O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO
O que significa ser jovem? Achei muito interessante essa questão de não valorizar a idade, mas sim todo o contexto social e cultural em que está envolvido. A partir dessa reflexão é fácil concluir que existem “juventudes”, cada qual com uma percepção diferente de mundo e de escola. Para alguns a escola não faz sentido por estar distante da realidade. Para ampliar o conhecimento que temos deles e eles próprios ampliarem o conhecimento em relação deles mesmos, é interessante trabalhar a formação humana que contemple a totalidade dos nossos jovens é um caminho importante para envolver as juventudes.
A internet precisa ser vista e valorizada como algo positivo para melhorar a qualidade do ensino, porém é necessário que o professor oriente ao aluno para que não corra o risco de não se fazer uma análise dos conteúdos, uma vez que tem a questão da confiabilidade e da qualidade de algumas informações. Outra questão é as conversas pela internet que precisam ser discutidas e analisadas com os alunos, elas tem o mesmo valor do que aquilo que se diz presencialmente? Nossos jovens, em sua grande maioria, passam o dia todo trocando mensagens e enviando email, mas a conversa presencial ainda é necessária e se faz necessário que haja um equilíbrio entre ambas.
Conhecermos o território dos nossos alunos é fundamental para que consigamos orientá-los e auxilia-los com algumas informações em relação aos seus direitos e suas responsabilidades. Na nossa comunidade escolar temos uma quantidade muito grande de jovens que trabalham, principalmente no ensino noturno, cada qual trabalha por motivos diversos. Alguns para ajudar no sustento da família, outros para estar inserido num contexto social e outros simplesmente é uma opção familiar para que se mantenham ocupados. Vejo que eles passam a ter uma maturidade muito maior após o ingresso no trabalho.
A relação dos jovens com a escola, na nossa realidade, é bastante diversificada, há aqueles que valorizam a questão social, encontrar amigos, namorar, marcar programas de final de semana, manifestam isso no retorno após as férias. Outros alimentam a expectativa de que a escola irá contribuir para a inserção profissional e a continuidade dos estudos numa universidade. Outros estão na escola porque são obrigados pelos pais ou por mandato judicial, esses são os jovens que acabam tendo uma relação mais conturbada, com indisciplina e muitas vezes com violência. A construção das regras coletivamente é uma alternativa para solucionar alguns problemas, uma vez que o jovem passa a se sentir sujeito ativo e participante da construção das regras e consequentemente no cumprimento destas.