O Ensino Médio em discussão
O Ensino Médio em discussão
Preocupados em entender as razões que afetam a crise do Ensino Médio, professores do Colégio Avelino Antônio Vieira realizaram uma pesquisa em sala de aula, com 178 alunos de um universo de 780, entre os dias 11 a 18 de agosto de 2014. Os objetivos desta pesquisa eram verificar os sentidos do estar na escola para os jovens do Ensino Médio; a influência dos laços familiares na estrutura emocional e cognitiva dos discentes; o valor dado por eles aos estudos; o papel desempenhado pelos pais e professores na aquisição de conhecimento; as referências importantes para a formação dos valores morais destes jovens; suas necessidades e expectativas em relação ao Ensino Médio, ao trabalho e aos projetos de vida futura.
Dos que responderam a pesquisa, 52,4% são femininos, 36% masculinos e 5,6%, homossexuais. Destes, 44,4% residem com os pais biológicos, 44,3% com pais divorciados e 12,3%, moram com os avós. No quesito, relação emocional com os pais, 52,2% afirmou que admiram seus pais. Reconhecem que aprenderam muito com eles, que são carinhosos e por isso, são seus confidentes. Entretanto, há um percentual de 26,4% que apesar de admirá-los e ter aprendido muito com eles, não os consideram seus confidentes. 10,6% disseram que seus pais não são carinhosos e 3,4%, reconhecem que os pais são violentos, não dialogam e só brigam. 4,5% ignoram a presença do filho em casa e só pensam em trabalhar e ganhar dinheiro. 2,9% não opinaram. Na questão sobre obediência e respeito às regras da casa e da família, 31,5% afirmaram não discutir as ordens dos pais, apenas, obedecem. Mas, 59% geralmente, contestam as ordens de seus pais, discutem e, depois, obedecem. Agora, 4% afirmaram que o que prevalece é a sua opinião em detrimento a de seus pais. 5,5% disseram que seus pais não se interpõem. Eles passam o dia no videogame, na TV, na rua ou na casa dos amigos (as)...
Abordados a respeito da escola e importância que os pais dão aos estudos, 55% responderam que eles dão muito valor. 21,5% por incentivo deles fazem cursos extras fora da escola. Entretanto, 19% ignoram as ordens de seus pais e só estudam para a prova. 4,5% afirmam terem medo de obterem péssimos resultados nos estudos porque seus pais são repressivos. Por outro lado, quando perguntado sobre a visão deles sobre o ato de estudar, 34% responderam ter prazer em estudar e veem na escola uma oportunidade para se vencer na vida, enquanto 56% não gostam de estudar. 6,7% afirmam não terem opinião formada sobre este assunto. Entretanto, 54% dos consultados, buscam encontrar informações via internet, 24% confiam nos pais como fonte de conhecimento e somente 8,4% consultam os professores. Perguntados sobre o curso, Ensino Médio, 38,2% consideram-no, fraco. Justificaram a opinião que o curso não oferece uma referência para que o estudante possa proceder à sua auto avaliação com vistas às suas escolhas futuras, tanto em relação ao mercado de trabalho quanto ao Ensino superior. 15,2% o consideram péssimo. Alegam que além de faltar qualidade na educação, há uma distância enorme entre o ensino e a realidade vivida pelos jovens. Em contrapartida, há um percentual de alunos, 30,9% que o consideram bom e, alegam fornecer subsídios suficientes às diferentes modalidades de acesso à educação superior. 15,7% consideram-no, ótimo. Com relação à prática de bullying, 54% afirmam não praticá-lo e detestam este ato 13,4% procuram ajudar os amigos (as) numa situação de perseguição , mas 24,7% sabem de sua existência e não ajudam ninguém. Não se intrometem.
Ao serem inquiridos sobre as referências importantes que interferiram e ainda interferem na formação dos valores morais, 26,4% consideram os pais como referencial e 25,9% consideram os pais e alguns amigos (as). 41% afirmam que quanto mais amigos possuírem mais querido (a) se sente, tanto que, 36,5% contam todas as coisas que vivenciam aos amigos, coisas boas ou ruins. Mas, quando a questão é moda ou o que usar, que tipo de programas assistirem, que tipo de músicas ouvirem, que sites consultar..., 36,5% consideram a opinião dos amigos (as). Em contrapartida, 16,3% não têm amigos e preferem não tê-los. 68% deles não me importam com a opção sexual de seus amigos/as e 13,5% são liberais no sexo, na vida e não se importam com o que os outros vão falar. Entretanto, 12,9% tem a opinião de que meninas que namoram e ficam com vários garotos são mal faladas no grupo. 5% aceitam o aborto ocorre gravidez indevida.
Quando confrontados sobre a cidadania e atitudes de preservação ao Meio Ambiente, em média, 70% deles consideram muito importantes fechar as torneiras, reaproveitar embalagens, apagar as luzes, separar o lixo, enquanto 20%, não, e, 10% não opinaram.
Considerando, as respostas auferidas pela média, observa-se que 73% dos entrevistados consideram muito errado, atitudes, tais como: pedir emprestado e não devolver colar na prova, copiar o trabalho do colega, roubar, jogar lixo no chão, furar fila, comprar produtos pirateados, baixar filmes ou música da internet sem pagar direitos autorais, mentir a idade, abrir pacote no supermercado, comer e sair sem pagar. Por isso, não fazem. Entretanto, 42% deles sabe que é errado, e praticam a corrupção. Ignoram e cometem o erro. Da mesma forma, 22,6%, cometem o erro, justificando não considerá-las, atitudes erradas.
Dentre os 178 entrevistados, 100 alunos disseram que trabalham: exercem uma atividade remunerada. Dos quais, 49% trabalham por necessidade: o salário destina-se a ajudar no orçamento familiar. Em contrapartida, 48% ganham só para si para atender necessidades pessoais. 3% não opinaram. 56% deles recebem até 1 salário mínimo, 30% entre 1 e 2 salários mínimos e 14%, mais de 2 salários mínimos. 56% possuem carteira assinada, contra 10% sem carteira assinada. 9% fazem estágios e 13% trabalham por conta própria, 13% não opinaram. Perguntados se todos têm consciência dos direitos trabalhistas, apenas 51% responderam que sim. Dos que trabalham 65% exercem a atividade com segurança, proteção e aprendem uma profissão. 35% estão em desacordo com a Constituição Federal.
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