nem todos os nossos anseios podem ser atendidos em detrimento da democracia que deve existir no trabalho e principalmente no espaço escolar, pelo grande contingente de pessoas que ali vivem diariamente.
Percebe-se a exclusão quando acontece a falta de esforço de organizar o horário escolar anual em detrimento de beneficiar alguns, o que outrora já aconteceu muito e ao mesmo tempo sente-se o quanto é benéfico quando as solicitações possíveis de realizar neste sentido, são atendidas.
A exclusão também ocorre quando acontece uma capacitação de freqüência não obrigatória e o gestor simplesmente diz que haverá aulas em sua escola neste dia, e para não criar problemas maiores, concorda-se em trabalhar na escola.
Gostaríamos de poder opinar mais em relação a Formação Continuada dos educadores do nosso estado, tendo um espaço para sugerirmos, colocar nossos anseios, pois, muitas vezes os assuntos abordados são importantes, no entanto, não dão conta daquilo que necessitamos para suprir nossas defasagens cotidianas na escola, na sala de aula, por exemplo, “como trabalhar com os inclusos de forma a garantir a aprendizagem de qualidade destes e ao mesmo tempo dos demais educandos por sala?”.
Outra situação de exclusão que foi relatada no grupo, foi quanto a questão da distribuição das verbas para as escolas que estão com o índice do seu IDEB abaixo do desejado. Pensamos que esta deveria ser igual para todas as escolas, mesmo aquelas que apresentam um bom desempenho.
Quando houve a adesão ao PROEMI, como na maioria das decisões envolvendo ações significativas para a vida escolar, falta tempo e pessoas para organizar e discutir as questões no âmbito da escola.
Nos sentimos excluídos quando não somos ouvidos/atendidos em relação a demanda de pessoas que necessitaríamos na escola para dar conta de tudo aquilo que é exigido da função, a começar pela direção auxiliar e demais setores.
Concluimos que a grande maioria das exclusões são provocadas pela mantenedora e do governo como um todo. Os motivos dessa situação se dão em parte, para a manutenção do poder e em parte pelas distorções administrativas (excesso de burocracia entre outros).
Nos sentimos incluídos na maioria dos momentos vivenciados na escola por podermos estudar/ discutir com os nossos pares sobre todos os assuntos sendo estes pedagógicos e administrativos, a partir da elaboração e execução do Plano de Ação da escola.
Assumimos a postura de continuar reivindicando os direitos a uma educação de qualidade, pública e para todos.
Temática II – A direção da escola e a gestão democrática
Várias são as situações vividas na escola que são objeto de discussões sistemáticas e de decisões tomadas coletivamente em benefício da escola e/ou dos envolvidos.
Cotidianamente as decisões, tanto as de cunho pedagógico assim como as questões administrativas são decididas coletivamente, tais como realizar discussões sobre o sistema de avaliação, o atendimento mais eficaz aos responsáveis dos educandos, a indisciplina, o rendimento escolar, Conselho de Classe, Parceria com as Universidades, Reuniões e Assembleia de Pais, Promoções da APMF em benefício da escola, viagens de estudo, porém, há inúmeras decisões que fogem do alcance da direção e da escola como um todo, como por exemplo, a definição do Professor da Sala de Apoio à Aprendizagem; o porte da escola e a demanda deveria ser analisado individualmente; o número de alunos por turma; a ampliação e reformas, distribuição e emprego das verbas. Falta de consulta às escolas para destinar as tecnologias de uso do professor e de uso coletivo, entre outros
Sugerimos que nas situações futuras a SEED consulte os profissionais da educação nas tomadas de decisões, principalmente em se tratando de investimentos.
Temática III – O Conselho Escolar e a gestão democrática
O Conselho Escolar sendo um órgão colegiado de natureza consultivo e deliberativo, possui importante papel no desempenhar de todas as ações da escola, assim em conformidade com legislação educacional vigente atua nas decisões quanto a situação de professor que não cumpre com seriedade e responsabilidade o seu papel de educador, desrespeitando as normas estabelecidas pela escola, analisadas e aprovadas em Assembleia de pais.
Também atua quando há necessidade de analisar as questões de indisciplina de alunos que prejudiquem o trabalho escolar.
As decisões tomadas neste sentido visam a gestão democrática, com o propósito de decidir no coletivo de representantes as situações mais delicadas, descentralizando as responsabilidades.
Estas decisões respeitam a opinião da maioria, após tomar conhecimento do(s) fato(s) ocorrido(s).
Quando uma decisão é tomada acontece comunicação entre os representantes, exceto quando esta é sigilosa e é considerado anti-ético divulgá-la.
Temática IV – O Grêmio Estudantil e gestão democrática
O Grêmio Estudantil também é uma instância que favorece a gestão democrática na escola, permitindo que o educando tenha sua liberdade de expressão assegurada, para a qual nós educadores, temos importante papel no sentido de estimulá-los a usar deste espaço importante de representatividade.
Pelo depoimento realizado por adolescentes e jovens estudantes, integrantes do Grêmio Estudantil de nossa escola, estes responderam que não interferem nas decisões a serem tomadas pela direção do colégio, entretanto, existe o respeito e a consideração por parte da direção em relação aos trabalhos realizados pelo mesmo. Reconhecem que não há uma participação muito ativa dos membros e, isto se dá por vários motivos: não se consegue um espaço/tempo para reuniões onde todos possam participar; falta empenho de muitos componentes e que na maioria das vezes ficam aguardando a iniciativa da direção.
Quanto às atividades propostas pela SEED que contemplem a resiliência, nosso grupo de estudos lembrou de iniciativas que já existiram, mas que no momento não acontecem mais, ou seja, a realização do FERA, o COM CIÊNCIA. Numa busca realizada sobre o assunto, via internet, de ações do Estado nesse sentido, observa-se as Atividades Curriculares em Contraturno.
Temática V – Os desafios da prática: a gestão democrática da escola pública entre o proposto e o realizado
Analisando a realidade da escola concordamos que a autonomia no interior da mesma dá-se da forma exposta no caderno V, elaborado para os estudos do pacto pelo fortalecimento do ensino médio, p. 31, “a possibilidade da autonomia escolar sofre várias restrições”, ou seja, esta aparece muito mais no discurso do que propriamente na prática, citando como exemplo, o gasto das verbas que a escola recebe. Muitas vezes seria necessário adquirir algo prioritário naquele momento, no entanto, isto não está contemplado para ser possível comprar, então, acaba-se investindo em algo não tão necessário e fica faltando o que de fato se necessita. Também quanto a elaboração do Projeto Político-Pedagógico, se este não estiver com os critérios pré estabelecidos não é aprovado. A autonomia também não se efetiva na maioria das vezes no sentido da nossa Formação Continuada.
Assim, observa-se que acontece o elencado no caderno V, elaborado para os estudos do pacto pelo fortalecimento do ensino médio, p. 34, quanto as condições adversas à participação que acontece com grande parte dos educadores.
Quanto as experiências relativas à forma como os pais se manifestam a respeito dos três aspectos que, segundo Paro, condicionam a participação deles na vida escolar, observa-se que estes ainda não sentem-se como sujeitos importantes no processo escolar dos filhos. Alguns por entenderem que a função de educar e de ensinar é da escola, e que eles não precisam ou não tem nada para contribuir. Outros até sentem-se um pouco mais responsáveis neste processo, porém, não fazem muito esforço para participar efetivamente. Concordamos com PARO, p.37, que para que os pais sintam-se ativos eles necessitam imaginar esta possibilidade.
Concluímos que é interessante e necessário mudar o quadro da participação dos pais na escola e sabemos que é um desafio bastante grande transformarmos esta situação, no entanto, entendemos que é imprescindível realizar um trabalho diferente do existente na escola. Pensamos em realizar encontros periódicos de estudo com os pais com dinâmicas, a partir de recortes de filmes, de mensagens, de textos, com o objetivo destes perceberem que fazem parte da escola e o quanto são importantes neste processo.
Temática VI – A Gestão do trabalho pedagógico: o PPP em ação
A maioria do grupo que participa dos estudos do Pacto auxiliou na construção/escrita do Projeto Politico-Pedagógico, sendo que uma minoria começou a trabalhar em nosso estabelecimento após a sua formulação.
Este foi construído a partir de 2005, sendo um amplo processo de discussões, estudos, analises com o intuito de contemplar todas as dimensões da escola.
A finalidade do PPP é nortear a organização do trabalho pedagógico do estabelecimento, ou seja, o que almejamos enquanto instituição, partindo da concepção de homem, de sociedade e de educação que temos e definirmos ações no coletivo escolar e construirmos a escola que almejamos.
Quanto a sua reformulação percebemos de que é necessário fazê-lo de tempos em tempos, pois muda a realidade dos sujeitos que forma o coletivo da escola e com esta também as necessidades que a compõem.
Em relação ao ambiente em sala de aula, busca-se conduzir a prática do conteúdo de forma dinâmica, oportunizando o diálogo valorizando a sugestão dos educandos, possibilitando aos alunos, serem reflexivos, críticos e sujeitos de sua trajetória. No entanto, essa é uma tarefa bastante desafiadora, tendo em vista isto não ser uma prática que o aluno possui, pelo fato da sociedade num geral não fazer questão do individuo ser pensante.
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