O Ensino Médio e seus atores
A escolha do currículo pela comunidade escolar, passa por variáveis políticas, sociais e culturais da realidade escolar nas quais este está inserido e principalmente pela regulamentação educacional vigente. A dificuldade maior na elaboração do currículo está na fragmentação do conhecimento, na hierarquia dos professores em função de sua disciplina e na dificuldade quase utópica em articular os diversos saberes.
O currículo não está voltado para as dimensões da formação humana. Para que possamos mudar esta realidade, se faz necessário a articulação entre os saberes em prol de uma escola para todos, onde o viés da interlocução do mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, fique evidenciado a articulação entre elas, interligado-as na busca da formação humana integral.
Para que esta realidade possa ser possível o princípio pedagógico do Ensino Médio não deve ser buscado somente para o vestibular e para o mercado de trabalho, mas sim voltado para o método de pesquisa que conduz à autonomia de estudo intelectual e moral.
Trabalhamos o mundo do trabalho superficialmente, focando o conhecimento nas ciências, no entanto para trabalharmos as dimensões da formação humana, nós professores precisamos ser os grandes articuladores, permitindo a mobilização dos saberes, nos quais os alunos estabelecem conexões entre o conhecimento adquirido e o pretendido.
Muitos dos estudos hoje desenvolvidos, levantam questionamentos em relação a maneira de como o ensino das várias disciplinas vem sendo apresentado.
Precisamos ultrapassar a meta de uma aprendizagem apenas de conceitos e de teorias, para um ensino mais cultural, que proporcione uma melhor compreensão, apreciação e aplicação da ciência e da tecnologia durante as aulas.
A formação de um cidadão crítico reflexivo e ativo, pressupõe que no Ensino Médio se de condições para que ele compreenda a natureza do contexto científico tecnológico e seu papel na sociedade, como agente transformador.
Quando o professor proporciona o debate em sala de aula, percebe-se os elementos acima mencionados, pois a cada aula o professor pode contribuir para a construção de uma identidade simbólica que aproxima a expectativa do aluno em relação ao mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, incentivando-o a elaborar projetos futuros, proporcionando espaços atrativos, onde o estudante se sinta seguro e confiante em relação ao trabalho desenvolvido pelo professor, nos diversos espaços escolares.
A sociedade mudou, as tecnologias mudaram, e a cada minuto se transforma, o mercado de trabalho também mudou drasticamente e para acompanhar esta mudança é preciso estimular o estudante para que este busque o conhecimento, e cabe a nós professores dar oportunidades para que ele encontre o caminho do saber e as novas tecnologias de informação e comunicação podem auxiliar neste processo.
“Não saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes”. Paulo Freire
Texto produzido pelos professores do Colégio Estadual Lúcia Bastos – Curitiba Paraná
