O currículo do ensino médio, seus sujeitos e o desafio da formação humana integral

A relação existente entre o que o professor ensina e o mundo do trabalho, da ciência e da tecnologia surge quando o profissional percebe a relevância de integrar o conteúdo à realidade, considerando a vivência e os questionamentos do aluno. Portanto, faz-se necessário adequar o currículo aos interesses e às necessidades do aluno.
É importante destacar que o maior desafio em sala de aula tem sido unir o conhecimento científico e tecnológico, ao desenvolvimento da afetividade, da solidariedade, da formação humana integral do indivíduo. É necessário formar um cidadão capaz de atuar colaborando com a sociedade, usufruindo de uma qualidade de vida gerada pelas relações de trabalho e mostrar que cada aluno pode e deve contribuir de alguma forma. Para tanto, é essencial oferecer ao aluno um conhecimento cientifico que possibilite construções intelectuais mais complexas para que possa intervir de forma consciente na sua realidade, compreendendo o processo histórico na construção do conhecimento.
Inicialmente, é necessário acolher os alunos, valorizando suas capacidades individuais, para desenvolver suas habilidades e aperfeiçoar suas potencialidades.
Além disso, é importante fazer um levantamento junto à comunidade para identificar a demanda por cursos de formação, aliar o conhecimento científico ao conhecimento tecnológico e oferecer atividades extracurriculares, de forma que o educando possa escolher uma disciplina técnica relacionada às suas potencialidades, como: informática, formação de professores, administração, educação ambiental, RH, técnicas de vendas, entre outras. Ressalta-se que também é necessário desenvolver e utilizar técnicas de motivação e de valorização das capacidades individuais para que seu interesse seja despertado e os resultados almejados sejam alcançados.
Quando consideramos as experiências dos professores como alunos e hoje como professores, conclui-se que o “ensino tradicional” propiciava a memorização de conteúdos e de regras, com raras exceções de professores que conseguiam motivar e desenvolver o interesse pelo conhecimento. Também, não havia interesse em aliar o conhecimento cientifico às necessidades da vida cotidiana do aluno. Além disso, não era permitida nem incentivada a expressão do pensamento crítico do aluno, levando-os a aceitar a visão, muitas vezes, autoritária e sistematizada do professor.
Por outro lado, busca-se, atualmente, incentivar e desenvolver o gosto pelo conhecimento, a partir de práticas diferenciadas mais voltadas à realidade e às necessidades do aluno. O professor tem liberdade para expor sua opinião, dando margem para que o aluno participe e exponha suas ideias, gerando a socialização e o embate de opiniões e assim chegar a construção do conhecimento. Também, tem sido uma preocupação constante dos professores promover a integração social, a participação do aluno, de forma que este reconheça sua identidade e sua capacidade de fazer a diferença, identificando-se como sujeito detentor de capacidades e de responsabilidades perante a sociedade.

Colégio Estadual Professor Algacyr Munhoz Maeder – Curitiba