O CURRÍCULO CEEP CASCAVEL

As DCE, debatidas coletivamente pelos profissionais da educação do Paraná ao longo dos anos de 2004 a 2007 e finalizadas em 2008, constituem-se no principal Documento Orientador do currículo assumido pela Rede Estadual de Educação.
As DCE concebem os fundamentos curriculares partindo do principal sentido da educação pública: a função social da escola. A função social da escola, por sua vez, se expressa mediante uma práxis pedagógica determinada e intencional. Segundo as DCE, essa práxis deveria ser orientada para assegurar aos sujeitos da escola pública o acesso pleno e democrático ao conhecimento historicamente construído e sistematizado, assim como aos meios necessários para a elaboração de novos conhecimentos.
O currículo  - (O trabalho como princípio educativo, pesquisa como princípio pedagógigo para a formação integral humana.) Embasada em 4 dimensões ciência, cultura, tecnologia e trabalho e serem inter relacionadas.  Relacionado a toda prática humana. Processo histórico do homem.

À palavra currículo associam-se distintas concepções, que derivam dos diversos modos de como a educação é concebida historicamente, bem como das influências teóricas que a afetam e se fazem hegemônicas em um dado momento. Diferentes fatores sócio-econômicos, políticos e culturais contribuem, assim, para que currículo venha a ser entendido como:

(a) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos;
(b) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos
alunos;
(c) os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e
sistemas educacionais;
(d) os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino;
(e) os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos
e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da
escolarização.
O currículo formal é entendido como o conjunto de prescrições oriundas das diretrizes curriculares, produzidas tanto no âmbito nacional quanto nas secretarias e na própria escola e indicado nos documentos oficiais, nas propostas pedagógicas e nos regimentos escolares.

O currículo real é a transposição pragmática do currículo formal, é a interpretação que professores e alunos constroem, conjuntamente, no exercício cotidiano de enfrentamento das dificuldades, sejam conceituais, materiais, de relação entre professor e alunos e entre os alunos. São as sínteses construídas por professores e alunos, a partir dos elementos do currículo formal e das experiências pessoais de cada um.

Currículo associa-se, assim, ao conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intenções educativas.
Por esse motivo, a palavra tem sido usada para todo e qualquer espaço organizado para afetar e educar pessoas, o que explica o uso de expressões como o currículo da mídia, o currículo da prisão etc. Nós, contudo, estamos empregando a palavra currículo apenas para nos referirmos às atividades organizadas por instituições escolares. Ou seja, para nos referirmos à escola.
Cabe destacar que a palavra currículo tem sido também utilizada para indicar efeitos alcançados na escola, que não estão explicitados nos planos e nas propostas, não sendo sempre, por isso, claramente percebidos pela comunidade escolar. Trata-se do chamado currículo oculto, que envolve, dominantemente, atitudes e valores transmitidos, subliminarmente, pelas relações sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar. Fazem parte do currículo oculto, assim, rituais e práticas, relações hierárquicas, regras e procedimentos, modos de organizar o espaço e o tempo na escola, modos de distribuir os alunos por grupamentos e turmas, mensagens implícitas nas falas dos(as)
professores(as) e nos livros didáticos. São exemplos de currículo oculto: a forma como a escola incentiva a criança a chamar a professora (tia, Fulana, Professora etc); a maneira como arrumamos as carteiras na sala de aula.
O currículo é, em outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos, o que nos torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. O papel do educador no processo curricular é, assim, fundamental. Ele é um dos grandes artífices, queira ou não, da construção dos currículos que se materializam nas escolas e nas salas de aula. Daí a necessidade de constantes discussões e reflexões, na escola, sobre o currículo, tanto o currículo norrmalmente planejado e desenvolvido quanto o currículo oculto. Daí nossa obrigação, como profissionais da educação, de participar crítica e criativamente na elaboração de currículos mais atraentes, mais democráticos, mais fecundos.
Nessas reflexões e discussões, podemos e devemos recorrer aos documentos oficiais, como a Lei de Diretrizes e Bases, as Diretrizes Curriculares Nacionais, as Propostas Curriculares Estaduais e Municipais.
Neles encontraremos subsídios fundamentais para o nosso trabalho. Podemos e devemos também recorrer aos estudos que vêm sendo feitos, em nosso país, por pesquisadores e estudiosos do campo. Tais estudos têm-se intensificado, principalmente a partir da década de 1990, têm sido apresentados em inúmeros congressos e seminários, bem como publicados em periódicos de expressiva circulação nacional.
Recentes análises desses estudos destacam como as preocupações dos pesquisadores têm-se deslocado das relações entre currículo e conhecimento escolar para as relações entre currículo e cultura (Moreira) .

O currículo do curso de Enfermagem CEEP Cascavel

Desde a criação do curso técnico de enfermagem, em 2005 até a atualidade se teve três matrizes curriculares aprovadas, uma em 2005, uma em 2008 e a ultima de 2009. Concluíram o curso, 209 alunos até o ano de 2009.
Na matriz curricular aprovada no ano de 2005, o primeiro semestre tinha carga horária total de 500 horas/aula, o segundo semestre de 600horas/aula o terceiro semestre de 620 horas/aula e o quarto semestre tinha 460 horas/aula, o que totalizava 2180 horas/aula. Deste total, os alunos tinham 740 horas/aula de estágio em instituições de saúde, e as demais 1440 horas/aula eram destinadas às aulas teóricas.
O plano de estágio, do ano de 2005 estabelecia como objetivo geral sistematizar o plano de estágio no âmbito de um sistema político institucional adequado, que preconize a evolução do ensino aprendizagem para patamares desejáveis, permitindo ao estudante identificar a finalidade de seus estudos e mensurar suas possibilidades em termos de realização pessoal e profissional.
Como objetivos específicos visavam proporcionar ao estagiário, condições de
vivenciar situações reais da prática desenvolvendo a capacidade de reflexão sobre saúde
sob ótica da vigilância a saúde e uma prática profissional mais consciente e criativa;
conhecer e compreender a influência dos fatores sociais sobre as condições de saúde dos
indivíduos e da coletividade; praticar uma formação que privilegiasse tanto a competência técnica científica, quanto a compreensão das implicações de seu trabalho no contexto das relações sociais; oferecer, o “confronto” entre saber acadêmico e os desafios da futura profissão; permitir o início do processo do saber com o fazer, da teoria com a prática, ajustando, através do estágio, a modalidade didática de ensino centrada na solução dos problemas; realizar o trabalho de enfermagem de natureza propedêutica e terapêutica específica, administrativa e educativa, tanto na atuação em serviços de saúde, como na interação com grupos de risco da comunidade; conhecer o campo da enfermagem, suas especialidades e níveis de complexidade, compreendendo a importância de seu desempenho profissional na atuação entre o paciente e a equipe multiprofissional e permitir o desenvolvimento de habilidades específicas pelo enfrentamento das questões postas pelo dia a dia da profissão, capacitando-o para a solução de problemas (CEEP, 2005).
Os estágios seriam realizados em instituições de saúde públicas e privada, com demanda de serviços que oportunizassem a aprendizagem através de convênios de cooperação técnica. As instituições são escolhidas conforme as características de cada estágio. Devendo apresentar: infra-estrutura material e técnica; possuir setores que desenvolvam atividades que possam ser adequadas às disciplinas dos estágios, oportunizando uma aprendizagem contextualizada; assinar o convênio de cooperação técnica, com finalidade de estágio supervisionado obrigatório; Aceitar as condições de supervisão e avaliação do CEEP e realizar o planejamento e desenvolvimento conjunto das atividades de estágio (CEEP, 2005).
Segundo Informante I o primeiro ano do técnico de enfermagem no CEEP foi muito difícil, o que é justificado pela seguinte fala No primeiro ano que viemos pra cá, não tinha material, nós demos aula onde é o laboratório, conseguimos algumas caixas, e foi assim também, bem trágico.
Do mesmo modo que houve dificuldade para dar aulas, houve também dificuldades para os estágios, pois não existia plano de estágio escrito [...] em 2005, teve a reestruturação, começaram os estágio. Quem vai escrever os estágios? Ninguém escreveu, ninguém sabia dos estágios, nada. Eu estudei, e escrevi todos os planos de estágio [..]. As duas primeiras turmas de técnico de enfermagem iniciaram suas atividades letivas em 10 de fevereiro de 2005, assim sendo, de inicio o CEEP ofertou um primeiro semestre matutino para 43 alunos matriculados e um primeiro semestre noturno com 40 alunos matriculados. No ano de 2005, ainda houve a abertura de mais um primeiro semestre noturno com 43. No ano de 2006 houve a abertura de quatro primeiros semestres, sendo um matutino e 03 noturnos, o que totalizou 155 alunos ingressantes, no final do ano de 2006 formou-se a primeira turma de técnicos de enfermagem do CEEP, no dia 15 de dezembro de 2006, o quarto semestre matutino, com 19 alunos concluintes.