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Ao se pensar em currículo escolar deve-se levar em consideração a construção coletiva e privilegiar os eixos: trabalho, cultura e tecnologia, haja vista que esta organização visa a atender às necessidades e características sociais, culturais, econômicas e intelectuais dos estudantes.
Lembrando que o currículo deve se modificar de acordo com o contexto histórico do momento, acompanhando as evoluções que permeiam a sociedade. Deve-se também privilegiar no currículo a interdisciplinaridade, pois as displinas não são estanques e dialogam entre si.
Quanto à proposta curricular do CEEBJA – Campo Comprido por se tratar de uma instituição para a formação de jovens, adultos e idosos, ela se baseia nos eixos: trabalho, cultura e tempo, levando sempre em consideração as experiências de vida do educando, pois muitos desses estudantes abandonam o estudo para a inserção ao mercado de trabalho ou por não terem tido oportunidade de estudar na faixa etária devida.
Fizemos uma roda de diálogo com os diversos segmentos da escola em que pedimos para que fosse respondida a seguinte questão: “Para você, qual é o sentido do conhecimento escolar?”, dentre os depoimentos, elencamos alguns:
“O conhecimento escolar serve para modificar, transformar, mudar o homem. A educação serve para criar novas conexões neurais” (Watfa A. Chami – Mestre em Educação e Tecnologia)
“E a partir dos conhecimentos adquiridos que o aluno se tornará um cidadão, compreendendo seu lugar na sociedade” (Oneide Penner – Professora de Língua Inglesa)
“Preparação básica para o educando continuar aprendendo e ser capaz de se adaptar aos novos desafios no exercício da cidadania e seus aprimoramentos como pessoa humana, incluindo a formação de sua autonomia intelectual e pensamento crítico e político” (Dirce Verri – Professora de Língua Portuguesa)
“Fazer com que o ser humano desenvolva sua cultura, raciocínio, senso-crítico e cidadania” (Otávio Mendes Silvestre)
“O conhecimento escolar é importante para que o jovem desenvolva no ensinoaprendizagem melhores aptidões cognitivas, psíquicas e motoras para melhor integração social e cultural. É imprescindível que o aluno tenha vivenciado todas as etapas que compõem o ensinoaprendizagem e seja o protagonista de sua própria história e da sociedade em que está inserido. Essa aprendizagem deve ser de grande valia para suas relações humans que acontecem ao longo da vida pessoal e profissional. Entretanto, é importante que o professor seja o mediador do saber a ser desenvolvido na escola como um todo para que este saber seja aplicado fora dos muros escolares.” (Adenílson, Amauri, Cristiane, Elza, Dirce, Izaquiel, Jociéli – professores do ensino Médio)
“O sentido do conhecimento escolar é possibilitar ao aluno contrastar os conhecimentos empíricos aos conceitos científicos. Se trabalhados nessa perspectiva, os conhecimentos escolares passam a fazer sentido para o aluno a partir da evidência da aplicação do que aprende na escola à sua vida cotidiana. Assim, faz-se necessário que o professor encaminhe atividades que problematizem os conteúdos, deixando claro para o aluno para que serve o que ele está aprendendo.” (João Mendes – Doutorando em Geografia)
“O sentido do conhecimento escolar é para o desenvolvimento da capacidade de pensar de cada indivíduo, raciocínio em todos os sentidos e aprender de forma científica o que ocorre no universo . Por exemplo, estudamos a Matemática para entendermos a lógica, a Língua Portuguesa para interpretar os fatos do cotidiano. Sendo assim, alguém que nunca foi à escola tem uma visão limitada das coisas, enquanto o indivíduo que a frequentou possui um universo mais amplo.” ( Maria Marta H. Dering – Professora de Química).
Finalizando a roda de conversa com depoimento da pedagoga Liamara Janz chegou-se à conclusão de que o currículo deve voltar-se a uma formação humana integral com o sentido de que o aluno aprenda permanentemente o conhecimento científico para que este sirva de instrumento, possibiltando-lhe refletir de modo crítico, agir com responsabilidade, acompanhar as mudanças de ordem social, econômica e política da sociedade, participando e transformando-a com sua autonomia intelectual.
