O Jovem do Ensino Médio
Equipe do Colégio Estadual Ângelo Gusso.
O Jovem do Ensino Médio
A relação professor/educando
Um dos principais dilemas da educação contemporânea é aquele que gira em torno da permanência dos alunos do ensino médio nas escolas. Todo esse clima de desinteresse dos jovens pela vida escolar tem gerado muitas reflexões no ambiente escolar afora sobre os possíveis caminhos de fazer com que o ensino médio seja vivido e percebido como significativo. Nessa perspectiva, o desafio dos sistemas de ensino nos últimos anos envolve a capacidade de organizar um programa curricular que consiga, ao mesmo tempo, formar os jovens para continuar os estudos no ensino superior e prepará-los para o mercado de trabalho, ou seja, fazer com que se escolarizem. O ensino médio é uma oportunidade para que o jovem se depare com o conhecimento que vai torná-lo ativo e produtivo. O jovem se encontra numa fase da vida caracterizada por uma série de transformações biológicas, psicológicas e sociais, as quais trazem mudanças corporais, que repercutem na autoimagem de cada um. A busca pela autoafirmação e pela construção de identidade marca a sua relação com o grupo em que atua. Este também é um período em que o jovem, ao buscar sua autonomia adquire novas responsabilidades, desenvolve sua capacidade de julgamento e constrói novas formas de pensar relações familiares com o grupo de colegas e com a própria sociedade. O professor deve conquistar seus alunos através da admiração, respeito, cumplicidade, inspiração e tolerância para que ao longo do processo ensino-aprendizagem, se alcance o conhecimento. Por meio da conquista, levar seus alunos a compreenderem a importância da escola em sua formação integral humana. “Toda aprendizagem precisa ser embasada em um bom relacionamento interpessoal entre os elementos que participam do processo, ou seja, aluno, professor, colegas de turma” (ABREU; MASETTO, 1980, p.11).
Entretanto, esta função não deve ser exclusiva do professor e, sim, de toda a comunidade escolar, da sociedade, dos pais e responsáveis.
Segundo Julio Groppa Aquino, a importância da família na vida do aluno é fundamental e anterior à escola. Assim, “é óbvio que não há possibilidade de a escola assumir a tarefa de estruturação psíquica prévia ao trabalho pedagógico; ela é de responsabilidade do âmbito familiar, primordialmente” (1996, p.46).
O Sujeito (Aluno) hoje.
Mediante a uma pesquisa realizada com os alunos do Ensino Médio e Ensino Fundamental do Colégio Estadual Ângelo Gusso (CEAG), constatou-se que a conversa pela internet é muito utilizada pelos alunos, pois eles podem expressar-se sem julgamentos, sem restrições e, muitas vezes, vencer a timidez, permitindo uma multiplicidade de identidades.
Contudo, segundo os relatos dos estudantes, as conversas virtuais ainda não substituem as presenciais, pois estas possibilitam o contato visual, fazendo-se uma leitura das expressões corporais e faciais, permitindo maior interação entre as pessoas.
É importante registrar que o CEAG oportuniza aos alunos realizarem suas identidades culturais, por meio de projetos que envolvem esportes como: futsal e tênis de mesa, expressão corporal como o Hip Hop e dança contemporânea, visitas constantes à biblioteca, que são incentivados pelo projeto de leitura e está iniciando um projeto de música de diferentes gêneros.
Com relação ao documentário o desafio do passinho, constatou-se que não faz parte da realidade dessa escola.
Expectativa do Jovem do Ensino Médio
Fica evidente a necessidade da escola e seus professores refletirem sobre o sentido da escola para os seus alunos, bem como sobre a relação que estes estabelecem com os projetos de vida futura. É preciso, portan¬to, compreender as expectativas dos jovens estudantes a respeito de sua formação esco¬lar e a avaliação que eles fazem dessa. Existe a necessidade de que os alunos aprendam a superar as dificuldades cotidianas e entendam que os conhecimentos recebidos, assimilados, servem de subsidio para ações futuras que determinarão suas escolhas, seja o ingresso no mercado de trabalho ou na Universidade.
Por meio das pesquisas elaboradas foi possível observar que 30% dos nossos alunos jovens já estão no mercado de trabalho e os restantes destes jovens desejam também ingressar neste universo. A grande maioria deles tem conhecimento sobre seus direitos trabalhistas e exercem funções na área administrativa, em departamentos públicos.
Vale Ressaltar que os jovens do ensino médio deste colégio relacionam diretamente a escola e o trabalho, bem como a qualidade de sua formação à qualidade de seu emprego.
Carta ao jovem do Ensino Médio
Curitiba, agosto de 2014
Caros alunos do Colégio Estadual Ângelo Gusso
Queremos, nós professores, dirigir algumas palavras a vocês, nossos alunos.
Primeiramente esclarecer que às vezes, envolvidos com as tarefas diárias, em várias situações desgastantes, não temos oportunidade de dizer o que realmente pensamos de vocês, como nos sentimos nas relações cotidianas, o que desejamos para vocês hoje e para o futuro.
Saibam que vocês são o principal motivo da escolha de nossa profissão, vê-los em certas aulas envolvidos com o conhecimento, com a proposta do conteúdo apresentado, nos faz acreditar que realmente escolhemos certo. Sabemos que não são em todos os momentos que essa atitude de encantamento com a aula e com o conhecimento acontece, nessas situações o que possa parecer “pegação no pé” é na verdade preocupação, pois nosso grande desejo para o futuro de vocês, além de felicidade é que tenham sucesso. Aquele sucesso de sabor especial, que conquistamos com trabalho árduo e que quando chegamos ao fim do dia temos a certeza de declarar VALEU A PENA!
Em especial gostaríamos de também dizer, que a escolha de nossa profissão não foi também em qualquer instituição, mas escolhemos trabalhar na escola pública, em defesa do aluno da escola pública. Não admitimos difamação da nossa escola e do nosso aluno!
Em algumas situações nossas relações são conflituosas, temos a clareza que isso pode acontecer em decorrência de momentos e responsabilidades de vida de professor e de aluno, serem diferentes, porém nosso objetivo é comum e queremos que caminhe na possibilidade do encontro de uma consistente formação escolar. Ouvir vocês alunos talvez não seja uma prática comum, mas esse trajeto pode ser novamente traçado se estabelecermos outras formas de convivência, pautadas na troca e no respeito. Algumas exigências ocorrem não por não entendermos as necessidades do momento histórico que vocês vivem, de intenso convívio com a tecnologia, da importância dada as aparências, da necessidade de soluções imediatas para os problemas e conflitos, e tantas outras características, atitudes, reações que ainda nos são um mistério.
Então vamos utilizar essa oportunidade para conversarmos abertamente sobre o que é ser jovem e como isso pode ajudar e contribuir com a nossa trajetória na ESCOLA?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABREU, M. C.; MASETTO, M. T. O professor universitário em aula. São Paulo: Cortez, 1980.
AQUINO, Julio Groppa (org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 7 ed. São Paulo: Summus, 1996.
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