COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA RENEÉ CARVALHO DE AMORIM – EFM
REFLEXÃO E AÇÃO PÁGINA 40 - CADERNO I - ETAPA 2
ANÁLISE DAS ATAS DE CONSELHOS DE CLASSES
CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe é o momento oportuno para reunir os docentes das diversas disciplinas com o objetivo de analisar os processos de ensino e de aprendizagem sob múltiplas perspectivas.
Quando as discussões são bem conduzidas, elas favorecem aspectos como a análise do currículo, da metodologia adotada e do sistema de avaliação da instituição escolar.
Dessa maneira, possibilitam aos professores uma interessante experiência formativa, permitindo a reavaliação da prática didática.
Entretanto, se o Conselho de Classe for mal planejado, este se transforma em um desabafo coletivo e, numa sequência de reclamações, acerca do comportamento dos alunos nos mais variados âmbitos.
Infelizmente, ao invés de se deterem na análise sobre o que o educando produz, normalmente as discussões têm como foco o que ele não faz, ou seja, não realiza as atividades propostas, não traz o material, falta em muitas aulas, não entrega os trabalhos; ou, que faz inadequadamente, como, por exemplo, conversa muito durante as aulas, copia as atividades dos colegas, desrespeita o professor.
Sabemos que a função do Conselho de Classe não é julgar o comportamento dos alunos, mas compreender a relação que eles desenvolvem com o conhecimento e como gerenciam a vida escolar para, quando necessário, propor as intervenções adequadas.
Ao realizar a leitura e análise das atas dos Conselhos de Classe de três escolas diferentes nas quais os docentes do grupo trabalham, observamos que os principais problemas levantados foram a indisciplina e a baixa aprendizagem. Queixa frequente nos três estabelecimentos.
Oportunamente, destacou-se que, no que tange à baixa aprendizagem, os alunos apresentam dificuldades e falta de interesse em alguns componentes curriculares. E, quanto à indisciplina, relatou-se a desobediência no que se refere à proibição ao uso de celulares em sala de aula, sendo este o maior vilão do quesito apresentado.
Em relação aos encaminhamentos, a equipe pedagógica prontificou-se a realizar as intervenções necessárias junto às famílias dos educandos, estimulando-os a participarem ativamente da vida escolar de seus filhos.
Levando em consideração que o termo queixa é um ato, uma reclamação, e, problema é um fato, algo que constatamos, devemos ter consciência que a queixa surge sempre que há um problema no ambiente escolar e, este, apenas é resolvido quando se pensa numa solução possível.
As questões de ensino e aprendizagem tratadas no Conselho foram: necessidade de repensar as práticas didáticas para atrair a atenção dos alunos e tornar as aulas mais atrativas e dinâmicas, bem como, buscar estratégias para envolvê-los praticamente nas aulas, fazendo com que participem ativamente e, deste modo não se dispersem.
As sugestões propostas tanto pelos docentes quanto pela equipe pedagógica foram: fazer uso do laboratório de informática para mostrar aos alunos uma visão diferenciada dos conteúdos apresentados, bem como utilizar os softwares educativos para facilitar o ensino e a aprendizagem.
Não identificamos nas atas dos Conselhos de Classe analisados, comumente uma prática de gestão democrática, pelo contrário, o que vemos, é uma reunião, onde professores, direção e equipe pedagógica acusam-se mutuamente, buscando sempre um culpado para o não aprendizado dos alunos. Em uma das escolas, recentemente, e após decisão do colegiado, alunos que são líderes de turma escolhidos pelo voto dos mesmos, passaram a fazer parte dos conselhos, porém sem participação ativa, apenas como ouvintes.
Entendemos que o Conselho de Classe terá seu verdadeiro propósito alcançado quando for planejado pelos gestores de maneira a auxiliar os educadores a ampliarem seu olhar sobre o desempenho de seus alunos e de sua própria prática docente, atuando como órgão diagnosticador e não acusador ou meramente identificador de problemas. Somente assim, cremos alcançaremos qualidade no ensino e práticas pedagógicas voltadas para as reais necessidades, seja dos educandos, seja dos professores envolvidos no processo educativo. Ou seja, que o Conselho de Classe oportunize um encontro onde se possa diagnosticar problemas que envolvem o pedagógico da escola, proponha soluções e encaminhamentos para os problemas diagnosticados, sirva como meio para se divulgar boas práticas e reavaliar procedimentos.
Documento elaborado pelo grupo de estudos composto por:
Adriani Felizardo Veles
Amauri Batista Reis
Eliane Feldhaus
Leonardo Biasi Placedino
Mari Jane Mariano
Silvana Lourenço da Rosa
Orientadora de estudos: Rodirceia Adriano dos Santos