O Ensino Médio no Colégio Estadual José de Anchieta – EFM: análise de possibilidades para uma formação humana integral e as perspectivas de universalização

Para que o grupo de professores locais conseguisse estabelecer um perfil dos alunos que frequentam o ensino médio no Col. Est. José de Anchieta – EFM, no município de Planalto-PR, foi realizada uma pesquisa por amostragem, onde cerca de 20% dos alunos foram entrevistados. Com este trabalho, foi possível perceber que a grande maioria dos alunos do Ensino Médio entrevistados frequenta a escola em idade regular. Também analisando a escolaridade dos pais, pôde-se observar que esses possuem escolaridade que varia entre ensino fundamental e médio, considerando-se assim, que têm condições básicas para acompanhar a vida escolar de seus filhos. Um fator benéfico observado é o fato de que mais de 50% dos alunos possui computador e acesso à internet, e, quase a totalidade possui celular, carro e casa própria, o que evidencia uma regular/boa situação socioeconômica. Na pesquisa foi também verificada a estrutura familiar, constatando-se que grande parte dos alunos convive com os pais (casal) e apresenta uma boa condição afetiva e cultural. Algo também evidenciado pela afirmação do gosto pela leitura, pois a maioria lê mais de um livro por mês. Ao final da pesquisa, ao serem questionados sobre a perspectiva de futuro e expectativas em relação à escola, foram unânimes em afirmar sua intenção em ingressar ao ensino superior. O que, em conversa com os professores, foi observado que isso, por vezes (maioria), não ocorre, pois alguns não conseguem nem mesmo concluir o ensino médio por necessidade de inserir-se no mercado de trabalho para complementar a renda familiar. E outros, por motivo semelhante, até concluem mas não seguem adiante.

Ao estudar o caderno I e o documento das DCNEM, o grupo discutiu os princípios e fundamentos que constituem a proposta da formação humana integral do estudante, ficou claro o posicionamento da maioria ao entender que não deve ser levado em conta o foco restrito ao vestibular e ENEM, mas sim garantir uma base igualitária para todos, onde haja integração dos diferentes níveis e modalidades da educação escolar e a articulação entre as políticas educacionais e públicas relativas às demais dimensões da vida social. O grupo concorda com o que é apontado no material de estudos que, a formação integral implica em competência técnica e compromisso ético, preparando o sujeito para conviver em sociedade. Assim, considera fundamental atentar para o fato de que o trabalho deve ser entendido como princípio educativo e que este não se restrinja ao “aprender trabalhando” ou ao “trabalhar aprendendo”. O trabalho assim entendido, a partir dos estudos realizados, está relacionado, principalmente, com a intencionalidade que, por meio da ação educativa os alunos possam realmente aprender, enquanto vivenciam e constroem a própria formação.

Depois de estudar e discutir sobre os entraves e limitações do ensino médio no Brasil, o grupo concluiu que, a universalização para esse nível de escolaridade só se tornará possível se forem elaboradas políticas públicas que realmente atendam a diversidade de público, de forma democrática. Há também que se possibilitar condições para que o jovem possa, de fato, estudar, garantindo a sua permanência na escola até a idade adequada com qualidade, e com um currículo que integre sociedade, trabalho, cultura, ciência e tecnologia. É preciso ainda, garantir a igualdade no ensino, equilibrando o diurno e noturno, com ampliação de recursos públicos e ações elaboradas de acordo com a realidade presente na escola, afim de atender as necessidades/particularidades do educando no contexto social local.