Primeiramente deve-se levar em conta o trabalho com o currículo – explícito e implícito. No processo de ensino é preciso estabelecer relação entre o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura. Isto somente acontece quando o conteúdo/conhecimento parte da realidade cotidiana e é abordado de forma interdisciplinar, tendo no professor o papel de mediador desse conhecimento o qual possibilitará aos alunos uma leitura de mundo.
A partir destes itens, cada professor faz a complementação de acordo com sua disciplina e/ou área do conhecimento, instigando no aluno a criatividade, a capacidade para a pesquisa, tendo no diálogo, a oportunidade de mostrar como algumas coisas acontecem e se transformam em conhecimentos universais, os quais permitem entender o mundo do trabalho como meio para o desenvolvimento das ciências e da cultura, bem como criar novos recursos tecnológicos para satisfazer as necessidades dos homens deste tempo histórico, ou seja, ter consciência de quem é e como atuar nesta realidade.
As discussões em torno das DCNEM e o conhecimento de sala de aula das escolas, quando se pensa na formação integral do estudante, são em preparar os alunos para que saibam se aproximar dos diversos conhecimentos de maneira produtiva, e saibam aprender. Em meio a uma infinidade de informações misturadas em home pages, livros, jornais, revistas e canais de TV como veículos de disseminação de informações. Cabe aos docentes do Ensino Médio capacitar o aluno para buscar as diversas fontes, selecionar a informação adequada e utilizá-la de modo criativo, consciente e crítico. Isso implica em considerar o contexto do conteúdo trabalhado na escola, verificando como aquilo que o aluno estuda pode se tornar algo significativo. No entanto, também é preciso pensar como fazer isto em escolas carentes de laboratórios, com laboratório de informática que nunca funcionam quando se precisa deles, laboratórios de Química, Física e Biologia que são inexistentes em várias escolas, como a nossa. E, ainda, como adequar carga horária para atender o aluno trabalhador que chega a escola cansado pela longa jornada de trabalho.
Quanto ao docente e sua formação, os profissionais precisam ser flexíveis, criativos, empreendedores, conforme a sociedade exige. E formar alunos igualmente. Para isso manter-se estudando é necessário. Mas em algum momento da trajetória isso se quebra: pouquíssimos professores e alunos empreendem esta trajetória e suas histórias se confundem com a própria história das desigualdades do nosso país.
Como alunos, acreditamos que tivemos uma formação que atingiu a maioria das finalidades propostas, em uma formação inicial técnica: magistério, e da graduação em licenciatura.
Como professores, tentamos desenvolver as finalidades que são propostas para a educação básica, propiciando mesmo que seja o mínimo do necessário para o desenvolvimento integral do aluno, porém os resultados são perceptíveis a longo prazo. Ou seja, no exercício da docência é preciso fazer o papel de mediadores do conhecimento. Para tanto, os conteúdos abordados devem contribuir para o conhecimento científico e formação integral do aluno. A comunidade escolar cumpre com este propósito na medida em que promove a participação efetiva dos alunos, para juntos realizarem debates, discussões, reflexões buscando compartilhar uma construção coletiva do conhecimento, tanto para resolver problemas locais, pessoais e na comunidade, como fazendo com que se sinta parte do mundo em que vive. Portanto a integração curricular a partir das dimensões do trabalho, da ciência, tecnologia e cultura é fundamental. Nós educadores na responsabilidade da formação moral, de valores do aluno, devemos estar empenhados em apresentar um conhecimento crítico do que está sendo desenvolvido no trabalho em grupo, de forma que venha somar na prática pedagógica
Os alunos demonstraram compreender currículo como desempenho escolar e informações pessoais para o emprego, após breve explanação sobre as Diretrizes Curriculares, os educandos perceberam que os conteúdos trabalhados pelos professores estão relacionados com a vivência. Acreditam que o currículo é importante porque estes conteúdos facilitam o entendimento das coisas feitas pelo homem e facilitam a realização dos diferentes tipos de trabalho. Porém acham alguns conteúdos de algumas disciplinas enfadonhas, mesmo sabendo que tem relação com todas as experiências pessoais, não percebem isso no desenvolvimento das atividades diárias. O currículo é importante por que contribui para a organização da aprendizagem – as informações que se vê e ouve no dia a dia trazem para a escola para tirar dúvidas, complemento de informações para a construção de conhecimentos.