O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO, SEUS SUJEITOS E O DESAFIO DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL

Colégio Estadual do Campo São Roque – Ensino fundamental e Médio

Cursistas:
Eliane Terezinha Bedin
Elton José Schaefer
Loreni Foletto Toigo
Maria Janete Bottega Corbari
Marines Maria Penso
Marinice Bencke Sotoriva
Nadir Teresinha Gatelli
Rosangela Aparecida Borovicz de Oliveira
Silvana dos Santos Franzen
Sonia Regina Radaelli

As Diretrizes Curriculares Nacionais propõem que toda a atividade curricular do ensino médio se organize a partir de um eixo comum (trabalho, ciência, tecnologia e cultura) integrado com os componentes curriculares em sua totalidade,  levando desta forma o aluno a compreender os conteúdos trabalhados nas diversas disciplinas.
Este é um dos desafios encontrado na educação, onde nós professores, juntamente com a equipe pedagógica da escola, estamos incumbidos de fazer. Com frequência vemos  educadores e educadoras de escolas e Redes,  nos congressos de professores, nos dias de estudo, de planejamento, de Reuniões Pedagógicas, expressando inquietações sobre o que ensinar e aprender, sobre que práticas educativas privilegiar nas escolas, como colocar em prática essa integração entre as áreas do conhecimento e poucas vezes encontramos uma resposta.
Mas se a forma que buscamos esta integração não está sendo eficiente, encontrar um outro meio está sendo um desafio, organizar a educação da nossa escola que atenda as necessidades de todos, sem distinção, é algo quase que utópico, mas mesmo assim então como conseguir diminuir as barreiras que emperram a aprendizagem para que a nossa ação pedagógica seja mais eficiente?
Com base nestas reflexões e questionamentos, percebemos que há muito de se mudar, pois os educadores obtém conhecimentos perante a importância de se trabalhar a interdisciplinaridade na escola, porém não é, o que na prática acontece. Há muitos problemas perante a estrutura e organização do calendário escolar que interfere diretamente  no trabalho dos docentes. Geralmente, a maioria dos professores trabalham em mais de uma escola e dificilmente conseguem planejar e dialogar com os seus colegas professores.  Para a realização de um trabalho interdisciplinar, esta conversa entre as diferentes disciplinas é indispensável e acarretará uma aprendizagem branda e fácil para a compreensão dos educandos.
Para que haja maior eficiência  na organização da educação de nossas escolas, as mudanças terão que acontecer num âmbito que vai além das direções, equipe pedagógica, docentes. Deve partir do próprio sistema, da forma como se investe na educação, de como esse conhecimento é cobrado, da organização do calendário escolar, formação de docentes, planejamento e replanejamento. Repensar, também, o currículo da escola, reformular o PPC para que se façam as aulas de forma prática, desta forma, o estudante entenderá a função daquele conteúdo, no mundo real.
Como nos coloca Roldão (2005) em sua frase "Os tempos mudam, mas os currículos das escolas permanecem seguindo os mesmos moldes que tinham no século XIX", isso nos revela o quão é lenta a mudança. Mudar, reformular, implica em ressignificar o conhecimento, rediscutindo o currículo de maneira constante, tornando-o flexível, permitindo questionamentos e mudanças e sendo ele um elemento de superação e inclusão.
Nós professores, antes de ensinar precisamos aprender, aprender a ser simples e dialogar com todos os colegas, aceitar sugestões e participar de equipes dispostas a fazer a diferença no ambiente escolar, mas muitas vezes perdemos tempo reclamando e achando culpados para o fracasso escolar dos educandos, quando na maioria das vezes, apenas falta diálogo entre todos e comprometimento com o ser humano que é nosso aluno e que as vezes está com problema e ninguém para escutá-lo, nem mesmo tentar entender o que se passa. Deveríamos aprender sempre e ensinar com o coração e principalmente com humildade, percebendo que estando ali, lecionando, aprendemos muito mais do que ensinamos. Reformular o currículo do Ensino Médio é um desafio muito grande, porém necessário para o melhoramento da Educação Brasileira, pois percebemos que os alunos tem maior rendimento no ensino fundamental séries iniciais, piora um pouco nas série finais e pioram ainda mais no ensino médio. Onde está o erro? Pois deveriam, no mínimo, continuar com a mesma média, mas parecem que estão desaprendendo. Essa é uma reflexão para todos nós!!!
Os desafios de ser educador são grandes, os meios de alcançá-los também. Os alunos estão cada vez mais cedo indo em busca do mercado de trabalho, de sua "independência" e é na escola que ele almeja encontrar o amparo intelectual que facilite esse processo. Os profissionais da educação devem estar cada vez mais atentos com relação ao currículo escolar o qual deve estar o mais próximo possível da realidade do aluno, de seu conhecimento, devemos fazer a ponte entre teoria e prática para que os conteúdos vistos em sala de aula não fiquem longe de sua realidade pessoal e profissional.