Caderno 3 – Reflexão e Ação 1 – página 17
Trabalhando de acordo com as DCEs, no estado do Paraná, tendo à luz a Pedagogia Histórico-Crítica fundamentada no Materialismo-Histórico-Dialético, e na disciplina de Biologia, acredito que acontecem as relações entre o que é ensinado nesta disciplina e o eixo das DCNEMs, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura. Em qualquer conteúdo parte-se da Prática social inicial, portanto, especula-se e consideram-se as diferentes identidades da juventude e seus objetivos. Através da problematização coloca-se o motivo para o qual esse conteúdo é significativo. Na instrumentalização, através da pesquisa e de ferramentas da ciência e tecnologia, o educando passa a ter argumentos para concretizar suas ações para o trabalho, voltando-se à prática social final do conteúdo.
É claro, que não é possível desenvolver essas etapas para todos os tipos de conteúdos, mas para os mais importantes e necessários.
No entanto, embora as DCEs tenham entrado em vigor desde 2008, a maioria dos professores trabalha ignorando-as e, acredito que esse seja um dos motivos pelo qual ainda não conseguimos melhorar os índices relacionados à educação.
Caderno 3 – Reflexão e Ação 2 - página 27
As questões que mais geraram debates foram com relação à seriação e às disciplinas. A proposta sugerida nas novas DCNEMs de estudar os conteúdos por blocos de disciplinas não é modelo novo. Já se trabalhou desta forma a alguns anos. Também já unificamos conhecimentos afins, interdisciplinaridade, ao trabalharmos na forma de projetos, acompanhando as tendências pedagógicas. No entanto, as desistências, a evasão escolar envolve aspectos sociais mais relevantes inerentes à escola. O estudante não desiste por considerar a escola ruim, pouco atrativa. Os motivos vão muito além. A sociedade e, da mesma forma seus pais, ou o próprio estudante, não consideram a produção de conhecimento na escola como um trabalho e, assim não o valorizam como tal. Ao contrário, muitas vezes incentivam o filho a procurar um trabalho remunerado, considerando a escola em segundo plano. Outro fator social é a baixa remuneração no Brasil para quem tem o terceiro grau em detrimento de quem tem apenas um curso técnico. Isso desmotiva o estudante a continuar seus estudos visando uma formação profissional mais profunda.
Com relação às disciplinas, no modelo atual de distribuição de aulas pela SEED, seria catastrófica a organização na unificação dos conhecimentos nas disciplinas afins.
Caderno 3 - Reflexão e Ação 3 - página 34 e 35 - Texto - Finalidades da Educação Básica
Analisando a minha formação no ensino formal ao longo desses anos, enquanto aluna e, agora atuando enquanto professora conhecedora e participando das tentativas de melhora na educação como um todo, através da implantação das teorias tradicionais e críticas, percebo grande mudança. O contexto histórico, cultural também mudou muito. O ensino, ao implantar cada tendência foi melhorando em muitos aspectos e piorando em outros. A melhora se deu, justamente, com o aumento na participação dos envolvidos no processo ensino aprendizagem. Com a democracia, foi possível as conferências em educação voltada aos profissionais de todas as escolas, onde são discutidos os rumos políticos-pedagógicos das escolas, bem como seus problemas, possíveis soluções e apontamento de novos rumos. A disciplina de Biologia, no meu caso, por si só, trabalha com temas diretamente relacionados a algumas das finalidades da escola aqui colocadas. O educando que estuda os conteúdos da biologia, e aplica esses conhecimentos em sua vida, tende a se amar e amar os outros, a se respeitar e respeitar o outro. Tende a diminuir o preconceito, pois verifica que na diversidade da vida está a participação e o papel de cada espécie na natureza, inclusive o do ser humano.
Ainda mais a partir das DCEs com a pedagogia histórico-crítica que sugere ao professor trabalhar cada conteúdo nas diversas dimensões: política, social, cultural, conceitual, estética, legal, etc.
Neste contexto, as finalidades são atingidas, não só pela escolha de o que ensinar e, sim de como ensinar. Se o professor não possibilita momentos de observação, discussão, pesquisa, socialização, troca, dificilmente, formará um sujeito crítico e atuante.
A todo momento procuro fazer a contextualização. Os estudantes reportam para mim as mudanças de hábitos e atitudes com relação aos conteúdos e conhecimentos adquiridos. Como exemplo, adquirem o hábito de pesquisar sobre a veracidade das informações transmitidas nos veículos de comunicação, nas redes sociais, nos livros enfim, até do que eu digo em sala.
Caderno 3- Reflexão e ação 4 – página 45
Em se tratando de EJA, analisando a proposta curricular da escola juntamente com os alunos e colegas professores, percebe-se que ainda é muito extenso o rol de conteúdos a serem trabalhados em uma carga horária mínima; que a maioria dos conteúdos na disciplina de biologia é significativa e, portanto, contribui para a melhora da qualidade de vida, por se tratar principalmente, de conhecimentos relacionados à saúde e meio ambiente. Os alunos reconhecem que poderia ser melhor quanto aos encaminhamentos metodológicos em algumas disciplinas e, principalmente, fomentar mais projetos que exijam participação mais ativa dos estudantes. Também se queixam de serem pouco consultados ou impelidos à participação quanto a sugestões.