O Currículo

COLÉGIO ESTADUAL VITAL BRASIL

VERA CRUZ DO OESTE-PR

Professores: Graciela K. Caovilla, Maria Aparecida D. Pilegi, Lili Mirian G. Costa, Mara T. P. Kliemann, Mariza Z. Maccari.

CADERNO III

Reflexão e Ação 1

As decisões sobre o currículo se instituem como seleção. Na medida em que se trata de uma seleção, e que esta não é neutra, faz se necessário clareza sobre quais critérios orientam esse processo de escolha.
Questões:
Que relações existem entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia da cultura?
Na visão atual das Diretrizes Nacionais do Ensino Médio, muitos dos conteúdos propostos por elas, devem integrar as mais diversas disciplinas e essas, devem interagir entre si para a efetivação do conhecimento, onde cada educador estaria compromissado em promover a compreensão do que se ensina, relacionando os conteúdos ao cotidiano escolar de seus educandos, dando lhes suporte para que percebam que os conteúdos, que geralmente são dados como desnecessários e sem função lógica, podem estar camuflados em seu dia a dia (trabalho, nas ciências, na tecnologia, na cultura), e que se não observados passam despercebidos.

Reflexão e ação  2

Reconhecemos a complexidade das propostas das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para
o Ensino Médio. Por essa razão, propomos que se reserve um tempo para a leitura e aprofundamento:
1) Ler e analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (Parecer CNE/CEB 05/2011 e Resolução CNE/CEB nº 02/2012 disponíveis em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12992:diretrizespara-a-educacao-basica)>;
2) Organizar uma roda de conversa com os professores da escola sobre as DCNEM.
3) Sistematização: quais as proposições que mais geraram debate? A que você atribui que tenham sido essas as questões mais polêmicas?
4) Faça o registro dessa atividade e socialize com os demais professores cursistas.

Aspectos discutidos:
• A nova organização curricular para o Ensino Médio requer mudanças também no Ensino Fundamental e Superior, incluindo investimento na Educação Básica a fim da possibilitar as melhorias almejadas. Para que as mudanças no currículo produzam resultados satisfatórios, primeiro os professores necessitam ter condições de trabalho dignas e as escolas devem ter suas necessidades  atendidas - estrutura física, funcionários, profissionais de apoio especializado e número reduzido de alunos por turma em todas as séries .
• Outro aspecto discutido foi a questão de especificidades regionais e/ou locais uma vez que ao mesmo tempo valorizam  os conhecimentos e fragilizam o sistema de   avaliação e de unidade do sistema de gestão de ensino. Os conhecimentos científicos deveriam ser padronizados em todo país, ficando a cargo de cada região fazer apenas adaptações para a compreensão de cada conteúdo conforme suas especificidades regionais.
• Pesquisa como princípio pedagógico: a pesquisa no ensino médio acontece de forma superficial e raramente é entendida como elemento provocador que leve o estudante a ao desejo de buscar, de questionar, de compreender.

Analisando o que foi debatido, podemos perceber que não é exatamente uma mudança no currículo que fará a diferença no Ensino Médio do país, esta alteração pode  contribuir, mas somente o currículo não tem o poder de provocar tantas melhorias como são necessárias. A Educação de forma geral requer mais atenção e investimentos. Então, mais do que um currículo que ofereça um conhecimento geral básico aos nossos educandos,  necessitamos de  mudanças significativas  na maneira como a escola vem sendo tratada no país, pois bons resultados no Ensino Médio começam a ser desenvolvidos já no Ensino Fundamental, uma vez que um aluno que apresenta defasagens de conteúdo/conhecimento nesta etapa, dificilmente atinge bons resultados até o final do Ensino Médio.  Muitas providências (com relação a resultados) são cobradas das escolas e professores consequentemente, como se tivessem autonomia para fazerem tudo o que falta na educação, quando frequentemente trabalham sem as mínimas condições para que ocorra a aprendizagem em sala de aula, com poucos recursos, turmas grandes e geralmente alunos com baixo interesse pela escola.

Ação e reflexão 3

Que relações você estabelece entre essas
“finalidades” e o que é praticado nas escolas,
considerando sua experiência como aluno e
como professor?
Refletir: essas finalidades não são “disciplinares”,
mas emergem da contribuição que
cada disciplina, cada área, cada experiência vivida
dentro e fora da escola oferece no processo
formativo ao longo da vida. Em vista dessa consideração,
escreva um texto no qual você evidencie
as contribuições do que você ensina para
o desenvolvimento da autonomia intelectual e
moral de seus alunos.
O mundo globalizado exige cada vez mais cidadãos competentes, dinâmicos, atualizados, informatizados e cultos. Para tanto, é necessário conhecer melhor os sujeitos que fazem parte desse processo de ensino aprendizagem. Nosso grupo de professores tem ofertado um ensino centrado no conhecimento, fazendo conexões com o que o mundo aí fora oferece em relação ao conhecimento científico, ao mundo do trabalho, as exigências e demandas atuais, contextualizando e atribuindo significados a esses conteúdos por meio de ligações com a prática social atual. Muitos alunos não tem como prioridade o estudo. Tem sido um desafio trabalhar para que se estabeleça não só a relações entre os diversos conteúdos, mas também levar em consideração aspectos da cultura do aluno, sua cidadania, sua preparação básica para o trabalho, sua formação ética e intelectual, ao mesmo tempo a instituição escolar tem, por meio de palestras com parcerias de universidades, de entidades e também da comunidade, criado espaços de desenvolvimento da autonomia intelectual e moral, de formação humana, de socialização e convivência.

 

Reflexão e Ação 4

Leitura da proposta curricular da sua escola e do componente curricular em que você atua.
Organize uma roda de diálogo sobre o currículo vivido por estes alunos sobre o sentido do conhecimento e sobre a necessidade de outros conhecimentos e abordagens; sugestões e propostas para as disciplinas e para os arranjos curriculares considerando a dimensão do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia.
Sistematize as conclusões e socializa seus registros na rede virtual interativa.

Na roda de diálogo sobre o currículo ouviu se comentários como:
- O currículo é muito fechado, não é aberto a novas propostas e não é de acordo com a realidade social e cultural em que a escola está inserida, o currículo precisa ser mais flexibilizado ele é muito funilizado;
- 80% dos conteúdos do currículo não servem para o mercado de trabalho, portanto o currículo é um território em disputa;
- O currículo oculto sobrepõem ao currículo proposto e precisa ter cuidado ao adaptar o currículo de acordo de acordo com as necessidades da realidade escolar para não eliminar conteúdos  científicos que são essenciais para o aprendizado do aluno, pois o currículo é o norte para a organização do ensino e aprendizagem.
Mediante todos os comentários existentes precisamos estar atentos na construção do currículo porque ele é o coração da escola, portanto precisa ser elaborado com reflexões e constante discussão. Como cada disciplina tem seu objeto próprio de estudo, torna se quase impossível desenvolver propostas globalizadas e que abranjam os conceitos e especificidades de todas as áreas, por isso o currículo integrado é desafiado pela fragmentação, precisando de uma formação plena que vai além do domínio  do conhecimento especifico, necessário para um currículo plural e inclusivo.