O Ensino Médio, no decorrer de sua história, sempre oscilou entre o objetivo de preparar para o vestibular – formação acadêmica – e preparar para o trabalho – formação técnica. Em consequência dessa situação, a organização curricular do curso de Ensino Médio caracterizou-se pela fragmentação do conhecimento. Da mesma forma, o aprender pela repetição, sem que se oportunize a contextualização e ressignificação dos conteúdos, ainda hoje é vivenciado em algumas escolas.
As DCNEM nos propõem que toda a atividade curricular do Ensino Médio se organize a partir de um eixo comum – integrando Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura – atribuindo, assim, novos sentidos à escola, melhorando as experiências oferecidas aos alunos e ressignificando os saberes e as vivências com os quais se interage no espaço escolar. O objetivo passa a ser, neste contexto, a formação humana integral, desenvolvida em todas as suas potencialidades, de maneira a considerar a formação científica, tecnológica, humana, política e estética, com vista à emancipação das pessoas, levando-as à consciência de cidadania.
Nessa perspectiva, há a necessidade de se repensar o currículo de forma planejada e com a ação de todos os envolvidos – educadores, governo, sociedade. Devemos priorizar a busca da unidade entre o que se planeja e o que se realiza, partindo da realidade para atingir as finalidades da educação básica definidas no projeto coletivo da escola. É necessário estabelecer o(s) ponto(s) de chegada e os caminhos possíveis para realizar as nossas intenções, avaliando: O que já fizemos? O que queremos? Onde queremos chegar? Entretanto, não podemos deixar de tomar como referência a cultura escolar e as práticas vivenciadas que já deram certo.
O currículo é o coração da escola, é o espaço central em que todos atuam; portanto, somos responsáveis por sua elaboração e desenvolvimento. Como profissionais da educação, é nossa obrigação participar crítica e criativamente na elaboração de currículos atraentes, mais democráticos e produtivos.
Da mesma forma, é importante conhecermos quem são os sujeitos do Ensino Médio, com suas histórias e realidades diversas no contexto social, territorial e cultural em que vivem, para que possamos organizar práticas pedagógicas para a sua formação humana e verdadeiramente integral. Por isso, vale salientar que o currículo deve levar em consideração o conhecimento local e cotidiano que os alunos trazem para a escola; porém, este conhecimento não pode ser a base única para o seu planejamento. A estrutura do conhecimento local é planejada para relacionar-se com o particular, o pessoal, e não pode fornecer base para todo o princípio de forma generalizada.
Os conhecimentos escolares, ao serem identificados como relevantes, são selecionados e organizados para que possam ser ensinados e aprendidos. Nesse processo, o conteúdo escolar torna-se elemento essencial do desenvolvimento cognitivo do estudante. O que ele traz em sua bagagem de vida é apresentado e compartilhado na escola, e passa a ser agregado de outros conceitos, valores e significados, numa reelaboração constante e crescente de pensamentos para a construção de novos sentidos e significados, os quais refletem-se na sociedade cotidianamente.
É importante uma educação que ajude a ler a realidade e a compreendê-la criticamente; que vá além do acesso ao conhecimento, ou seja, que domine os métodos de sua produção e desenvolvimento.
A pesquisa como princípio pedagógico pode contribuir com a construção da autonomia intelectual dos sujeitos frente à (re)construção do conhecimento, bem como de outras práticas sociais. Pesquisar desenvolve a capacidade de interpretar, analisar, criticar, refletir, aprender, resolver problemas, buscar soluções, propor alternativas, movimentos potencializados pela investigação e pela responsabilidade ética assumida diante das questões políticas, sociais, culturais e econômicas que se apresentam em cada situação (SILVA, 2013, p.76). A autonomia intelectual e moral institui-se, assim, como a grande finalidade do projeto educativo voltado para a formação humana integral.
Em vista disso, entendemos como necessário, e urgente, avançar para um currículo plural – que corresponda aos anseios da comunidade – e inclusivo – respeitando as diversidades culturais e a identidade dos indivíduos – que apresente uma perspectiva multi e intercultural, e abra espaço para que diferentes etnias, gêneros, faixas etárias e necessidades de aprendizagem, além de outras categorias da diversidade, sejam efetivas e capazes de buscar autonomia, articulados aos interesses comuns.
COLÉGIO ESTADUAL PINHEIRO DO PARANÁ - CURITIBA
ORIENTADORA DE ESTUDOS : RENATA JARDIM
GRUPO: ADRIANA PERALTA BARBOZA VIEIRA ;ANA CRISTINA GABRIEL DE ALMEIDA SOUZA;ANA LUIZA SAMPAIO LOURENÇO;CIRINEU BOBKO;DANIELLE MANSANI FERREIRA;JOAO VIANEI BRAGA;LOURDES CIVIDINI CASSAROTTI;LUCIANE BATISTA;LUCIANE SZTOLTZ;MARCIA ELIZA ZANIN;MARIA HELENA LAURINDO;MONICA KARINA HANSELE;OLGA BAGATIN;PAULO SERGIO DE FARIA;PRISCILLA ABRÃO NG SCHIOCHET;ROMULO BARBOZA ALVES;ROSELI MARIA BUDEL BOSA;ROSEMARY GOMES WELLNER;ROSICLEIA SEVERO;RUBENS RONDON KASSAR;SANDRO BENATO;SIDNÉIA GUIMARÃES CAMPOS;SILVIA REGINA LEBRE;VAGNA APARECIDA DA SILVA MUNHAO;