NOÇÕES DE JUVENTUDE E MERCADO DE TRABALHO
Ademilson Ferreira de Abreu
Hilda Aparecida Matias
José Luiz de Souza Santos
Margarida Moreira Adão Correia
Maria do Rocio Pinto da Silva
Vera Lúcia José Martins
O presente artigo é um relato de experiências com a utilização da temática “Juventude” e um levantamento de opiniões docentes sobre as noções de juventude e suas peculiaridades. Percebe-se que os jovens que recebemos hoje nos espaços educacionais, em sua grande maioria, emergem de famílias desestruturadas que vivem em locais com vários problemas sociais e culturais, e estes provavelmente serão vistos como problemas.
Diante dos assuntos tratados no último encontro e as metodologias apresentadas, surgiram idéias de possíveis temas geradores para serem tratados em sala de aula com a utilização de mapas conceituais. Observando a realidade local que é litorânea e portuária, nota-se com grande importância a necessidade de se trabalhar com assuntos relacionados à sexualidade. Para se trabalhar com tal tema, se fez necessário inicialmente um planejamento que objetivasse uma orientação junto à juventude. Assim, chegou-se em algumas possibilidades pedagógicas amparadas por filmes e debates.
Uma das professoras relatou que em um momento normal de sala de aula em que a mesma estava trabalhando com um texto relacionado a sua disciplina (História), ouviu alguns alunos conversando sobre o preço de fraldas, lata de leite, etc, ou seja, sobre os custo de uma gravidez. Ela, aproveitou tal conversa para tratar de assuntos relacionados a sexualidade, informando aos estudantes sobre as causas e sintomas de DST’s e que a prática sexual sem prevenção pode acarretar muitos problemas além da gravidez indesejada. Outro professor aproveitou os assuntos trabalhados no último encontro do “Pacto” para utilizar a mesma temática de sexualidade, apresentando para os alunos, um filme (Amizade Colorida) que fala sobre a prática sexual sem compromisso. Este filme mostra um casal de amigos que acabaram de sair de seus respectivos relacionamentos e começaram a praticar sexo sem compromisso. O professor utilizou o filme para trabalhar as diversas possibilidades de se contrair doenças através do sexo e promover um debate junto aos estudantes sobre a mesma temática. No geral, os professores estão engajados em buscar alternativas de orientação sobre diversos assuntos, analisando possibilidades de intervenção no Colégio, levantando novas temáticas e principalmente objetivando um trabalho em que valorize os saberes dos estudantes, vendo eles como desafios e não problemas. Como o próprio caderno II apresenta que:
Enxergar o jovem pela ótica dos problemas é reduzir a complexidade deste momento de vida. É preciso cuidar para não transformar a juventude em idade problemática, confundindo-a com os problemas que possam lhe afligir. É preciso dizer que muitos dos problemas que consideramos ser da juventude não foram produzidos por jovens. (BRASIL, 2013, pág. 11)
De acordo com o próximo capitulo observado, se pode notar a necessidade do professor ter participação não só no aprendizado dos estudantes junto a sua disciplina, é imprescindível que o docente objetive um trabalho de parceria nos projetos para o futuro dos alunos. Exemplo disso é o fato dos professores estarem envolvidos com os estudantes nos assuntos relacionados à “Feira das Profissões” da UFPR Litoral, debatendo o antes e o depois da visita a Universidade. Pois, quando os estudantes relacionam à prática a teoria, os objetivos da educação acontecem com mais abrangência, visto que quando o estudante sai do Ensino Fundamental e entra no Ensino Médio, ele também passa por uma transição de objetivos e vivências voltadas para o vestibular e mercado de trabalho, sem anular a parte pedagógica que é o mais pertinente.
REFERÊNCIA
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno II: o jovem como sujeito do ensino médio / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [organizadores : Paulo Carrano, Juarez Dayrell]. Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2013.