O Currículo do ensino médio e as dimensões do trabalho, da cultura, da ciência e da tecnologia
COLÉGIO ESTADUAL PROFª CARMEM COSTA ADRIANO. ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.
PARANAGUÁ - PARANÁ
TUTORA: FÁTIMA DO ROCIO SANTANA MAIA
CURSISTAS:
ADRIANO MOREIRA TRINDADE
AMANDA GABRIELI DO PILAR
ELIETE CRISTINA DE SOUZA BOTTINI CARMO
ELISABETE PADILHA DE ANDRADE
ELISANGELA DE ANDRADE ANTONIO
LEDA MARIA DE SOUZA VANHONI
LEO WILLIAN ALVES DEBNER
LÚCIA DE FÁTIMA GARCIA COSTA
LUIZ HENRIQUE DA GRAÇA NOGUEIRA
MARIELI MENDES DE OLIVEIRA
PATRÍCIA DE CASSIA MANASSÉS
O Currículo do ensino médio e as dimensões
do trabalho, da cultura, da ciência e da tecnologia
Após diálogo com os jovens da escola e seus professores podemos afirmar que almejamos uma Educação onde sejamos autores principais de nossa história, participando efetivamente da sociedade e promovendo a integração entre os educandos, educadores e famílias. Desejamos oferecer aos nossos alunos condições de acesso à cultura, ao lazer, a saúde, as tecnologias e a diversas formas de aprendizagem.
“ (...) Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo.” (VEIGA, 1998)
Buscar a identidade do Ensino Médio significa afirmar a identidade dos educadores e dos educandos que dele participam. Sabe-se que a educação é uma práxis a ser assumida conscientemente por todos os seus profissionais e pelos educandos inseridos na construção de propostas e alternativas que afirmem a identidade da escola. Com o desejo de construir conjuntamente sua autonomia, o espaço escolar torna-se um instrumento de luta, que tem a sua especificidade naqueles que buscam, através de projetos pedagógicos alternativos, a construção de uma nova sociedade, e que pretendem inserir-se em um projeto global de transformação, justamente com outras instâncias e categorias sociais.
Construir na escola um espaço fomentador de debates, trocas de opiniões, de estudos, de definições e decisões sobre o que queremos é um dos maiores desafios para os novos educadores que buscam a realização de um sonho, ver a construção de um mundo mais humano. É na Educação que atingimos todos os níveis de formação humana, que se inicia na vida familiar, passando pela convivência humana através, da escola, do trabalho, dos movimentos sociais e organizacionais da sociedade civil e das manifestações culturais.
Através da Educação Dialógica desejamos uma práxis onde o conhecimento seja inserido no contexto sócio-cultural, gerando assim, consciência crítica e possibilitando uma ação transformadora da sociedade. O diálogo deve ser visto como ato político da ação educativa, com a valorização das experiências vividas.
O professor é pesquisador que orienta o que deve ser aprendido e ensinado por todos e para todos, ele é um colaborador que, juntamente com seus alunos realiza pesquisas, debates e constrói saberes, ao invés do trabalho isolado, ele se torna membro do processo com os mesmos interesses, buscando o conhecimento através de novas tecnologias para ampliar o seu horizonte e de se desenvolver profissionalmente.
A unidade escolar necessita de muita atenção quando o assunto é a definição dos currículos a serem utilizados durante as práxis pedagógicas. Pois os mesmos podem conter uma carga ideológica que prejudicaria a autonomia cidadã objetivada tanto na constituição federal quanto pela comunidade escolar.
Moreira e Silva (2005 p 8) defendem a ideia de que :
“O currículo esta implicado em relações de poder, o currículo transmite visões sociais particulares e interessadas, o currículo produz identidades individuais e sociais particulares. O currículo não é um elemento transcendente e atemporal- ele tem uma história, vinculada a formas específicas e contingentes de organização da sociedade e da educação”.
Segundo Pereira “[...] os currículos se tornam agentes imprescindíveis para que se possa medir a temperatura das relações estabelecidas na escola, seja considerando as negociações entre os sistemas de relevância que ela aborda, seja analisando o desempenho de docentes e discentes nas atividades de ensino e aprendizagem”.
A efetivação do currículo na escola acontece no micro espaço da relação direta entre professores e alunos e está expresso no PPP e no PPC da instituição. Deve-se optar por um currículo que desenvolva uma educação protagonista na história, com interação entre a família, escola e sociedade, que promova à cultura, o lazer, a saúde, o uso de novas tecnologias e as diversas formas de aprendizagem, especialmente a escolar que deve vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social.
O termo “tecnologia” se refere a tudo aquilo que o ser humano inventou para facilitar seu trabalho, melhorar sua forma de vida, possibilitar sua locomoção e se proteger dos fenômenos naturais.
Entre as tecnologias que o ser humano inventou estão algumas que afetaram profundamente a educação, entre elas, a fala baseada em conceitos, a escrita alfabética, a imprensa. Segundo KALINKE “O professor aproveitou a tecnologia para benefício próprio e dos seus alunos, pois estes melhoraram os rendimentos nas suas disciplinas, acompanhando melhor as suas aulas”.
A Tecnologia na educação refere-se ao uso destas invenções como o celular, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, vídeos variados, computador e outros recursos pedagógicos para possibilitar e melhorar a aprendizagem. Ela pode ser usada na educação de diversas maneiras facilitando o trabalho pedagógico. A Tecnologia Educacional deve estar à disposição das necessidades do Projeto Político Pedagógico da escola e assim contribuir para que novas práticas pedagógicas se efetivem.
A comunidade escolar ainda hoje não compreende um ensino médio que não profissionalize diretamente seu formando, para sanar esta distorção buscamos então conceituar sobre uma nova perspectiva o termo trabalho.
“[...] trabalho como práxis humana, ou seja, como conjunto de ações, materiais e espirituais, que o homem, enquanto indivíduo e humanidade, desenvolve para transformar a natureza, a sociedade, os outros homens e a si próprio com a finalidades de produzir as condições necessárias à sua existência. Desse ponto de vista, todo e qualquer educação sempre será educação para o trabalho”. (KUENZER, Ensino Médio Construindo uma proposta para os que Vivem do Trabalho, p 39 2005)
Compreendendo este novo olhar sobre a concepção de trabalho deve-se incentivar o educando a seguir sua formação acadêmica, utilizar-se do conhecimento adquirido em todas as áreas para criar novas expectativas na construção de um projeto de vida ligado ao mundo do trabalho. Assim a identidade do ensino médio esta ligada a uma formação densa nas áreas do conhecimento e um incentivo ao protagonismo da prática social. O que acaba gerando um indivíduo preparado para solucionar problemas.
Quando procuramos o conceito de cultura no dicionário encontramos a seguinte definição: “Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização”. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, jteatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc. Então concluímos que todo conhecimento e experiências produzidos e acumulados ao longo do tempo pelas gerações fazem parte da história cultural de um povo e podem ser elementos transformadores desta mesma cultura.
Para Tomaz Tadeu a cultura é, sobretudo, atividade, ação, experiência. Para ele “a cultura é fundamentalmente prática de significação. A Cultura é feita, nessa perspectiva, de formas de compreender o mundo social, de torná-lo inteligível. A Cultura diz respeito, sobretudo, à produção de sentido”. A escola tem um grande papel social entre o conhecimento estabelecido e o conhecimento cultural da humanidade, pois se espera que ela consiga articular esse patrimônio com a cultura das pessoas que vivem no seu entorno e que a frequentam. Cada indivíduo, deve despertar para a consciência de sentido do seu existir, respeitando a existência de outras culturas.
Referências
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político – pedagógicos da escola: Uma construção possível.Campinas, SP: Paporus, 1995.
SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como feitiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte. Autêntica, 2003
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu (orgs.) Currículo, Cultura e Sociedade tradução de Maria Aparecida Baptista, São Paulo, Cortez, 2005
KALINKE, Marco Aurélio. Para não ser um professor do século passado. Curitiba, Editora Gráfica Expoente, 1999.
KUENZER, Acacia Zeneida (org.) Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho, São Paulo, Cortez, 2005
- Logue-se para poder enviar comentários