NRE Cascavel - CEEBJA - Professora Neuza Cantarelli - Caderno 1 - Reflexão e Ação

Temática 1 – 29-08-2014

Muito interessante e oportuno iniciar as discussões neste curso com o caderno cujos textos demonstram os aspectos da construção histórica do Ensino Médio no Brasil à luz dos modelos mundiais.

Percebe-se que ao longo do tempo, o estudo sempre procurou atender aos apelos capitalistas preparando os sujeitos para suprir a demanda, muito voltada ao trabalho produtivo.

Desde 2008, no Paraná, com as DCEs, norteadas pela Pedagogia Histórico-Crítica fundamentadas no Materialismo Histórico Dialético, a intenção do estudo se volta a preparar os sujeitos considerando os aspectos históricos e culturais do conhecimento empírico, visando uma formação integral.

No entanto, alguns aspectos do capitalismo se sobrepõem a essa intensão. Mesmo diante dessa nobre tentativa de tornar o estudo mais significativo, os aspectos sociais fazem com que a evasão escolar ainda aconteça e de forma muito acentuada. Esses estudantes que saem da escola no período normal da escolarização e acabam voltando para finalizar seus estudos na EJA.

Por isso, os desafios de manter o estudante na escola e de tornar o ensino cada vez mais significativo e transformador da sociedade, são os maiores e vão continuar por muito tempo.

Não cabe só à escola assumir esses desafios e tentar superá-los. É necessário um trabalho conjunto entre o governo e a sociedade para retomar a cultura de valorização da própria escola e do estudo em si. É necessário também paramentar a escola, investir em materiais e nos profissionais que nela atuam, sendo que notadamente os aspectos sociais do contexto em que esses jovens fazem parte se sobrepõem à valorização da escola. Hoje, embora os investimentos em educação tenham melhorado, trabalhamos de forma precária, tornando as aulas pouco atrativas e o espaço escolar nada confortável. Salas de aulas quentes, com janelas que não abrem, banheiros sem material de higiene básica, por falta de recursos do governo.

Outro aspecto é que neste próprio governo federal observa-se que os grandes investimentos na educação estão sendo nos cursos técnicos profissionalizantes. Assim sendo, a escola continua a priorizar o mercado de trabalho e atender exclusivamente ao capitalismo. O modelo do vestibular também continua nesse sentido.

Neste sentido, nota-se uma contradição e parece pouco relevante voltar às discussões iniciando em nível de currículo.