O Currículo do ensino médio:
Quando pensamos num currículo escolar para os alunos do ensino médio, precisamos levar em conta suas necessidades e abranger conteúdos que eles possam ter como fonte para seu desenvolvimento cognitivo aliado com o que possa ser utilizado no meio social e cultural.
Com o passar dos anos as instituições de ensino tem aos poucos “ganhado” cada vez mais responsabilidades que precisa dar conta e dessa forma se vê na obrigação de repassar o máximo de informações possíveis ao indivíduo para sua formação.
Além dos conteúdos normais das matérias lecionadas, juntam-se ao currículo aulas de educação ambiental, de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, bullying, educação no transito, cidadania, preconceitos, violência, higiene, saúde pública, prevenção às drogas, escolha da profissão, entre tantas outras coisas.
A escola não pode ficar responsável como a única a abraçar toda a carga de responsabilidade para repassar tantos tipos diversificados de informação e tanta sobrecarga de temas a serem trabalhados.
Já sentimos uma dificuldade muito grande de encontrar tempo e espaço dentro da grade curricular para trabalhar tudo o que é próprio do currículo e que é o mínimo que todo jovem precisa ter de conteúdos para as fases posteriores ao ensino médio.
Sendo assim precisaríamos ter mais tempo para se trabalhar: é imprescindível uma nova configuração na grade curricular que permitisse ter seis aulas de quarenta e cinco minutos, ao invés de cinco aulas e ter quatro anos de ensino médio ao invés de três. Sem contar o número de alunos por turma que chega a quase cinquenta atualmente e que jamais deveria passar de vinte, para que o professor tivesse condições de dar atendimento a todos de maneira eficiente e poder trabalhar melhor as dúvidas de cada um. Além do próprio desgaste que seria muito menor, pois a dinâmica de ensino numa turma menor seria outra muito menos sacrificante tanto para o professor, quanto para o próprio aluno que poderia se concentrar mais e fazer uso de um ambiente mais propício ao seu rendimento.
Em contra turno, aí sim poderia se pensar numa forma de trabalhar os demais assuntos, além de disponibilizar uma variedade de esportes, oficinas de artes e cursos profissionalizantes que manteria os jovens com seu tempo ocioso ocupado de maneira proveitosa.
Para isso novamente esbarraríamos na situação dos investimentos que teriam que ser disponibilizados para as escolas, a estrutura física e material que também precisaria ser levada em conta e é de suma importância, a contratação de mais profissionais para tornar o ensino possível, a qualificação dos profissionais que já estão no meio escolar, os recursos tecnológicos que precisam ser adquiridos... Enfim, esbarraríamos mais uma vez numa série de problemas antigos que precisariam ser sanados pelos poderes públicos para poder ocorrer de fato um ensino de qualidade e que contemplasse todo o conteúdo necessário da grade curricular.
O conhecimento vai se formando para os jovens aos poucos, através de trocas, adaptações, seleções e tudo acaba de alguma maneira sendo influenciado pelo meio e por aspectos culturais, materiais e por valores morais, os quais necessitam não somente da escola por detrás, mas o envolvimento primeiramente da família e de toda a comunidade.
Cada escola precisa flexibilizar o seu currículo para que contemple as necessidades dos estudantes que ali frequentam, por isso também há uma necessidade de que os profissionais que ali estejam possam acompanhar a vida escolar daquela instituição de forma contínua, o que se faz necessário mais concursos e mais contratações dos profissionais concursados, pois dessa maneira evitaria uma rotatividade de pessoal. Se os profissionais estão disponíveis para aquela instituição, além de trabalharem com mais tranquilidade, com mais conhecimento do ambiente e da clientela daquele lugar, poderão com maior facilidade sintonizar o currículo da instituição com as diretrizes curriculares nacionais.
Somente assim poderíamos ter um projeto politico pedagógico voltado verdadeiramente para a instrução dos jovens, onde poderíamos ter um estudante melhor preparado, mais crítico, reflexivo, que busca um melhor futuro para si e para a sociedade onde está inserido e a escola deixará de ser uma “oficina” para gerar mão-de-obra assalariada e se tornará o que se espera dela, no sentido de habilitar pessoas que além de estarem aptas ao mercado de trabalho, estejam preparadas para participar da vida política, cultural, social e acadêmica da nação.
Texto produzido por grupo de professores do Colegio Estadual Prof Victorio - Cascavel Pr